por Soeren Kern
- O verdadeiro número de crimes cometidos por migrantes em 2015 na Alemanha pode ultrapassar os 400.000.
- O relatório não inclui dados dos crimes cometidos em Reno, Norte da Westphalia, o estado mais populoso da Alemanha e também o estado com o maior número de migrantes. Colônia é a maior cidade do Reno, Norte da Westphalia, onde na Passagem do Ano Novo centenas de mulheres alemãs foram violentadas por migrantes.
- “Por anos a fio a política praticada foi a de deixar a população alemã no escuro no que tange a verdadeira situação da criminalidade… Os cidadãos estão sendo feitos de bobos. Em vez de dizer a verdade, as autoridades do governo estão fugindo da sua responsabilidade, jogando a culpa nos cidadãos e na polícia”. — André Schulz, diretor da Associação dos Peritos Criminais da Alemanha.
- 10% dos migrantes que estão fugindo do caos que assola o Iraque e a Síria conseguiram chegar à Europa até agora: “oito a dez milhões de migrantes ainda estão a caminho”. — Gerd Müller, Ministro do Desenvolvimento.
De acordo com um relatório confidencial da polícia, que foi vazado para o jornal alemão Bild,migrantes cometeram 208.344 crimes em 2015. Essa cifra representa um salto de 80% em relação a 2014, se traduzindo em cerca de 570 crimes cometidos por migrantes a cada dia, ou seja, 23 crimes por hora, entre janeiro e dezembro de 2015.
No entanto, o verdadeiro número de crimes cometidos por migrantes é muito maior porque o relatório elaborado pelo Departamento Federal de Polícia Criminal (Bundeskriminalamt, BKA) abrange somente crimes esclarecidos (aufgeklärten Straftaten). De acordo com a Statista, a agência de estatística alemã, em média apenas cerca da metade de todos os crimes cometidos na Alemanha, em um dado ano, é solucionado (Aufklärungsquote). A implicação disso é que o verdadeiro número de crimes cometidos por migrantes em 2015 pode ultrapassar os 400.000.
Além disso, o relatório “Crime no Contexto da Imigração” (Kriminalität im Kontext von Zuwanderung), utiliza apenas dados de 13 dos 16 estados da federação alemã.
O relatório não inclui dados dos crimes cometidos em Reno, Norte da Westphalia, o estado mais populoso da Alemanha e também o estado com o maior número de migrantes. Colônia é a maior cidade do Reno, Norte da Westphalia, onde na Passagem do Ano Novo centenas de mulheres alemãs foram violentadas por migrantes. Ainda não está claro, a razão desses crimes não fazerem parte do relatório.
No relatório também não constam dados dos crimes cometidos em Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, e Bremen, a segunda cidade mais populosa do Norte da Alemanha.
E não para por aí, muitos crimes simplesmente não são denunciados ou são deliberadamente ignorados: líderes políticos em toda a Alemanha deram ordens à polícia para fazer vista grossa em face dos crimes cometidos por migrantes, aparentemente para evitar alimentar sentimentos anti-imigração.
De acordo com o relatório, a maioria dos crimes foi cometido por migrantes oriundos da: Síria (24%), Albânia (17%), Kosovo (14%), Sérvia (11%), Afeganistão (11%), Iraque (9%), Eritréia (4%), Macedônia (4%), Paquistão (4%) e Nigéria (2%).
A maioria dos crimes cometidos pelos migrantes envolvia roubo (Diebstahl): 85.035 incidentes em 2015, aproximadamente o dobro de 2014 (44.793). Em seguida vieram os crimes contra a propriedade e falsificação (Vermögens- und Fälschungsdelikte): 52.167 incidentes em 2015.
Além disso, em 2015 migrantes se envolveram em 36.010 casos registrados de agressão, lesão corporal e roubo (Rohheitsdelikte: Körperverletzung, Raub, räuberische Erpressung), em termos gerais o dobro dos casos registrados em 2014 (18.678). Também em 2015, houve 28.712 incidentes registrados de evasão de pagamento de passagens no sistema de transporte público (Beförderungserschleichung).
Também houve 1.688 abusos sexuais registrados, cometidos contra mulheres e crianças, incluindo 458 estupros ou atos de coerção sexual (Vergewaltigungen oder sexuelle Nötigungshandlungen).
Segundo o relatório, migrantes foram acusados de 240 tentativas de assassinato (Totschlagsversuch, em 2015, comparados a 127 em 2014. Em dois terços dos casos, os criminosos e as vítimas eram da mesma nacionalidade. Houve 28 assassinatos: migrantes assassinaram 27 migrantes, bem como um alemão.
