Os Emirados Árabes Unidos designaram a instituição de caridade IRW, a qual tem uma filial na América, como sendo uma organização terrorista e mantém a designação.
por Ryan Mauro,
A ‘Islamic Relief Worldwide’ (IRW), a maior instituição de caridade muçulmana do mundo, com uma filial nos Estados Unidos, anunciou que uma auditoria independente a isentou de ter laços com o terrorismo. Os Emirados Árabes Unidos e Israel mantém as suas acusações, com o último dizendo que a IRW envia “milhões” para o Hamas anualmente.
Em julho, Israel proibiu a IRW da Cisjordânia por supostamente financiar ao Hamas. Agências locais da IRW foram acusadas de serem lideradas por membros do Hamas. Em 2006, Israel prendeu e deportou o diretor de Gaza da IRW por financiar ao Hamas. Os israelenses disseram que ele confessou durante o interrogatório e que a documentação de seu computador confirmou a colaboração secreta.
Em novembro, o governo muçulmano dos Emirados Árabes Unidos (EAU) designou a IRW e mais de 80 outros grupos como sendo organizações terroristas. Os Emirados Árabes Unidos manteve a ação e disse que a balbúrdia pública a respeito das designações foi orquestrada pelas afiliadas da Irmandade Muçulmana.
O Egito elogiou os Emirados Árabes Unidos por designarem os grupos terroristas. O governo do Kuwait está dizendo agora que ele e o Conselho de Cooperação do Golfo com seis membros estão pensando em adotar a lista dos Emirados Árabes Unidos.
A Islamic Relief dos EUA realizou a sua reunião de gala anual em Anaheim, Califórnia, em 20 de dezembro de 2014. Um dos dois porta-vozes é um clérigo radical, Zaid Shakir. Outra mantenedora para as suas operações palestinas no Texas, em 11 de janeiro de 2015 apresentou o clérigo radical Siraj Wahhaj.
A IRW negou ter quaisquer vínculos terroristas e disse que iria contratar um auditor independente para rever todo o seu trabalho de caridade, as transações financeiras, funcionários e colaborações com outras organizações.
Seu comunicado de imprensa de 12 de dezembro afirma que a auditoria constatou “absolutamente não ter nenhuma evidência de quaisquer ligações com o terrorismo” e em nenhuma das dezenas de auditorias independentes realizadas em países ao redor do mundo a cada ano.
“A Islamic Relief abomina o terrorismo em todas as suas formas. Nós somos uma organização independente, imparcial, puramente humanitária, cujo único foco é aliviar a pobreza e sofrimento”, diz.
A IRW não identificou o auditor independente por causa de “sensibilidades na região”. Um grupo que abarca cerca de uma dezena de instituições de caridade britânicas chamado Comitê de Emergência de Desastres disse que reviu o estudo do auditor e não viu evidências de que a IRW está usando indevidamente os fundos.
O anúncio coincidiu com o lançamento de imagens da IRW mostrando os danos ao seu escritório na Cisjordânia a partir de um ataque israelense em junho.
O CEO da IRW, Mohamed Ashmawey, disse que sua organização realizou operações de controle de todos os 2.500 funcionários que usam o software que utiliza centenas de bases de dados do fundo. Ele disse que eles também examinaram 276 colaboradores anteriores nos Territórios Palestinos.
Israel respondeu com a cobrança de que a IRW “angaria milhões de dólares por ano para instituições do Hamas. A decisão de designar a caridade como uma ‘associação ilícita’ é parte da ação de Israel para conter a atividade terrorista do Hamas”.
A Islamic Relief engana sobre o seu único “problema”
O único “problema”, disse Ashmawey, foi que ele descobriu que um único funcionário trabalhava para a Universidade Islâmica de Gaza, que Israel tinha designado como uma frente terrorista. Ashmawey disse que não há outros países que concordam com a avaliação e os EUA ainda deu-lhe um financiamento.
Essa descrição da Universidade Islâmica de Gaza não é inteiramente correta por várias razões.
Em primeiro lugar, o Departamento de Justiça dos EUA designou a Universidade Islâmica de Gaza como um co-conspirador não incriminado no julgamento da Fundação Terra Santa, uma frente da Irmandade Muçulmana dos EUA que financiou o Hamas. Ela foi considerado como uma entidade de infra-estrutura social do Hamas.
A escola foi fundada por um operador sênior do Hamas, Mousa Abu Marzook, e recebeu dinheiro da Fundação Terra Santa. Em agosto, Israel bombardeou uma instalação de “desenvolvimento de armas” que estava dentro da universidade.
Em 2006, o Professor Jameela El-Shanty da Universidade Islâmica de Gaza (IUG), que também é um membro do parlamento do Hamas, disse: “o Hamas construiu esta instituição. A universidade apresenta a filosofia do Hamas. Se você quer saber o que o Hamas é, você pode conhecê-lo a partir da universidade”.
Em segundo lugar, a relação entre a IRW e a Universidade Islâmica de Gaza é muito mais do que a partilha de um ex-funcionário. Samuel Westrop descobriu que a IRW provavelmente tenha financiado a instituição.
A página agora excluída do site da escola, foi salva pela última vez em julho de 2013, e apresenta uma jactância de imprensa de uma delegação da filial britânica da IRW vindo para a escola. A declaração agradece a IRW por um “apoio” não especificado. É muito provável que significava apoio financeiro com base de que participou do evento.
