A Sabedoria do Alto

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A sabedoria, porém, lá do Alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tiago 3:17)

Como ressalta Tiago neste versículo, a sabedoria do Alto, aquela cuja fonte é o SENHOR, possui características próprias e muito distintas da carnal “sabedoria” humana. Observando o texto podemos destacar como ela se manifesta:

 

Pura

Isto é, “não contaminada”, sem qualquer defeito moral, sem motivos ulteriores, livre do “espírito faccioso”, livre de ambição humana, de autoglorificação. Não é algo meio bom, meio mau; porquanto isso não poderia mesmo descrever a verdadeira sabedoria.

Trata-se de uma expressão pura, do íntimo; não têm falhas ocultas. Essa é a sua qualidade primária; e dessa qualidade se originam todas as outras, conforme se vê na lista em sequência. Tal sabedoria é isenta das corrupções humanas, que fazem parte da sabedoria mundana; não conduz a qualquer facção (divisão) e nem à exaltação de um homem sobre outro; não contempla maldade moral, mas seu intuito constante é a prática do bem. É inocente de quaisquer motivos dúbios, e seu intuito é glorificar unicamente a Deus.

 

Pacífica

A sabedoria não é “contenciosa”, nem “facciosa” e nem “beligerante”. Não busca os seus próprios interesses, às expensas de outrem, conforme faz a carnal sabedoria humana. Pelo contrário, confere a paz; alimenta-se da harmonia. Em Provérbios 3:17 diz acerca da sabedoria: “Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz.”. Bem-aventurados são os pacificadores, porquanto serão chamados Filhos de Deus, conforme está escrito em Mateus 5:9.

 

Indulgente

No grego o termo é “επιεικης” (epieikes) que significa: razoável, cheio de consideração, moderado, apropriado, suave, equitativo, gentil … qualidades essas que homens facciosos e por demais ambiciosos não possuem. Antes, a sabedoria do homem espiritual é tratável, moderada, sem temperamento radical.

 

Tratável

No grego o termo é “ευπειθης” (eupeithes) que significa: disposto a ceder, complacente, o contrário de “obstinado”, que normalmente é o caráter dos homens por demais ambiciosos, que se tornam ditadores na igreja. Essa sabedoria é “aberta à razão”. Pode ver o ponto de vista  alheio, mudando suas próprias opiniões.

 

Plena de Misericórdia

Os homens por demais ambiciosos tendem para a crueldade e para o mau temperamento. A verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior. Notemos que o homem verdadeiramente sábio será “pleno” de misericórdia, tal como Deus. Através de Sua misericórdia nos é permitido continuar em nosso caminho, na direção de Deus e da verdade, apesar de nossas muitas quedas e erros.

O homem sábio segundo o mundo, entretanto, não demonstrará misericórdia com ninguém, e procura fazer nome para si mesmo, de modo brutal. Tal homem considera as pessoas como meros objetos a serem usados para sua própria satisfação e exaltação. Não tem espírito de amor e nem senso altruísta genuíno; é alguém completamente egocêntrico, e acredita que deveria ser o centro da vida de outras pessoas, igualmente. Fez de si mesmo um “deus”, e destronizou Deus, até onde diz respeito à sua própria pessoa. Tornou-se um ateu prático, a despeito das crenças que professe.  O indivíduo dotado de sabedoria falsa, outrossim, tem a boca cheia de maldição e amargura … arrogante …, mas o homem verdadeiramente sábio é cheio de misericórdia e aplica o princípio do amor cristão em sua vida diária, já o homem falsamente sábio nada dá, antes recolhe tudo quanto pode obter.

Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tiago 1:26-27)

 

De Bons Frutos

A sabedoria tem o caráter da misericórdia, cultivando o fruto do Espírito …

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23)

Sendo assim, a sua vida é repleta de piedade, sendo transformada para receber a imagem moral de Cristo que é o supremo possuidor dessas qualidades. Neste caso, os “bons frutos” indicam as “boas obras”.

E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.” (Filipenses 1:9-11)

Os feitos de bondade e de misericórdia mui provavelmente estão em foco neste caso mencionado em Tiago 3:17.