Para completar, o relatório atesta que 266 indivíduos foram considerados suspeitos de serem jihadistas se passando por migrantes, foi constatado que 80 deles não eram jihadistas e 186 casos ainda estão sendo investigados. A infiltração de jihadistas no país, de acordo com o relatório, é “uma tendência crescente”.
O relatório deixa muito mais perguntas do que respostas. Continua sem resposta, por exemplo, como a polícia alemã define o termo “migrante” (Zuwanderer) ao compilar as estatísticas da criminalidade. O termo se refere somente aos migrantes que ingressaram na Alemanha em 2015 ou a todos aqueles com background de migrantes?
Se o relatório se refere apenas aos migrantes que ingressaram recentemente, a Alemanha acolheu um tanto acima de um milhão de migrantes da África, Ásia e Oriente Médio em 2015, isso implicaria que no mínimo 20% dos migrantes que ingressaram na Alemanha em 2015 são criminosos. Por outro lado, se o número de crimes cometidos pelos migrantes for, na realidade, o dobro do que consta no relatório, então no mínimo 40% dos migrantes recém chegados são criminosos. No entanto o relatório garante: “a vasta maioria dos candidatos a asilo não está envolvida em atividades criminosas”.
Fora isso, por razões até agora não esclarecidas, o relatório não inclui crimes cometidos por norte-africanos, embora se saiba há muito tempo, serem eles os responsáveis pelo crescimento dos crimes nas cidades de toda a Alemanha.
Policiais em Bremen, Alemanha, detendo quatro jovens criminosos do Norte da África que estavam aterrorizando lojistas locais. (imagem: captura de tela de vídeo da ARD) Em Hamburgo, a polícia disse estar impotente diante da disparada no número de crimes cometidos por jovens migrantes norte-africanos. Hamburgo já abriga mais de 1.000 dos assim chamados migrantes menores desacompanhados (minderjährige unbegleitete Flüchtlinge, MUFL), cuja maioria mora nas ruas e, ao que tudo indica, pratica todos os tipos de crimes.
Um relatório confidencial, vazado para o jornal Die Welt, revela que a polícia de Hamburgo efetivamente capitulou diante dos migrantes adolescentes que os superam de longe em número e os subjugam. O documento diz o seguinte:
“Até a questão mais sem importância pode rapidamente se transformar em confusão e distúrbio. Os jovens se reúnem em grupos para se defenderem mutuamente e também para se enfrentarem…”
“Ao lidarem com pessoas fora de seu meio, os jovens se comportam de forma grosseira, mostrando total falta de respeito pelos valores e normas locais. Os jovens se reúnem principalmente na região central da cidade, onde eles podem ser vistos praticamente todos os dias. Na maioria das vezes, durante o dia, eles rondam no bairro de São George, ao cair da noite porém, eles começam a entrar em ação em Binnenalster, Flora e Sternschanzenpark e São Pauli (todas localizadas na região central de Hamburgo). Eles normalmente aparecem em grupos, já foram observados cerca de 30 jovens nas noites de finais de semana em São Pauli. O comportamento desses jovens em relação à polícia pode ser descrito como de extrema delinquência, caracterizado como agressivo, desrespeitoso e prepotente. Eles estão sinalizando que não se importam com as providências da polícia…”
“Esses jovens logo se comportam de maneira ostensiva, principalmente como batedores de carteiras e roubos nas ruas. Eles também arrombam casas e veículos, mas esses crimes em muitos casos são reportados como transgressões ou vandalismo porque os jovens estão apenas procurando um lugar para dormir. Furtos de alimentos em lojas já é coisa do dia a dia. Quando são detidos, eles resistem e agridem os policiais. Esses jovens não respeitam as instituições do estado”.
O jornal relata que as autoridades alemãs relutam em deportar os jovens para os seus países de origem porque eles são menores de idade. Como consequência, à medida que mais e mais menores desacompanhados chegam em Hamburgo a cada dia que passa, os crimes não só persistem como continuam a crescer.
Enquanto isso, na tentativa de salvar a indústria do turismo da cidade, a polícia de Hamburgo começou a tomar severas medidas repressivas contra batedores de carteiras e bolsas. Mais de 20.000 bolsas, cerca de 55 por dia, são roubadas na cidade a cada ano. Segundo Norman Großmann, diretor do gabinete do inspetor da polícia federal de Hamburgo, 90% das bolsas são roubadas por jovens do sexo masculino com idades entre 20 e 30 anos oriundos do norte da África e dos Bálcãs.
Em Stuttgart a polícia está travando uma batalha perdida contra gangues de migrantes do Norte da África que se dedicam à fina arte de bater carteiras.
