Levi aos Seus Descendentes Levitas: “Não Deixem o Prego Tocá-lo”

Os Pergaminhos do Mar Morto ( também conhecidos como os Pergaminhos das Cavernas de Qumran ) são antigos manuscritos judaicos religiosos, principalmente hebraicos, encontrados a partir de 1947 ao longo de 11 Cavernas em Qumran, na Cisjordânia, perto do Mar Morto e os seus muitos pergaminhos têm um grande significado histórico, religioso e lingüístico porque incluem o segundo mais antigo manuscrito sobrevivente conhecido de obras mais tarde incluídas no cânon da Bíblia, junto com manuscritos deuterocanônicos e extra-bíblicos que preservam evidências da diversidade do pensamento religioso no tempo de Jesus, visto que grande parte dos pergaminhos são datados entre o segundo e o primeiro séculos antes de Cristo.

Aqui neste artigo quero tratar em particular dos Manuscritos do Mar Morto 4Q540 e 4Q541 ( vide imagem acima e pode ser visto aqui ) que referem-se à primeira e segunda cópias de um manuscrito encontrado na caverna 4 de Qumran ( por isso o prefixo 4Q nestes manuscritos ), que são conhecidos também como Apócrifo de Levi. Eles estão escritos em aramaico e são indicados pelos sobrescritos “a” e “b”. Estes dois manuscritos são datados em 100 aC. O manuscrito aborda o assunto que também é encontrado na antiga obra em grego conhecida como “Testamento de Levi“. O texto diz respeito a um sacerdote futuro ao tempo de Levi e Arão que seria muito importante e que teria papéis particulares envolto em muito sofrimento, possivelmente sendo morto. Esse papel de sacerdote que sofreria pelo povo, descrito nos pergaminhos, remete ao papel de Jesus como o Messias devido as suas muitas similaridades entre as profecias do pergaminho, escrito ainda 100 anos antes da Primeira Vinda de Cristo, e os fatos que envolveram a vida, morte e ressurreição de Jesus.

Em particular o pergaminho 4Q541 impacta significativamente sobre a questão do entendimento de quem seria o Servo Sofredor descrito em Isaías 53 e também do Servo em Isaías 42, quer o papel sacerdotal incluísse ou não o sofrimento pelo bem dos outros. O autor do pergaminho ( alguns estudiosos o atribuem a Arão ) usa uma linguagem muito similar às passagens do Servo do livro de Isaías e isso parece apoiar o entendimento de que haveria um “sacerdote escatológico” ( lembre aqui que o texto é antes de Cristo, então essa escatologia refere-se à primeira vinda de Cristo do ponto de vista do judeu que vivia naquele tempo ); e esse sacerdote sofreria muito, possivelmente um sofrimento que envolvesse a morte, e essa morte traria benefícios jubilosos.

Essa evidência do “Servo Sofredor” que pode ser percebida no manuscrito 4Q541 é consistente para se entender, por exemplo, as palavras da interpretação do evangelho de Marcos à luz de Isaías. Marcos apresenta Jesus como alguém cuja vocação desde o princípio é tanto sacerdotal como sacrificial, envolvendo a morte. No batismo de Jesus, o vocabulário de Marcos de ter os céus abertos ( rasgados ) pode ser entendida como uma antecipação deliberada do rasgar do véu do Templo no momento da morte de Jesus ( Mc 15:38 ), o que é um eco do que está escrito no Testamento de Levi 10:3 … “E lidareis sem lei para junto com Israel, assim Ele não suportará Jerusalém por causa da sua maldade; mas o véu do templo deverá ser fendido ( aberto ), de modo a não cobrir a sua vergonha“.