 

Imparcial

Este adjetivo no grego é “αδιακριτος” (adiakritos) que significa literalmente “não-dividido em julgamento”, sem variação, sem ambiguidade. Provavelmente isso alude à situação dos versículos nono e décimo do capítulo 3 de Tiago, onde vemos os homens sem sabedoria a abençoarem a Deus e a amaldiçoarem aos homens. Essa palavra também pode subentender que o homem verdadeiramente sábio é livre de “incertezas” espirituais; e, nesse caso, a questão da “mente dúplice” (ânimo dobre), está em foco, tal como em Tiago 1:6-8.

Peça-a [a sabedoria], porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1:6-8)

O homem verdadeiramente sábio já se desfez da mente dúplice (ânimo dobre), entre as coisas terrenas e celestiais; vive exclusivamente com o seu foco para a dimensão eterna; e também pode julgar com imparcialidade, tratando dos homens com justiça e com honestidade.

 

Sem Fingimento

O homem verdadeiramente sábio não precisa ser “insincero”, e nem hipócrita, porquanto nada tem a ocultar, e não busca suas próprias vantagens. O vocábulo aqui usado é, especificamente, “sem hipocrisia”. Tal homem não precisa viver como um ator, desempenhando um papel falso, antes, vive na sinceridade. A sabedoria não opera por detrás de uma máscara, “supostamente para o bem dos outros”, como atuaram muitos líderes e mestres de outrora que foram exageradamente ambiciosos nas igrejas.

Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz. É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm.” (Provérbios 3:13-18)

As Cinco Coroas e Um Alerta

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Eu gosto de estudar e observar as Escrituras como um todo, também entendo que há livros mais “prediletos” por alguns e que estes mesmos acabam “desprezando” outros livros, mas considero isso um erro quando é algo extremado … visto que isso pode se tornar algo grave, pois ao desprezar textos a probabilidade de se incorrer em um erro de interpretação, ou de não conseguir uma melhor visão de um determinado assunto, aumenta consideravelmente, ou será que o SENHOR distribuiu e colocou livros que são “dispensáveis” nas Escrituras?! É óbvio que não! Certos temas dependem de um entendimento abrangente observando os textos do Gênesis ao Apocalipse para que certos contextos sejam entendidos em sua amplitude e para esse tema aqui o caso não é diferente.

Obviamente não pretendo neste artigo esgotar esse assunto, pois mesmo que eu escrevesse um livro precisaria de milhares de páginas, mas darei várias referências neste artigo, no entanto, não vou abordar muitas das parábolas relacionadas aos “talentos” e afins que Jesus explanou e que também se referem ao tema aqui abordado. Na atualidade, eu vejo muitos cristãos “fugindo” das questões de mérito e recompensas como se isso fosse algo antibíblico já que a “graça” denota que não temos mérito algum, pois o mérito é apenas Jesus … para fins de salvação é a mais pura verdade, o mérito nunca foi e nem será nosso nesse sentido, na verdade, nesse aspecto não há maior ou menor, pois todos alcançam a salvação pela misericórdia divina e pela graça através de Cristo. Mas também não se pode negar que mesmo Jesus falou que no Reino há maiores e menores (vide Mateus 5:19; Mateus 18; entre outros),  assim como galardões (recompensas) maiores e menores (vide Mateus 5:12; Lucas 6:23; entre outros) … gostem muitos disso ou não, esse tema é recorrente nas Escrituras em muitas passagens … afinal, Deus é bom e é galardoador (μισθαποδοτης “misthapodotes”; alguém que paga salário, recompensador) daqueles que O buscam (vide Hebreus 11:6)! Lembre também da parábola dos talentos em Mateus 25 e do que houve na distribuição final dos talentos … “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Sendo assim, é bom lembrar como não se deve apresentar-se diante do Rei do reis …

 ninguém apareça de mãos vazias perante mim.” (Êxodo 23:15b) (Êxodo 34:20b) (Deuteronômio 16:16b)

Há duas palavras gregas comuns para a palavra “coroa” na Bíblia. Uma palavra usada no Novo Testamento é a palavra “diadema” (διαδημα … ornamento real para a cabeça, coroa), encontrada no Apocalipse (Ap. 12:3; 13:1; 19:12). Esse vocábulo é utilizado para designar as coroas nas cabeças do dragão, as coroas dos dez reis no reino do Anticristo e as “muitas coroas” na cabeça de Cristo quando Ele retornar à Terra para estabelecer o Seu Reino. A palavra “diadema” (vide imagem abaixo) sempre refere-se à coroa de um rei ou de um dignatário imperial.