Em Dresden, migrantes da Argélia, Marrocos e Tunísia tomaram o controle, de fato, da icônica Wiener Platz, uma grande praça pública em frente a estação central de trens. Lá (na Wiener Platz) eles vendem drogas e batem as carteiras dos transeuntes, normalmente ficam impunes. As batidas policiais na região da praça se transformaram em um jogo de “whack a mole”, ou seja: um número infindável de migrantes sempre substituindo aqueles que foram detidos.
As autoridades alemãs estão sendo acusadas, repetidas vezes, de informar parcialmente o verdadeiro nível da questão criminosa no país. Por exemplo, de acordo com o chefe da Associação dos Peritos Criminais (Bund Deutscher Kriminalbeamter, BDK), André Schulz, pode chegar a 90% o número de crimes sexuais cometidos na Alemanha em 2014 que não aparecem nas estatísticas oficiais. Ele ressalta:
“Por anos a fio a política praticada foi a de deixar a população alemã no escuro no que tange a verdadeira situação da criminalidade… Os cidadãos estão sendo feitos de bobos. Em vez de dizer a verdade, as autoridades do governo estão fugindo da sua responsabilidade, jogando a culpa nos cidadãos e na polícia”.
Em um aparente esforço para acalmar as tensões políticas, o Gabinete Federal para a Migração e Refugiados da Alemanha (Bundesamt für Migration und Flüchtlinge, BAMF) emitiu um comunicado em 16 de fevereiro ressaltando que estava esperando a chegada de apenas500.000 novos migrantes no país em 2016. Em dezembro de 2015, contudo, Frank-Jürgen Weise, diretor da BAMF assinalou ao jornal Bild que “esse número “500.000” só está sendo usado para fins de planejamento de recursos, porque nesse momento não temos condições de afirmar quantas pessoas virão em 2016″.
Em 1º de janeiro o FMI – Fundo Monetário Internacional estimava que 1,3 milhões de candidatos a asilo entrarão na União Européia anualmente em 2016 e 2017.
Em uma entrevista concedida em 9 de janeiro ao jornal Bild, o Ministro do Desenvolvimento Gerd Müller alertou que os maiores fluxos de refugiados ainda estão por vir. Ele ressaltou que apenas 10% dos migrantes que estão fugindo do caos que assola o Iraque e a Síria conseguiram chegar à Europa até agora: “oito a dez milhões de migrantes ainda estão a caminho”.
Aumentando a incerteza: em 18 de fevereiro, altos funcionários das agências de segurança da Áustria, Croácia, Macedônia, Sérvia e Eslovênia, todos pertencentes a assim chamada Rota dos Bálcãs, que centenas de milhares de migrantes estão usando para entrar na União Européia, concordaram em coordenar o transporte comum de migrantes da fronteira da Macedônia/Grécia até a Áustria, de onde serão enviados para a Alemanha.
Categoria: Terrorismo
Por que estão destruindo carros de luxo nas ruas de Berlim
Por: Ubiratan Leal
O que? Na última semana, 28 carros foram destruídos nas ruas de Berlim. Dois Mercedes e dois BMWs foram queimados, enquanto os demais foram vandalizados. Um dia depois, outros 20 veículos foram atacados. A quantidade de automóveis destruídos em 24 horas chamou a atenção, mas ver carros queimados na rua se tornou estranhamente comum na capital alemã, em uma prática que já misturou protesto social com oportunismo de vândalos.
Bandeja de papel alumínio e carvão
Klaus-Jürgen Rattay era um dos milhares de jovens da Berlim Ocidental que, insatisfeitos com o aumento de preços dos imóveis na cidade, passaram a ocupar edifícios abandonados. Em setembro de 1981, a polícia berlinense fez uma ação coletiva de desocupação desses imóveis, muitos deles indústrias desativadas. Protestos se espalharam pela cidade e, durante uma investida dos policiais, Rattay foi fatalmente atropelado por um ônibus. Tinha 18 anos.
Mais de 34 anos depois, seu nome volta a aparecer com força nos debates sobre moradia em Berlim, já uma cidade unificada. Na semana do Carnaval, 48 veículos (28 no sábado e outros 20 no domingo) foram destruídos pelo grupo de extrema-esquerda Comando da Bicicleta da Social Democracia Popular, que assumiu a autoria em uma carta assinada (veja aqui, em alemão) pelo Comando Klaus-Jürgen Rattay. Protestavam contra a gentrificação de diversos bairros da cidade, que está se tornando inacessível a uma parcela cada vez maior da população. Um ataque violento, mas que está longe de ser inesperado pelas autoridades berlinenses.
No início do ano, o grupo havia prometido destruir € 1 milhão em propriedade privada a cada tentativa da polícia de desocupar algum imóvel invadido por sem-teto ou manifestantes. Entre 19 e 24 de janeiro, as autoridades realizaram diversas operações desse tipo, prendendo mais de cem pessoas. Então, era questão de tempo para aparecerem carros incendiados ou vandalizados. E o Comando atingiu seu objetivo, pois o prejuízo causado no Carnaval foi estimado em € 1,1 milhão.