Dessa forma a vocação de Jesus para ser o “Servo Sofredor” ( Is 53; Is 42; Mc 1:11 ), denota a Sua vocação para a morte sacrificial, porém a Sua morte concederá acesso ao Santo dos Santos, onde apenas o Sumo Sacerdote poderia adentrar uma vez por ano. As ligações entre o pergaminho 4Q541, a figura sacerdotal do Testamento de Levi e o Servo Sofredor de Isaías são muitas, o que mostra que muitos dos judeus no tempo de Jesus tinham os elementos necessários e testemunhais proféticos para compreenderem o papel do Messias para a remissão de Israel; e o fato de os líderes Levitas da época não o reconhecerem como tal, aumenta sobre os mesmos o “peso” de não compreenderem o tempo e a época em que viviam, sendo assim, diante de tantos elementos que conhecemos agora não é surpresa alguma as palavras de Jesus aos mesmos quando disse …

Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época ( καιρος kairos )?” (Lucas 12:56)

Isso nos leva a refletir se hoje os “sacerdotes” de nossa época atual também não cometem o mesmo erro novamente quando estamos às vésperas da Segunda Vinda de Cristo, à exemplo dos sacerdotes no tempo da Primeira Vinda. Afinal, temos ainda mais elementos proféticos em enorme abundância para discernir o tempo e a época em que vivemos e, agora diante dos muitos manuscritos antigos descobertos, se percebe também que os tinham os judeus no tempo de Cristo, visto o que muitos desses pergaminhos antigos nos mostram, tal como o 4Q541 aqui citado.

O nono fragmento do pergaminho 4Q541, apresenta muitos paralelos com o Testamento de Levi, que ressaltam o papel da figura messiânica como um sacerdote que ensina com muita propriedade as palavras do SENHOR, mas que é objeto de escárnio e de violência. Por exemplo, o 4Q541 9 I,2 menciona “Sua sabedoria” e “Ele fará expiação“. O 4Q541 9 I,3 menciona “Sua palavra“, “Seu ensinamento“. O 4Q541 9 I,5-7 menciona “eles falarão muitas palavras contra Ele“, “eles inventarão fábulas contra Ele” e “a violência será o seu cenário“. Você poderá perceber essas ligações aqui em alguns destes textos traduzidos de alguns dos fragmentos destes pergaminhos …

… palavras … e de acordo com a vontade de … para mim. Mais uma vez ele escreveu … eu falei deles em parábolas … estava perto de mim. Portanto, estava longe longe de mim … A visão será profunda … a fruta …” (Coluna 1, Fragmento 2 )

coisas profundas … aqueles que não entendem. Ele escreveu … e ele acalmou o grande mar … Então os livros da sabedoria serão abertos … por sua palavra …” ( Coluna 1, Fragmento 6 )

Deus … Você receberá o aflito … abençoará seus holocaustos e Você estabelecerá para eles um alicerce de Sua paz … seu espírito, e você se regozijará em seu Deus. Agora Eu estou falando com você em parábolas … regozije-se. Eis que os sábios compreenderão as visões e compreenderão os profundos mistérios, e é por isso que falo em parábolas. O grego … [ não temente a Deus ] nunca entenderá. Mas o conhecimento da sabedoria virá até você, pois você recebeu … você irá adquirir … Persiga a sabedoria e continue a buscá-la. Deixe ela se tornar uma parte de você. Eis que lhe alegrarás e lhes dará um lugar.” ( Coluna 2 )

Sua sabedoria será grande. Ele fará expiação por todos os filhos de Sua geração. Ele será enviado a todos os filhos de Sua geração. Sua palavra será como a palavra do céu, e Seu ensino será de
acordo com a vontade de Deus. Seu eterno sol vai brilhar. O fogo será aceso em todos os cantos da terra. Vai brilhar na escuridão. Então a escuridão desaparecerá da terra e a escuridão profunda da terra seca. Eles falarão muitas palavras contra Ele. Haverá inúmeras mentiras. Eles vão inventar histórias [ fábulas ] sobre Ele. Eles dirão coisas vergonhosas sobre Ele. Ele derrotará Sua geração má e haverá grande ira. Quando Ele surgir, haverá falsidade e violência, e o povo se desviará em Sua terra e será confundido.” ( coluna 4 )

Em particular o fragmento 24 ( coluna 6 ) do pergaminho 4Q541 provou ser intrigante para muitos estudiosos. Como um todo, o pergaminho pertence claramente ao gênero testamentário, e muitos ( incluindo o autor ) o consideraram parte da literatura associada ao nome de Levi; ou uma parte do chamado “Levítico Aramaico”, de alguma forma ligada aos precursores semitas do Testamento de Levi. Das seis linhas do fragmento, as três primeiras são virtualmente ilegíveis. Entretanto, pode-se ler as linhas 4-6 do pergaminho da seguinte forma:

Sua tradução é um tanto complexa e envolve algumas linhas de compreensão, entre elas, uma tradução seria a seguinte ( acréscimos meus em colchetes ):

Deus corrigirá todos os erros [ pecados ] … Ele revelará e julgará os pecados … Aprenda completamente porque Jonas chorou. Não destruirá os fracos pelo desperdício ou pela crucificação … Não deixe o prego tocá-lo. Então você aumentará para o teu pai [ Levi ] um nome de alegria e para todos os teus irmãos [ levitas ] um alicerce firme, vais compreender e regozijar-te na luz eterna e você não será inimigo de Deus.