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A segunda palavra é a palavra grega “stephanos” (στεφανος … grinalda ou guirlanda que era dada como prêmio aos vencedores nos jogos públicos, aquilo que é ornamento e honra para alguém), que é a principal palavra usada para descrever as coroas que os cristãos receberão se forem achados fiéis (1 Ts 2:19; 2 Tm 4:8; Tg 1:12; Ap 2:10). A palavra vem de “stepho”, que significa “cercar, enrolar, torcer” e faz alusão à uma coroa de vencedor. No período Greco-Romano, essa coroa era dada ao vencedor dos jogos. Era tecida como uma grinalda de carvalho, hera, murta, ou mesmo folhas de oliveira, ou, em alguns casos, uma imitação desses componentes em ouro. Em lugar nenhum existe qualquer promessa de um diadema para o cristão, visto que há um só Rei dos reis merecedor de usar essa coroa de realeza e esse Rei é Cristo. No entanto, os cristãos receberão a “stephanos” (vide imagem abaixo), que é a recompensa para a pessoa que ganhava os jogos, participava da corrida e cruzava a linha de chegada.

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Há cinco tipos diferentes de coroas “stephanos” que são prometidas aos crentes como parte de seu pacote de “aposentadoria celeste”!

A Coroa Incorruptível

Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa [στεφανος “stephanos”] corruptível; nós, porém, a incorruptível.” (1 Coríntios 9:24-25)

A idéia de uma coroa incorruptível indica uma coroa que durará por toda eternidade. Essa coroa sugere uma recompensa que o cristão receberá e que sempre será um lembrete, pelos séculos, de que quem a usa foi fiel em sua vida terrena no propósito de seguir ao Senhor e ser obediente a Ele.

A Coroa de Júbilo

Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa [στεφανος “stephanos”] em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós? Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria!” (1 Tessalonicenses 2:19-20)

Essa coroa é frequentemente chamada de “coroa do vencedor”, visto que haverá um galardão especial para todos eles. Paulo estava falando à igreja em Tessalônica, Grécia, naquela que foi a primeira das treze cartas que ele escreveu no Novo Testamento. A carta é dividida em cinco capítulos e em cada capítulo o apóstolo faz alusão ao retorno de Cristo. Ele disse a essa igreja que, na vinda de Cristo, eles receberiam uma “coroa de júbilo”. Nós seremos recompensados pelas almas que houvermos ganho para Cristo e uma especial coroa de vencedor será dada a cada crente que foi um ganhador de almas.

A Coroa da Vida

Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa [στεφανος “stephanos”] da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1:12)

Estudiosos identificam essa coroa com a coroa prometida em Apocalipse 2:10, que é a recompensa dos crentes que perseveraram e venceram as tentações e as provas. Quando Cristo advertiu: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa [στεφανος “stephanos”].” (Apocalipse 3:11); Ele estava admoestando a igreja de Filadélfia para que fosse fiel e suportasse os ataques do inimigo. Há uma coroa especial para aqueles que disciplinaram seus corpos, mentes e espíritos para seguir ao Senhor até o fim. É a coroa da vida.

A Coroa de Glória

Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível (imperecível) coroa [στεφανος “stephanos”] da glória.” (1 Pedro 5:4)

Em 1 Pedro 5, o apóstolo Pedro estava falando aos anciãos e instruindo-os a permanecerem fiéis para abastecer o rebanho de cristãos, para não serem gananciosos por dinheiro e para serem um exemplo aos outros. Se forem encontrados fiéis, então, na vinda de Cristo, eles receberão uma “coroa de glória”. Essa coroa em particular é para aqueles que serviram como anciãos, pastores e bispos espirituais na vida dos cristãos, como um pastor cuidaria de suas ovelhas.

A Coroa da Justiça

Já agora a coroa [στεφανος “stephanos”] da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.” (1 Timóteo 4:8)

É interessante que Paulo menciona o fato da coroa ser concedida àqueles que “amam a Sua vinda”. Alguns poderiam pensar que todos os cristãos amariam a vinda do Senhor. No entanto, há alguns que alegam ser cristãos e que, na verdade, zombam e escarnecem da idéia de que Cristo está voltando (2 Pe 3:3-4). Outros ficarão “envergonhados na Sua vinda” (1 Jo 2:28). Para aqueles que anseiam por essa vinda, há uma coroa de justiça. Somente aqueles em aliança ativa com Cristo, que são constituídos pela justiça de Deus por meio de Cristo, receberão essa coroa especial.