A região atingida no sábado foi em torno da Potsdamer Platz, uma das mais importantes da cidade. Nos últimos anos, os imóveis da região valorizaram quase 500%, com o metro quadrado chegando a € 5,5 mil. O ataque do domingo ocorreu no bairro de Neukölln.
Para entender o ataque da última semana, é importante ressaltar que não se trata de uma prática incomum na relação entre manifestantes antigentrificação e as autoridades na capital alemã. Desde 2008, são mais de 200 veículos incendiados por ano. Só em 2011 foram 403. De acordo com a própria polícia, nem todos os casos têm motivação política. Para as autoridades, vândalos com diversas motivações se aproveitam da onda criada por manifestantes para atear fogo em mais automóveis e aumentar o caos.
A natureza desses ataques dificulta seu combate. Os ativistas agem na madrugada, colocando bandejas de papel alumínio com carvão embebido em combustível sob os veículos. O carro demora alguns minutos a pegar fogo em relação ao momento em que o fogo é aceso. Isso dá ao incendiário tempo de sobra para deixar o local e ficar virtualmente impossível de ser identificado. Até porque a Alemanha é reticente em adotar a vigilância eletrônica nas ruas com a mesma intensidade de Reino Unido e Estados Unidos.
De qualquer forma, esses “protestos” estão longe de atingir seu objetivo. A opinião pública é favorável a medidas que controlem os altos e baixos do mercado imobiliário, mas tem sido pouco receptivas aos incêndios de carros em bairros nobres.
Fonte: Por que estão destruindo carros de luxo nas ruas de Berlim – Outra Cidade
A Islamização da França em 2015
por Soeren Kern
- Segundo estimativas, 40.000 automóveis são queimados todos os anos na França, uma destruição frequentemente atribuída a gangues muçulmanas rivais. Todos os dias mais de 80 carros são queimados.
- O diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França seja dobrado nos próximos dois anos. Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas “não são suficientes” para os “sete milhões de muçulmanos que vivem na França”. Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas em mesquitas.
- O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou em abril que mais de 1.550 cidadãos franceses ou residentes na França estão envolvidos em redes terroristas na Síria e no Iraque.
- “Não podemos conversar sobre assuntos que polarizam opiniões? Se você falar sobre imigração, você é xenófobo. Se você falar sobre segurança, você é fascista. Se você falar sobre o Islã, você é islamófobo”. — Henri Guaino, Parlamentar.
- “Aqueles que repudiam o comportamento ilegal dos fundamentalistas estão mais propensos a serem processados do que os próprios fundamentalistas que se comportam de maneira ilegal”. — Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional.
O número de muçulmanos na França chegou a 6,5 milhões de pessoas em 2015, ou seja, cerca de 10% de uma população de 66 milhões. Em termos reais, a França conta com a maior população muçulmana da União Européia, seguida pela Alemanha.
Embora a lei francesa proíba a coleta de estatísticas oficiais sobre raça ou religião de seus cidadãos, a estimativa baseia-se em diversos estudos que tentam calcular o número de pessoas na França cujas origens sejam provenientes de países de maioria muçulmana.
Segue uma revisão cronológica dos artigos mais importantes a respeito do crescimento do islamismo na França em 2015.
JANEIRO
1º de Janeiro, o ministro do interior anunciou a estatística mais aguardada do ano: um total de 940 automóveis e caminhões foram incendiados na França na Passagem do Ano Novo, uma redução de 12% em relação aos 1.067 veículos queimados durante o ritual anual do mesmo feriado em 2014. O incêndio de automóveis, comuns em toda a França, são frequentemente atribuídos a gangues muçulmanas rivais, que competem entre si para constatar qual delas atrairá os holofotes da mídia por ter causado a maior destruição. Segundo estimativas, 40.000 automóveis são queimados todos os anos na França.
3 de janeiro. Um muçulmano de 23 anos na cidade de Metz tentou estrangular um policial gritando “Allahu Akbar”! (“Alá é grande!”). O ataque aconteceu em uma delegacia de polícia depois que o homem, que foi preso por ter roubado uma bolsa, pediu ao policial que lhe trouxesse um copo d’água. Quando o policial abriu a porta da cela, o homem pulou em cima dele. O policial foi salvo por um colega que viu a cena em um vídeo de câmera de segurança.