Não deixa de ser tanto surpreendente quanto misterioso ler “Não deixe o prego tocá-lo [ ou aproximar-se dele ]” para um leitor no tempo de Jesus, visto que esse manuscrito foi escrito quase 100 anos antes de Cristo, mas para alguém atento aos muitos textos e profecias da época, haja visto a quantidade deles nos pergaminhos do Mar Morto, não seria difícil compreender o papel de Jesus em seu tempo indo para a crucificação, onde foi então pregado na cruz por mãos e pés! Não por acaso, os muitos sinais realizados por Jesus e os eventos que sucederam a Sua morte e ressurreição testemunharam que sem dúvida Ele é o Messias previsto nas Escrituras e até mesmo em muitos textos e profecias não canônicas do tempo de Jesus. Que dizer então para nós que temos hoje tantos e tantos testemunhos provenientes das Escrituras e de outros textos que mostram isso e que, não por acaso, também nos foram descortinados ainda novos elementos a partir de 1947 ( ano em que o Estado Judeu renasceu por meio da ONU em novembro ) que evidenciam tudo isso com ainda mais força e intensidade.

Assim como os israelitas que viviam no tempo de Cristo tinham muitos textos que apontavam para a Primeira Vinda do Messias com riqueza de detalhes para que esses mesmos textos servissem de testemunhas contra eles, pois não apenas os sinais que Jesus realizava mostravam quem Ele era, mas também as profecias escritas em diversos textos da época que Ele cumpria também serviam de testemunha, assim acredito que o é hoje, onde temos também vários textos e sinais que apontam que vivemos à época da Segunda Vinda de Cristo e às vésperas de um tempo único de mudanças, mas assim como grande parte dos sacerdotes da época, os levitas de seu tempo, foram negligentes com os textos e sinais da Primeira Vinda de Cristo, assim grande parte dos “sacerdotes” de nosso tempo o são no que se refere a Segunda Vinda de Cristo. Que não sejamos nós também chamados de “Hipócritas” por Cristo como o foram os primeiros!

A cada dia que se passa parecem sumir dos púlpitos as mensagens referentes a Segunda Vinda de Cristo e não são poucos os “sacerdotes” de nosso tempo que fogem das questões escatológicas ou de livros das Escrituras que tratam desse tema por alegações tolas de que são textos complexos ou misteriosos demais … bobagem, para isso temos o Espírito Santo em nós; para nos auxiliar a descortinar aquilo que se esconde por detrás do véu, como é o significado do Apocalipse.

Os sacerdotes do tempo de Jesus foram instruídos com antecedência a não deixarem o prego se aproximar do “Servo Sofredor” para que aos levitas daquele tempo tivessem recebido um bom nome e não fossem feitos inimigos de Deus, entretanto, como mostra a história estes não seguiram a instrução e foram muitos colocados junto aos inimigos de Deus naquele tempo …; da mesma forma em nosso tempo há muitos avisos contra os que dormem e sobre o risco da apostasia no tempo da Segunda Vinda, porém, que desta vez os alertas e as instruções possam encontrar ouvidos não surdos, mas atentos e vigilantes!

Que o SENHOR lhe abençoe, desperte e você seja encontrado vigilante! 🙏❤️

O Cântico dos Cânticos e a Intimidade com o SENHOR

O livro de Cântico dos Cânticos, devido a sua natureza e linguagem, é bem pouco explorado em estudos, sermões e até mesmo em artigos de teologia. Não é comum ver grupos de estudo nas igrejas ou seminários fazendo análises ou aulas demoradas sobre este livro. Entretanto, quando lemos a importante e enfática advertência do apóstolo Pedro registrada em 2 Pedro 1:20 que diz: “sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular interpretação“, nós entendemos que as Escrituras possuem muitas camadas de revelação. Portanto, em relação ao conteúdo do livro de Cântico dos Cânticos, assim também o é das mais variadas formas e aqui eu vou fazer uma breve análise sobre um de seus aspectos, dentro de suas múltiplas camadas de revelação, enfocando o seu vínculo e simbologia que tipifica a união do SENHOR com o Seu povo, de Cristo com a Sua Igreja.