Há sete bençãos, mencionadas por João em Apocalipse, capítulos 2 e 3, prometidas para aqueles que triunfam. As bençãos são:

  1. O vencedor comerá da árvore da vida no paraíso celestial de Deus (Ap 2:7)
  2. O vencedor não sofrerá a segunda morte. (Ap 2:11)
  3. O vencedor comerá o maná escondido e receberá um novo nome, escrito em uma pedra branca. (Ap 2:17)
  4. O vencedor receberá autoridade sobre as nações. (Ap 2:26)
  5. O vencedor não terá seu nome apagado do Livro da Vida. (Ap 3:5)
  6. O vencedor será um pilar no templo e receberá um novo nome. (Ap 3:12)
  7. O vencedor se assentará no trono de Cristo. (Ap 3:21)

Todas as bençãos acima são uma parte das recompensas que os cristãos receberão por servir a Deus fielmente.

Outras recompensas incluirão governar com Cristo sobre a terra, durante o reinado milenar (mil anos). Em Lucas 19, Cristo conta uma parábola sobre os servos que estavam recebendo recompensas por sua fidelidade. Com base no tempo e na renda que esses servos dedicados e leais investiram na obra do Senhor, foi-lhes conferido domínio sobre inúmeras cidades. No Apocalipse, todos os crentes são chamados de “reis e sacerdotes” e lhes é prometido “reinar sobre a terra” (Ap 5:10). Em vista disso, pode-se inferir que durante o milênio, haverá milhares de cidades nas quais os líderes serão estabelecidos para governar sobre regiões inteiras; esses governantes e reis serão os santos que viverem na Terra durante essa época.

Perdendo Seu Galardão

Há algumas coisas muito comoventes que estão ligadas ao julgamento no Tribunal de Cristo. Embora uma pessoa possa ter uma aliança redentora para estar nesse julgamento, haverá pessoas que perderão seu galardão eterno. Essa admoestação é encontrada ao longo de toda a Escritura, aqui um exemplo …

Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa [στεφανος “stephanos”].” (Apocalipse 3:11)

Cristo disse que ao ajudar os outros, você “de modo algum perderá o seu galardão” (Mt 10:42). À luz das admoestações para que não se perca o seu galardão e para que não se permita que outro tome a sua coroa, as advertências foram dadas a cinco das sete igrejas no Apocalipse, instruindo-as a se arrependerem de suas falhas espirituais e morais, ou enfrentarem consequências espirituais e de julgamento severas:

  1. “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Ap 2:5)
  2. “Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei com a espada da minha boca.” (Ap 2:16)
  3. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita.” (Ap 2:22)
  4. “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti.” (Ap 3:3)
  5. “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;” (Ap 3:16)

No “Tribunal de Cristo” (vide 2 Co 5:10; Rm 14:10-12), todos os cristãos terão suas obras provadas por alguma forma de fogo, sendo assim recompensados (μισθος “misthos”) pelo que não se queimar, e as Escrituras são claras ao dizer que para alguns pode ocorrer de que nada restará … serão esses como que “salvos através do fogo“:

… se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse receberá galardão [μισθος “misthos”]; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.” (1 Coríntios 3:12-15)

 

* artigo adaptado por mim com base em material de Perry Stone.

O SENHOR e a Sua “Pluralidade” nos Originais

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Eu amo estudar sobre o meu SENHOR e a Sua Majestade nas Escrituras em hebraico, pois no original certas frases ganham um sentido maior e mais interessante pela sua construção, termos e conjugações; afinal por melhor que seja a tradução, o idioma original sempre terá características próprias que só são perceptíveis nele e que se perdem na tradução.