De 7 a 9 de janeiro. Uma série de ataques jihadistas em Paris causou a morte de 17 pessoas. O primeiro desta série de ataques, que foi também o que causou o maior número de mortos, ocorreu em 7 de janeiro quando os radicais islâmicos, naturais da França, Chérif e Saïd Kouachi atacaram a redação da revista Charlie Hebdo a tiros matando oito funcionários, dois policiais, duas outras pessoas, além de ferir mais 11. Em 8 de janeiro, Amedy Coulibaly, o terceiro terrorista que participou dos ataques, abateu a tiros a policial Clarissa Jean-Philippe em Montrouge, um subúrbio de Paris. Em 9 de janeiro, Coulibaly entrou no supermercado kasherHyperCacher em Paris, assassinou quatro pessoas e tomou vários reféns. Coulibaly foi morto quando a polícia invadiu o supermercado. Sua cúmplice, Hayat Boumeddiene, a “mulher mais procurada” da França, continua foragida, acredita-se que ela tenha fugido para a Síria.
Em janeiro último, Amedy Coulibaly (esquerda) assassinou uma policial e quatro judeus em Paris, antes de ser morto a tiros pela polícia. Direita: socorristas levando uma vítima ferida no ataque perpetrado por terroristas islamistas que atiraram em centenas de pessoas que assistiam um concerto, matando 90 delas, no teatro Bataclan em Paris em 13 de novembro de 2015. 18 de janeiro. Uma pesquisa de opinião realizada pelo Institut français d’opinion publique (IFOP), publicada pelo Journal du Dimanche, revelou que 42% dos franceses são contrários à publicação de caricaturas do Profeta Maomé, como aquelas publicadas pelo Charlie Hebdo, indicando, além disso, que acreditam que deveria haver “certos limites em relação à liberdade de expressão online e nas redes sociais”. A grande maioria (81%) dos entrevistados disse que era a favor de cancelar a nacionalidade francesa dos cidadãos de dupla nacionalidade que cometeram atos de terrorismo em solo francês. Mais de dois terços (68%) disseram que cidadãos franceses “suspeitos de terem lutado em países ou regiões controladas por grupos terroristas”, deveriam ser impedidos de retornar ao país.
20 janeiro. o Primeiro Ministro Manuel Valls ressaltou que ataques terroristas expõem um “apartheid territorial, social e étnico” que está atormentando a França. Em um discurso considerado uma das mais expressivas denúncias já proferidas por uma figura de governo contra a sociedade francesa, Valls afirmou que era urgente a necessidade de se combater a discriminação, especialmente nos subúrbios empobrecidos onde residem muitos imigrantes muçulmanos. Ele ressaltou que apesar de anos de esforços do governo para melhorar as condições dos bairros carentes, muitas pessoas foram relegadas a morarem em guetos. Ele acrescentou:
“Faz parte da miséria social a discriminação diária, porque alguém não tem o sobrenome certo, a cor da pele certa ou porque é do sexo feminino. Não estou procurando desculpas, mas temos que encarar a realidade do nosso país”.
21 de janeiro. Valls anunciou um programa de €736 milhões (US$835 milhões) para incrementar as defesas antiterrorismo diante da rápida expansão da ameaça jihadista. Ele disse que o governo irá contratar e treinar 2.680 novos juízes especializados em antiterrorismo, agentes de segurança, policiais, aparelhos de escuta eletrônica e analistas no decorrer dos próximos três anos. O governo também irá desembolsar €480 milhões em novos armamentos e equipamentos de proteção para a polícia. A iniciativa abrange o aprimoramento na presença online baseado em um novo Website do governo chamado “Stop Djihadisme“.
27 de janeiro. A polícia deteve cinco suspeitos de serem jihadistas, com idades entre 26 e 44 anos, em batidas policiais em Lunel, uma pequena cidade na costa do Mediterrâneo. Pelo menos dez, podendo chegar a 20 o número de pessoas da cidade, cuja população é de apenas 25.000 habitantes, que viajaram para a Síria e para o Iraque para lutarem ao lado do Estado Islâmico.
28 de janeiro. Uma pesquisa de opinião realizada pela Ipsos/Sopra-Steria para o jornal Le Monde e Europe 1 Radio constatou que 53% dos cidadãos franceses acreditam que o país está “em guerra” e 51% sentem que o Islã é “incompatível” com os valores da sociedade francesa.
Também em janeiro, trabalhos artísticos retratando sapatos de mulheres sobre tapetes de reza muçulmana foram retirados da exposição no bairro Clichy-la-Garenne de Paris, depois que a Federação das Associações Islâmicas de Clichy alertou que as ilustrações poderiam provocar “incidentes irresponsáveis, impossíveis de serem controlados”. O trabalho artístico realizado pela artista francesa/argelina Zoulikha Bouabdellah, tinha em sua composição sapatos de salto alto posicionados na parte central dos tapetes de reza em sombras azuis, brancas e vermelhas, simbolizando a bandeira francesa. Ela disse que não considerava seu trabalho blasfemante, mas a curadora Christine Ollier ressaltou que a obra será retirada para “evitar polêmicas”. O ato de autocensura recebeu críticas de outros artistas, que salientaram que a liberdade de expressão estava sendo debilitada.