Primeiro é importante entender que, quando o SENHOR disse: “E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar ( שׂכנּ “shakan” ) no meioתוךְ “tavek” ) deles” (Êxodo 25:8), no Sinai o SENHOR já definiu de uma forma cifrada o Seu profundo e extenso propósito, pois os termos usados para “habitar no meio” em hebraico são שׂכנּshakan” e תוךְtavek“, respectivamente, que denotam também pelos seus muitos significados “fazer morada dentro” de cada um, tal como ocorre em nós hoje por meio da Nova Aliança onde Espírito do SENHOR habita em cada um de nós.

É importante entender que o SENHOR não deseja simples e unicamente que O obedeçam, o que Ele busca em cada um de nós é algo muito além disso, o SENHOR deseja se relacionar de forma íntima com cada um de nós … obedecer é apenas um dos muitos aspectos de um relacionamento profundo. Em vista disso, não é por acaso que a palavra que o SENHOR escolheu no texto citado de Êxodo é שׂכנּshakan“, pois ela vem da raiz שׂכבshakab” que significa “deitar, no sentido de se ter relações sexuais“, ou seja, o SENHOR expressa em Êxodo que o Seu intuito não é simplesmente habitar entre a Sua criação, mas de ter uma relação de tal maneira íntima com cada um de nós que, por tipologia, é comparável ao relacionamento sexual entre um casal, ou seja, o maior nível de intimidade possível onde dois se tornam um ( vide Gênesis 2:24 ). É por essa razão que a tipologia do casamento de Deus com Israel é tão recorrente nas Escrituras ( vide Jeremias 31:32 ), assim como o seu reflexo no Novo Testamento por meio do casamento de Cristo com a Igreja ( vide Apocalipse 19:7-9 ). E também por isso a linguagem visceral observada em Cântico dos Cânticos se aplica tão adequadamente a essa representação, como poderá ver nesse exemplo a seguir …

O meu amado é para mim um saquitel de mirra, posto entre os meus seios. Como um racimo de flores de hena nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado. Esposo: Eis que és formosa, ó querida minha, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Esposa: Como és formoso, amado meu, como és amável! O nosso leito é de viçosas folhas, as traves da nossa casa são de cedro, e os seus caibros, de cipreste” (Cântico dos Cânticos 1:13-17)

A união com Deus por meio de Cristo é a grande promessa e o propósito culminante de toda a Bíblia ( vide o meu artigo anterior sobre esse tema, aqui ). Mas a que devemos comparar esta união?! Deus apareceu a Moisés em uma chama de fogo na sarça ardente e conduziu Israel através do deserto por uma coluna de fogo. Ele acendeu as almas de Seu povo com línguas de fogo no Pentecostes ( Atos 2:3 ) e apareceu ao Apóstolo João com olhos como chamas de fogo ( Apocalipse 1:14 ). Não há absolutamente nada desapaixonado sobre Deus na Bíblia. Não há limites para o amor ardente que Ele tem por nossas almas, como Ele provou com absoluto e indescritível amor ao dar o Seu Filho na Cruz. Em termos naturais, o Cântico dos Cânticos é um romance desenfreado e explicitamente erótico entre o rei Salomão e a sua noiva, repleto de gritos de alegria e deleite sensual.

A teologia reformada em algumas de suas correntes, devido ao seu método por vezes deficiente de interpretação, centrado muitas vezes apenas na literalidade dos textos, acaba por não enxergar toda a revelação que o Cântico dos Cânticos possui e os seus vínculos com os demais livros da Bíblia, em particular com Apocalipse. Pois o livro declara o amor de Deus de um modo que poucos homens ou mulheres poderiam deixar de apreciar porque toca, com imagens físicas viscerais, o mais intenso e universal de todos os nossos desejos – dar e receber amor.