Como exemplo, vou colocar uma série de versículos que ilustram a “pluraridade” do SENHOR que na versão em Português foram traduzidos de uma forma singular, mas que no original estão no plural. Como irá observar, o termo no original para “Deus” é “Elohiym”, quem conhece o hebraico já percebe, pela sua terminação, que Elohiym é plural e ele aparece já no primeiro versículo das Escrituras em Gênesis 1:1, ou seja, se fôssemos literalmente interpretar o versículo, teríamos algo como: “No princípio criou Deuses os céus e a terra”. Isso é gramaticalmente esquisito, visto que o verbo criar está no singular e não no plural como seria a concordância correta, por isso temos a tradução “criou Deus” e essa é a primeira pista na Bíblia da referência à “pluralidade” de Deus. Nos textos abaixo eu vou colocar como está o verbo ou substantivo no hebraico original entre colchetes e o nome usado do SENHOR para que se perceba a diferença com a versão traduzida:

Quando Deus [Elohiym] me fez [fizeram] andar errante da casa de meu pai, eu disse a ela: Este favor me farás: em todo lugar em que entrarmos, dirás a meu respeito: Ele é meu irmão.” (Gênesis 20:13)

E edificou ali um altar e ao lugar chamou El-Betel; porque ali Deus [Elohiym] Se lhe revelou [foram-lhe revelados] quando fugia da presença de seu irmão.” (Gênesis 35:7)

Então, Josué disse ao povo: Não podereis servir ao SENHOR, porquanto é Deus [Elohiym] Santo [Santos], Deus zeloso, que não perdoará a vossa transgressão nem os vossos pecados.” (Josué 24:19)

Quem há como o Teu povo, como Israel, gente única na terra, a quem Tu, ó Deus [Elohiym], foste resgatar [foram resgatá-los] para ser Teu povo? E para fazer a Ti mesmo um nome e fazer a Teu povo estas grandes e tremendas coisas, para a Tua terra, diante do Teu povo, que Tu resgataste do Egito, desterrando as nações e seus deuses?” (2 Samuel 7:23)

Então, se dirá: Na verdade, há recompensa para o justo; há um Deus [Elohiym], com efeito, que julga [julgam] na terra.” (Salmo 58:11)

Lembra-te do teu Criador [teus Criadores] nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;” (Eclesiastes 12:1)

Porque o teu Criador [Criadores] é o teu marido [maridos]; o SENHOR dos Exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; Ele é chamado o Deus [Elohiym] de toda a terra.” (Isaías 54:5)

Regozije-se Israel no seu Criador [seus Criadores], exultem no seu Rei os filhos de Sião.” (Salmo 149:2)

O que isso está nos dizendo é que a realidade de Deus é tão transcendente, tão incrível e tão alta que não há nenhuma palavra em qualquer linguagem que possa expressá-la devidamente. A palavra de Deus nos permite saber que tudo o que você acha que Deus É, saiba que Ele É ainda mais do que isso. Apesar de quão grande você acredite que Ele seja, Ele É ainda maior; apesar de tão belo, majestoso e impressionante que você creia que Ele É, Ele É ainda mais belo, mais majestoso e mais surpreendente. O que isso nos revela sobre Deus? Revela que, apesar do quanto acreditamos saber sobre Deus, há sempre mais para se saber … muito mais. Por isso, nunca pare de buscar a Ele, porque “Elohiym” É tão incrível que Ele É sem fim.

Em Isaías  temos dois exemplos emblemáticos que denotam a pluralidade do SENHOR em três formas, onde você pode perceber distintas personalidades/manifestações relacionadas ao Deus único … veja:

Dá-me ouvidos, ó Jacó, e tu, ó Israel, a quem chamei; Eu Sou O mesmo, Sou O primeiro e também O último. Também a Minha mão fundou a terra, e a Minha destra estendeu os céus; quando Eu os chamar, eles se apresentarão juntos. Ajuntai-vos, todos vós, e ouvi! Quem, dentre eles, tem anunciado estas coisas? O SENHOR amou a Ciro e executará a Sua vontade contra a Babilônia, e o Seu braço será contra os caldeus. Eu, Eu tenho falado; também já o chamei. Eu o trouxe e farei próspero o seu caminho. Chegai-vos a Mim e ouvi isto: não falei em segredo desde o princípio; desde o tempo em que isso vem acontecendo, tenho estado lá. Agora, o SENHOR Deus Me enviou a Mim e o Seu Espírito.” (Isaías 48:12-16)

Perceba que neste trecho de Isaías 48 Deus se apresenta em três formas distintas:

  1. Aquele que fala … “O primeiro e … O último”
  2. O SENHOR Deus … (que enviou Aquele que fala)
  3. O Espírito de Deus … “o Seu Espírito” (o qual também tem participação no envio dAquele que fala)