FEVEREIRO
5 de fevereiro. Um professor da única escola religiosa muçulmana financiada pelo estado pediu demissão, alegando que a Averroès Lycée (escola de ensino médio) em Lille era uma incubadora de “antissemitismo, sectarismo e islamismo insidioso”. Em um artigo publicado pelo jornal Libération, a professora de filosofia Sofiane Zitouni ressalta:
“A realidade é que a escola Averroès Lycée é um território muçulmano financiado pelo estado. Ela promove uma visão do Islã que nada mais é do que islamismo. E o faz clandestinamente e às escondidas para continuar recebendo financiamento do estado”.
O diretor da escola, Hassan Oufker, disse que irá processar Zitouni, de descendência argelina, por difamação.
12 de fevereiro. A União dos Democratas Muçulmanos Franceses (L’Union des démocrates musulmans Français, UDMF), um partido político muçulmano recém formado, declarou que começou a botar em campo candidatos nas eleições locais de oito cidades da França. O fundador da UDMF Najib Azergui assinalou que seu grupo deseja dar a sua contribuição à comunidade muçulmana do país: promovendo financiamento islâmico, promovendo o uso do idioma árabe em escolas francesas, trabalhando no sentido de cancelar a proibição em vigor na França do uso do véu nas escolas e lutando contra a “perigosa estigmatização que equipara o Islã ao terrorismo”.
15 de fevereiro. O governo anunciou uma série de medidas destinadas a reprimir o Islã radical que está sendo disseminado nas mesquitas, incluindo a proibição de apoio financeiro de países como o Qatar e a Arábia Saudita. Os muçulmanos franceses são contrários à medida. Karim Bouamrane, um político socialista verbalizou:
“Se países estrangeiros estão se intrometendo a ponto de apoiar mesquitas financeiramente, é porque o governo francês não irá financiá-las. Os muçulmanos não podem correr o risco de recusar dinheiro de fora, porque o governo francês não irá alocar fundos para que os muçulmanos construam mesquitas”.
Bouamrane ressalta que a lei francesa de 1905, que separa o estado da igreja, deve ser alterada para que seja permitido ao estado francês providenciar suporte financeiro ao culto muçulmano.
16 de fevereiro. Nacer Bendrer, um cidadão francês de 26 anos, foi extraditado para a Bélgica pelo papel desempenhado no ataque jihadista cometido em maio de 2014 contra o museu judaico em Bruxelas. Ele é suspeito de ajudar seu compatriota Mehdi Nemmouche, 29, de realizar o ataque no qual quatro pessoas foram assassinadas. Ao ser detido nos arredores de Marselha, Bendrer tinha em seu poder um fuzil automático do tipo Kalashnikov, duas pistolas automáticas e uma escopeta. Consta que Bendrer e Nemmouche se encontraram na prisão em Salon-de-Provence no sul da França entre 2008 e 2010.
23 de fevereiro. Pela primeira vez na história as autoridades francesas confiscaram os passaportes e carteiras de identidade de seis cidadãos franceses que estavam, supostamente, planejando viajar para a Síria com o objetivo de se juntarem ao Estado Islâmico. O governo afirmou que poderia confiscar passaportes de pelo menos mais 40.
25 de fevereiro. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve divulgou um plano para “reformar” a fé muçulmana com o objetivo de adaptá-la aos “valores da República Francesa”. Isso, segundo ele, seria realizado por meio de uma nova “Fundação Islâmica” dedicada a conduzir “pesquisas revigorantes”, para instar uma forma de Islã que “transmita a mensagem de paz, tolerância e respeito”. Entre outras medidas o governo irá criar um novo foro para: promover o diálogo com a comunidade muçulmana, aprimorar o treinamento de pregadores muçulmanos, combater a radicalização em prisões francesas e regulamentar as escolas muçulmanas.
MARÇO
3 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls anunciou que o estado irá dobrar o número de cursos universitários sobre o Islã, em um esforço para evitar que países estrangeiros financiem e influenciem o treinamento de imãs franceses. Valls disse que deseja que mais imãs e capelães nas prisões, que receberam treinamento no exterior, “passem por um treinamento na França para falarem francês fluentemente e entenderem o conceito do secularismo”. Há atualmente seis universidades na França que oferecem cursos de teologia e estudos islâmicos. Valls disse que ele queria dobrar o número para 12 e que os cursos seriam gratuitos.