Deus escolheu esta imagem para evocar os mais profundos sentimentos que Ele mesmo colocou em nós quando nos criou “à imagem de Deus … macho e fêmea” (Gênesis 1:27). No livro de Cântico dos Cânticos, Deus Se revela como o Amante de nossas almas e nos conduz como o nosso Amado Pastor aos “altos” da Escritura por meio de analogias, alegorias, metáforas e tipologias, mostrando-nos o real caminho para o cumprimento do primeiro e maior mandamento: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Deuteronômio 6:5). É para isso que nós fomos criados … o SENHOR deve ser o amor consumidor de nossos corações, porque este é o propósito consumado de nossa criação.

O título do livro “Cântico dos Cânticos” vem de seu primeiro verso … “Cântico dos cânticos de Salomão” (Cântico dos Cânticos 1:1) … e sua construção e forma expressam a sua excelência superior como a melhor de todas as canções. Construções semelhantes são usadas em títulos como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” para denotar a suprema soberania de Cristo ( vide Apocalipse 19:16 ) e “Santo dos Santos” para denotar a parte mais sagrada do Templo. Este último aparece freqüentemente nas descrições do Canto Divino, sendo o mais antigo do primeiro século quando Rabi Akiva defendeu a sua inclusão no cânon, dizendo:

O universo inteiro é indigno do dia em que o Cântico dos Cânticos foi dado a Israel. Porque todos os escritos são santos, mas o Cântico dos Cânticos é o Santo dos Santos.

Dezoito séculos depois, Charles Haddon Spurgeon, o “príncipe dos pregadores” na Inglaterra do século XIX, usou a mesma linguagem em seu sermão “Um Feixe de Mirra” no qual ele explicou que …

assim como no Templo um véu bloqueava a entrada para o Santo dos Santos, assim há um véu sobre os olhos de todos que se aproximam da Canção Divina despreparados, seja por meio de imaturidade espiritual ou por meio de descrença.

Não por acaso, há um vínculo entre o livro de Cântico dos Cânticos com o livro de Apocalipse, pois Apocalipse trata dos eventos que levam a consumação final do casamento de Cristo com a Sua Igreja e você pode perceber termos comuns que ecoam em trechos similares e comparáveis, como nesses exemplos abaixo:

CÂNTICO DOS CÂNTICOS de Salomão. Esposa: Beija-me com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. Suave é o aroma dos teus ungüentos, como ungüento derramado é o teu NOME; por isso, as VIRGENS te amam. LEVE-ME COM VOCÊ! Vamos depressa!” (Cântico dos Cânticos 1:1-4a) Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o Seu NOME e o NOME de Seu Pai. Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa. Entoavam NOVO CÂNTICO diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o CÂNTICO, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. São estes os que não se macularam com mulheres, porque são VIRGENS. São eles os SEGUIDORES DO CORDEIRO POR ONDE QUER QUE VÁ.” (Apocalipse 14:1-4a)
Esposa: Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a VOZ DO MEU AMADO, que está BATENDO: Esposo: ABRE-ME, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha” (Cântico dos Cânticos 5:2a) Eis que estou à porta e BATO; se alguém ouvir a MINHA VOZ e ABRIR a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, Comigo.” (Apocalipse 14:1-4a)
O MEU AMADO É MEU, E EU SOU DELE; ele apascenta o seu rebanho entre os lírios.” (Cântico dos Cânticos 2:16) O vencedor herdará estas coisas, e EU LHE SEREI DEUS, E ELE ME SERÁ FILHO.” (Apocalipse 14:1-4a)

Eu poderia acrescentar muitos outros paralelos e similaridades, tais como os selos, as juras de amor, o casamento, entre outros, mas acredito que o meu ponto já está devidamente colocado.

Enfim, o livro de Cântico dos Cânticos possui muita riqueza para nos ensinar, desde os nossos relacionamentos conjugais até o nosso relacionamento com o SENHOR e isso em grande profundidade, além de vários outros aspectos proféticos e simbólicos que estão cifrados em todo o texto. Espero que você olhe para esse livro agora com outros olhos … olhos atentos, curiosos e de discernimento diante dos textos.

Que o SENHOR lhe ilumine e abençoe! 🙏❤️