O Espírito do SENHOR Deus está sobre Mim, porque o SENHOR Me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo SENHOR para a Sua glória.” (Isaías 61:1-3)

Novamente, neste outro trecho de Isaías 61 temos outras três formas distintas:

  1. Aquele que fala … (Aquele que foi “ungido” para cumprir uma tarefa que somente Deus pode cumprir)
  2. O SENHOR Deus … (O que ungiu Aquele que fala para realizar a Sua tarefa)
  3. O Espírito de Deus … (O que repousa sobre Aquele que fala)

Existem vários debates para buscar explicar essas menções em plural como nos textos acima, desde a alegação por Rabinos de que são referências verbais em caráter “majestáticos”, passando pelas emanações do Eterno até a Trindade. Eu não desejo entrar nesse assunto neste post, pois o alongaria muito. Prefiro aqui apenas apreciar a beleza da Palavra do SENHOR e a Sua Grandeza!!!

Pérolas aos Porcos

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Uma análise mais detalhada sobre este famoso dito de Jesus …

Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem.” (Mateus 7:6)

Particularmente, eu acredito que o fato de Jesus usar o plural (“pérolas“) significa, intuitivamente, que ele nos indica de que, se necessário, podemos fazer uso de pelo menos uma única “pérola” para com uma pessoa e, por meio dela, fazer a “leitura” de como essa pessoa a recebe de nós, para então usarmos de sabedoria e identificarmos se ela é ou não como um cão ou um porco, pois dependendo do resultado, não devemos gastar então mais nenhuma.

Gostaria de observar algumas coisas a mais sobre esse texto aqui:

coisas santas” – provavelmente, alude à carne oferecida em sacrifícios; assim, temos o quadro de um sacerdote que jogava pedaços de carne, tirados do altar, aos cães que infestavam as cidades do oriente. As pérolas pequenas, denominadas “pérolas-sementes“, tinham a aparência de ervilha ou milho, que era comida de porcos. Portanto, temos aqui o quadro de um homem rico que jogava mãos cheias dessas pequenas pérolas aos porcos. A advertência não visa a missões religiosas, porque isso seria uma contradição a muitas outras passagens bíblicas, mas é um aviso para que não degrademos nem nossa fé preciosa e nem nós mesmos, por meio de uma atitude imprópria dirigindo nosso ensino àqueles que o degradam desdenhosamente.

coisas santas” e “pérolas” – o termo têm recebido várias interpretações simbólicas, tais como: 1) A fé cristã. 2) As verdades do Reino e de Deus. 3) A comunhão e os privilégios da comunidade cristã e, embora Jesus fale em termos gerais, parece ser essa a interpretação mais razoável.

Porcos” e “Cães” – Eram considerados animais imundos segundo a lei dos judeus. Esses animais são símbolos de certos tipos de homens. Há várias idéias sobre isso: 1) Os hereges (cães); os inimigos; os indivíduos hostis (porcos). 2) De acordo com Agostinho, os perseguidores hostis (cães) e os indivíduos imundos, sem nenhum sentimento de santidade (porcos). Paulo se referiu a homens assim: “… para que sejamos livres de homens perversos e maus; porque a fé não é de todos” (2 Ts 3:2). Os escritos judaicos falam de alguns homens como se fossem animais imundos e desavergonhados. Provavelmente, Jesus pensou nessas referências ao proferir essas palavras.

voltando-se, vos dilacerem” – Alguns acham que Jesus fala somente dos porcos com essas palavras, mas os cães do Oriente, às vezes, eram violentos; basta lembrar do caso de Jezabel que teve seu corpo devorado pelos cães. Esses cães no Oriente Médio comiam, por vezes, carne apodrecida, lixo ou qualquer coisa que encontrassem. Eram cães de comportamento violento. Esses animais eram um símbolo usado por Jesus para ilustrar a natureza de alguns homens. Precisamos usar de cautela com essas pessoas, não evitando ajudá-las quando isso for possível, mas sem fazer da verdadeira religião um motivo de zombaria por estes. Jesus não queria que os preceitos da verdadeira religião permanecessem ocultos, mas mostrou que esses ensinos não devem ser impostos às pessoas de má vontade ou que odeiam abertamente a causa cristã.