6 de março. Mohamed Khattabi, o imã “progressista” da Mesquita Aicha em Montpellier, assinalou que o egoísmo faz parte da “natureza das mulheres”. Khattabi, marroquino/canadense que residiu na França por mais de 20 anos, que alega “promover um Islã de coexistência dentro da sociedade francesa”, ressaltou:
“Não importa o quanto de bom você fizer a uma mulher, ela o negará. O egoísmo dela a conduz a negá-lo. Isso vale para todas as mulheres, sejam elas ocidentais, árabes, muçulmanas, judias ou cristãs. Assim é a natureza das mulheres.
“Se uma mulher conseguir controlar sua natureza e reconhecer (a verdade)… Alá concederá a ela uma posição mais alta no paraíso. Contudo, se ela sucumbir à sua natureza e se recusar a aceitar os direitos do homem ou ainda, a bondade que o homem conceder a ela, então estará fadada ao (inferno)”…
8 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls alertou que poderá chegar a 10.000 o número de europeus que estarão participando ativamente da jihad no Iraque e na Síria no final de 2015:
“Hoje já há 3.000 europeus no Iraque e na Síria. Quando se faz uma projeção para alguns meses, se descobre que poderia haver 5.000 antes da chegada do verão e 10.000 antes do final do ano. Vocês se dão conta da ameaça que isso representa”?
16 de março. O Ministério do Interior bloqueou cinco Websites islamistas que, segundo ele, estavam promovendo o terrorismo. Um dos sites bloqueados pertencia ao al-Hayat Media Center, braço encarregado da propaganda do Estado Islâmico. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve ressaltou: “eu faço uma distinção entre liberdade de expressão e disseminação de mensagens que ajudam a enaltecer o terrorismo”. “Essas mensagens de ódio são um crime”. Mas o Comissário de Direitos Humanos da Comissão Européia, Nils Muižnieks, criticou a medida porque ela foi executada sem a supervisão judicial: “limitar os direitos humanos para combater o terrorismo é um grave equívoco, além de ser uma medida ineficaz que pode até ajudar a causa dos terroristas”.
17 de março. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou que o governo interrompeu o pagamento de benefícios de assistência social a 290 jihadistas franceses que estão lutando ao lado do grupo terrorista Estado Islâmico. Ele afirmou que as agências responsáveis pela distribuição dos pagamentos de assistência social estavam sendo notificadas, imediatamente após a confirmação de que um cidadão francês tenha deixado o país para lutar no exterior.
19 de março. O Primeiro Ministro Manuel Valls apresentou um novo projeto de lei que permitirá aos serviços de inteligência monitorar e coletar dados de emails e telefonia de qualquer suspeito de ser terrorista. “São dispositivos legais, não ferramentas de exceção, nem vigilância generalizada dos cidadãos. “Não haverá um Patriot Act francês”, segundo ele, ao se referir à legislação americana que leva o mesmo nome. “Não pode haver zonas sem lei no espaço digital. Nem sempre é possível prever a ameaça, os serviços especializados necessitam ter o poder de agir com rapidez”.
ABRIL
4 de abril. O diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França seja dobrado nos próximos dois anos. Discursando perante uma assembléia das Organizações Islâmicas Francesas no subúrbio Le Bourget de Paris, Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas “não eram suficientes” para os “sete milhões de muçulmanos que vivem na França”. Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas em mesquitas.
7 de abril. O Secretário de Estado para a Reforma do Estado, Thierry Mandon, alegou que a falta de locais “decentes” de culto para os muçulmanos franceses, era parcialmente a razão de alguns deles abraçarem o Islã radical. Ele ressaltou:
“Não há mesquitas suficientes na França. Ainda há muitas cidades onde a fé muçulmana é praticada em condições consideradas não decentes. Somos obrigados a reconhecer que há locais de culto muçulmano sem condições satisfatórias. Se fossem decentes, abertas em vez de subterrâneas e escondidas, seria melhor”.
8 de abril. Hackers alegando pertencerem ao Estado Islâmico atacaram a rede de TV francesa TV5Monde, deixando-a fora do ar no mundo inteiro. A rede transmite em mais de 200 países. “Não temos mais condições de fazer transmissões em nenhum de nossos canais. O diretor geral da transmissora Yves Bigot salientou: não temos mais o controle sobre nossos Websites e sites de redes sociais e, em todos eles o Estado Islâmico está assumindo a responsabilidade”. Os hackers acusam o Presidente François Hollande de ter cometido “um erro imperdoável” ao se juntar à coalizão militar liderada pelos Estados Unidos, realizando ataques aéreos contra as posições do ISIS no Iraque e na Síria.
13 de abril. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou que mais de 1.550 cidadãos franceses ou residentes na França estão envolvidos em redes terroristas na Síria e no Iraque. Esse número praticamente triplicou desde janeiro de 2014.