Os funcionários da IRW incluídos na reunião eram o seu presidente do conselho, o diretor do Departamento Financeiro do Oriente Médio, o coordenador do Departamento de Financiamento do Oriente Médio e o seu Diretor do Escritório de Gaza.
Os funcionários da Universidade Islâmica de Gaza presentes eram o seu presidente, o vice-presidente para assuntos administrativos, o reitor da Faculdade de Medicina e o diretor de relações públicas.
A IRW admite ligações com a Irmandade Muçulmana
O CEO da IRW, Ashmawey, admitiu ter origens do seu grupo na Irmandade Muçulmana, dizendo que “não há como negar a história”.
Ele confirmou que Essam El-Haddad, membro da Irmandade Muçulmana no Egito agora, é um dos fundadores da organização. Ele era um administrador por “muitos anos” e foi o presidente do conselho até que renunciou em 2012 para mover-se para o Egito e servir com a Irmandade Muçulmana.
El-Haddad foi um dos principais assessores do presidente egípcio Morsi, líder político da Irmandade. Seu título foi alternativamente descrito como “conselheiro de segurança nacional” ou “o assistente do presidente egípcio para Relações Exteriores e Cooperação Externa”.
Ele parecia agir como o gerente da relação egípcio-iraniano e teria ido trabalhar com a Força da Guarda Revolucionária iraniana para desenvolver as forças de segurança egípcias. El-Haddad também se reuniu com o presidente iraniano Ahmadinejad e prometeu laços mais estreitos.
Contrariamente às afirmações da Irmandade e dos seus apoiadores, a Irmandade é uma organização violenta. O Hamas é sua asa na autoridade palestina. O presidente egípcio El-Sisi explicou ao Washington Post no ano passado, “O Hamas é parte da Irmandade Muçulmana”.
O CEO Ashmawey também fez um comentário perspicaz sobre a influência da Irmandade no Ocidente.
“Se isso é um crime por ter alguém como fundador sendo um membro da Irmandade Muçulmana, eles vão ter que fechar 50 por cento das mesquitas no Ocidente, porque eles também tiveram fundadores deste grupo”, disse ele.
O site Project Clarion tem documentado de perto as ligações da Irmandade com a Islamic Relief dos EUA, a filial americana da IRW.
Ligações da IRW com os afiliados do Hamas na Turquia
O auditor independente, sem nome, contratado pela IRW, aparentemente não viu nenhum problema com a parceria da IRW com a Fundação Ajuda Humanitária (IHH), em Istambul, Turquia.
Uma coalizão bipartidária de 87 membros do Congresso pediram ao governo norte-americano para designarem a IHH como um grupo terrorista. Alemanha, Israel e Holanda já o fizeram.
A IHH tem ligações diretas com o Hamas e é abertamente favorável ao grupo terrorista. Ele tem fortes laços com o governo turco e com escudos humanos ainda registrados em Gaza durante a última rodada da luta Israel-Hamas.
Um dos fundadores da IRW é o Dr. Hany Al-Banna, um membro da Irmandade Muçulmana no Egito, que é um fã de Sayyid Qutb, o pregador da Irmandade creditado como que inspirando legiões de jihadistas violentos, incluindo Osama Bin Laden.
Al-Banna e um fundador da IHH juntos estabeleceram o Fórum Humanitário no Reino Unido, juntamente com a corrente oficial da IRW, Abdul-Wahab Noorwali.
O site lista Huseyin Oruc como um administrador e fundador. Sua biografia diz que ele conseguiu a “Flotilha da Liberdade” do IHH, que provocou um choque violento com as forças israelenses por violarem o bloqueio à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas.
Outro administrador do Fórum Humanitário da IRW vinculado ao IHH é Ibrahim Hassaballa. Ele costumava ser o Director-Geral da Organização Beneficente Islâmica Internacional no Kuwait.
Este grupo tem ligações fortes com a Irmandade Muçulmana, inclusive tendo o líder espiritual da Irmandade, Yousef al-Qaradawi, como membro do conselho de administração. O governo dos EUA acusou-o de supervisionar uma rede de financiadores do Hamas.
O Grupo Consultivo do Fórum Humanitário inclui a IRW, a IHH, a Organização Beneficente Islâmica Internacional, a Assembleia Mundial da Juventude Muçulmana (conhecida por promover Wahhabism) e a Fundação Imã Khomeini Relief no Irã.
Recentemente, foi descoberto que três escritórios da IRW – Reino Unido, Alemanha e Australia – trabalharam estreitamente com a IHH, graças ao blog de dinheiro da Jihad. O site da IHH tem uma página que descreve a colaboração dos dois grupos na prestação de ajuda aos sobreviventes do terremoto.
Além disso, a Islamic Relief dos EUA diz que oferece ajuda para a Síria, “através de escritórios parceiros na Turquia”. A IRW não tem uma filial na Turquia. Está quase certamente referindo-se a IHH e optou por deixar o seu nome de fora.
Conclusão
Israel e os Emirados Árabes Unidos, não apenas consideram qualquer caridade muçulmana de serem ligadas ao terrorismo. Há evidências que os levaram a essa decisão. Mesmo a admissão das origens da Irmandade Muçulmana da IRW são incriminatórias, porque é um movimento islâmico violento, inseparável do Hamas.
* Artigo traduzido por mim, link do original aqui: Largest Islamic Charity Sends Millions to Hamas Yearly