Os Limites da Tentação e da Provação

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Existe uma certa confusão sobre os limites das provações e das tentações que assolam a vida de cada um, isso em si se deve muitas vezes até pela confusão entre o significado dos termos, visto que muitos acreditam serem sinônimos.

Mas, pelas Escrituras, a tentação não vai além de nossas forças, como está escrito … “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (1 Coríntios 10:13)

Porém, a provação pode sim ir além, como está escrito … “Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida” (2 Coríntios 1:8). Isso pode ser percebido também na situação dos muitos mártires conhecidos ao longo dos séculos e até na atualidade, onde a fé dos mesmos foi provada de tal forma e de tal maneira além de suas forças, que acabaram perdendo a vida no processo … como se pode observar neste trecho de Hebreus …

Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova ( πειρα peira ) de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados ( πειραζω peirazo ), serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra. Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.” (Hebreus 11:35b-40)

O que se precisa entender é que, o termo usado para “provação” e “tentação” possui a mesma fonte no grego, πειρασμος (“peirasmos”) e, algumas vezes, os intérpretes confundem e igualam ambos os significados, como se fossem a mesma coisa. Mas as provações são testes para lhe promover e lhe tornar melhor enquanto que as tentações são testes que buscam lhe derrubar. As provações tem o objetivo de lhe tornar perfeito e íntegro, em nada deficiente, como escreveu Tiago:

Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações ( πειραζω peirazo ), sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:2-4)

Se tentação e provação fossem as mesmas coisas, como explicar isso …

porque Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta ( πειραζω peirazo ).” (Tiago 1:13b)

Pela fé, Abraão, quando posto à prova ( πειραζω peirazo ), ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas,” (Hebreus 11:17).

Se em ambas as referências acima, a palavra é a mesma no grego, e se tanto tentação quanto provação fossem a mesma coisa, os textos entrariam em conflito, pois Tiago diz que Deus não tenta (πειραζω peirazo) a ninguém, mas em Hebreus Abraão foi posto à prova (πειραζω peirazo) por Deus; sendo assim, tentação e provação não podem ser a mesma coisa de forma alguma. Por isso o contexto e um conhecimento maior do grego e de sua abrangência são fundamentais para uma boa tradução e interpretação dos originais. Entretanto é importante entender também que o homem … pela sua própria cobiça, pela concupiscência da carne … pode transformar o que deveria ser uma provação para lhe promover em uma tentação que visa lhe derrubar (veja Tiago 1:12-15).

Que o SENHOR lhe ilumine, fortaleça e sustente com Sua Mão poderosa nesse tempo … que ELE lhe abençoe grandemente e lhe proporcione a Sua paz que excede a todo entendimento! 🙏

 

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A Eternidade no Coração do Homem

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Ele fez tudo apropriado ( belo, elegante ) ao seu tempo. Também pôs no coração do homem ( da humanidade ) o anseio pela eternidade; mesmo assim ele ( o homem ) não consegue compreender inteiramente o que Deus fez ( desde o seu princípio até ao seu fim ).” (Eclesiastes 3:11)

Seria possível um navio ou um avião não ter um projetista?! Como então poderia todo esse elegante e belo universo não ter um Criador?!

Quem observa a criação, pode perceber a beleza e a elegância em tudo ao nosso redor, inclusive naquilo que é imperceptível para muitos, tais como o mundo subatômico e as elegantes leis físicas que regem as forças que compõem o nosso universo. Desde a mais bela flor até a mais intrincada fórmula física do eletromagnetismo, há uma formosura e elegâncias que denotam um Criador sem igual!!!

Da mesma forma como o Altíssimo colocou no coração do homem (da humanidade) a percepção da lei moral, tal como enfatiza Romanos 2:14-15, também colocou o SENHOR no coração do homem o anseio pelas coisas eternas … anseio este que apenas Ele, o Eterno, é capaz de suprir na vida do homem. Somos seres miseravelmente limitados, mas dentro de nós possuímos a capacidade de perceber e imaginar o ilimitado, capacidade essa que já intriga a humanidade de uma forma abrangente desde os seus primeiros filósofos e pensadores.

O homem busca compreender como tudo se formou e para onde as coisas caminham, mas o máximo que conseguirá sozinho são apenas um conjunto cada vez mais elaborado de teorias, mesmo assim esse esforço é válido e nos ajuda, inclusive, a perceber parte dessa elegância e sabedoria do Criador em tudo o que faz. Mas como não temos como voltar no tempo e testemunhar “in-loco” os detalhes do princípio por nós mesmos, dependemos da revelação do Eterno sobre o Seu desígnio, tanto para o princípio como para o fim das coisas.

Como disse apropriadamente Einstein durante um simpósio em 1941: “A ciência sem a religião é manca, a religião sem a ciência é cega”, o homem sem Deus está incompleto, o seu anseio pela Eternidade não pode ser preenchido … tal como uma panela que possui apenas uma única tampa apropriada, o vazio do homem no que tange às questões da eternidade só pode ser preenchido pelo Eterno, o SENHOR e Criador de todas as coisas.

O homem é incapaz de compreender a abrangência e o propósito de toda a criação se não olhar para ela pelos olhos do seu Criador, seria como observar apenas algumas notas soltas da sinfonia número 11 de Beethoven sem jamais compreender a beleza e a musicalidade de toda a sinfonia, quando essas notas são dispostas juntas e na ordem pelo seu compositor. Para tal, o SENHOR tem nos revelado, através de Sua Palavra, aquilo que Ele deseja que saibamos para este tempo, pois Ele mesmo deixou claro que há muito mais por vir e o que chamamos de fim das coisas, para Ele nada mais é do que um novo começo … e muito melhor do que o anterior!!! Busque ao SENHOR, Ele Se aproxima e Se revela para aqueles que O buscam de TODO o coração e com TODA a força do seu ser … dessa forma então o seu anseio pela eternidade será completamente saciado!!!

Deus lhe abençoe e resplandeça o Seu Rosto sobre você!!! 🙏❤️

A Infinidade do SENHOR

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Quando medito sobre a infinidade do SENHOR, muitas vezes este versículo da oração de Salomão durante a inauguração do Templo me vem à mente:

Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.” (1 Reis 8:27b) (2 Crônicas 6:18b)

Ao refletir na infinidade do Eterno, o Altíssimo, lembro de duas palavras: imensidão e onipresença. Num certo sentido são termos sinônimos, porém, cada um deles possui uma conotação diferente em relação às perfeições divinas.

A “imensidão” assinala o fato de que Deus transcende a todo espaço sem ficar sujeito às limitações do mesmo, Ele é infinito em relação ao espaço.

A “onipresença” indica que Deus enche cada parte do espaço com seu Ser completo. Quem acompanha as minhas postagens, já deve ter observado essa minha análise sob o ponto-de-vista da Física Quântica, onde o paradoxo “onda/matéria” aponta para o SENHOR como o determinador último da situação do universo a cada momento ( veja esta minha reflexão sobre isso neste outro post, aqui: https://www.facebook.com/DioneiCleberVieira/posts/1338429386187067 ).

Segundo Louis Berkhof: “Enquanto a imensidão dá ênfase à transcendência de Deus, a onipresença dá ênfase à sua imanência. Deus está imanente em todas as suas criaturas, em sua criação total, mas de maneira alguma encerrado por ela”.

Deus está além do espaço e não se confunde com ele. Ele enche o céu e a terra, mas estes não podem contê-lo, porque Ele está além deles e acima deles, como declara Salomão no versículo acima compartilhado. A essência de Deus não se confunde com a da Sua criação. Está presente nela por inteiro, sem se misturar com ela (veja a minha reflexão sobre isso a partir da Física Quântica anteriormente mencionada). De certa forma, como a luz do Sol está presente no ar, mas não se mistura com ele, assim Deus está presente e enche todas as coisas, mas é totalmente independente das mesmas.

Salomão fica pasmo de que um Deus tão grande possa habitar num espaço tão pequeno de um universo feito com as Suas próprias mãos, enchendo-o com toda a plenitude de Seu Ser. Salomão pasma-se ainda que Deus possa habitar num espaço menor ainda que é um templo de alguns poucos metros, feitos pelas mãos de homens, mas enchendo-o também com a plenitude do Seu Ser! Esta é a onipresença de Deus.

Toda essa reflexão fica ainda mais interessante quando pensamos em Cristo, em quem habita, corporalmente, TODA a plenitude divina como ressalta Colossenses 2:9:

porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.

Medite … reflita nessas coisas e você perceberá que não existem problemas que se possam comparar à infinitude do nosso Deus!!! Descanse nEle, pois Ele definitivamente é SENHOR!!!