13 de abril. Uma pesquisa de opinião encomendada pelo Website de notícias Atlantico revelouque cerca de dois terços (63%) dos cidadãos franceses são a favor de restringir as liberdades civis para combater o terrorismo. Somente 33% disseram que eram contrários de terem suas liberdades reduzidas, ainda que essa percentagem tenha aumentado significativamente entre os entrevistados mais jovens.
15 de abril. Um muçulmano de 21 anos destruiu mais de 200 lápides em um cemitério católico em Saint-Roch de Castres, uma cidade perto de Toulouse. A polícia enviou o homem a um hospital porque ele estava “delirando e incapaz de se comunicar”.
22 de abril. A polícia francesa deteve Sid Ahmed Ghlam, um estudante argelino cursando ciência da computação, de 24 anos, suspeito de planejar atacar igrejas cristãs em Villejuif, um subúrbio ao sul de Paris. Ele foi detido, ao que parece, por ter acidentalmente atirado em si mesmo. A polícia encontrou em seu carro e em sua casa três fuzis automáticos Kalashnikov, pistolas, munição e coletes à prova de balas, bem como documentos ligados a al-Qaeda e ao Estado Islâmico. A polícia revelou que Ghlam manifestou desejo de se juntar ao Estado Islâmico na Síria.
21 de abril. Um estudo realizado pelo Observatório da Religião no Local de Trabalho (Observatoire du fait religieux en entreprise, OFRE) e pelo Randstad Institute revelou que 23% dos administradores na França estavam se defrontando corriqueiramente com problemas religiosos no local de trabalho, um salto dos 12% observados em 2014. O Presidente do OFRE Lionel Honoré ressaltou que a tensão religiosa se intensificou a partir de janeiro, porque os muçulmanos que se sentem estigmatizados em virtude dos ataques jihadistas em Paris, estavam se tornando mais assertivos em relação as suas convicções.
MAIO
5 de maio. Sébastien Jallamion, um policial de 43 anos de idade de Lyon, foi suspenso do trabalho e multado em €5.000 (US$5.400) depois de ter condenado a morte do francês Hervé Gourdel, que foi decapitado por jihadistas na Argélia em setembro de 2014. Jallamion deu a seguinte explicação:
“Estou sendo acusado de ter criado em setembro de 2014 uma página anônima no Facebook, que mostrava imagens e diversos comentários polêmicos,discriminatórios e injuriosos, de natureza xenofóbica ou anti-islâmica. Para ilustrar, havia um retrato do Califa al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, com uma viseira na testa. Essa publicação foi exibida na minha presença perante a comissão disciplinar juntamente com a seguinte acusação: você não se envergonha de estigmatizar um imã dessa maneira? Meu advogado pode confirmar isso… A punição ao que parece é de caráter político. Não consigo ver outra explicação.
“Nossos valores fundamentais, aqueles pelos quais muitos de nossos ancestrais deram a própria vida estão se deteriorando e agora é hora de nos indignarmos diante daquilo em que o nosso país está se transformando. Esta não é a França, país do Iluminismo que em seus dias de glória brilhou sobre toda a Europa e além. Temos que lutar para preservar nossos valores, é uma questão de sobrevivência”.
11 de maio. Sarah K., uma menina muçulmana francesa de 15 anos, de descendência argelina, que tinha sido proibida duas vezes de entrar em sala de aula por usar uma saia preta comprida, foi autorizada a retornar à escola usando uma saia do mesmo tipo. Maryse Dubois, a diretora da escola Léo-Lagrange na cidade de Charleville-Mézières, tinha dito que considerava a saia comprida um flagrante símbolo religioso e uma violação das leis seculares da França. A mãe de Sarah disse que Dubois voltou atrás depois que a notícia do incidente se viralizou pelas redes sociais.
27 de maio. Os líderes de uma pequena mesquita em Oullins, um subúrbio de Lyons, fizeram história jurídica ao fazer uso de uma lei francesa de 1905, que separa a igreja do estado, para impedir um salafista de radicalizar membros da mesquita. A lei dispõe de uma cláusula que garante o direito ao culto e postula sanções contra qualquer um que obstrua o serviço religioso. Um tribunal de Lyons considerou Faouzi Saïdi, 51, culpado por se comportar obstrutivamente ao censurar o imã da mesquita e manter rezas paralelas. Saidi, que foi multado em €1.500 (US$1.640), salientou que seu único crime foi “ser tagarela”. E acrescenta: “não entendo porque fui condenado. Eu pratico o Islã conforme manda o rito”.
JUNHO
4 de junho. O partido de oposição do ex-presidente Nicolas Sarkozy, de cara nova, agora com o nome de “Os Republicanos”, manteve uma reunião sobre a questão do “Islã na França ou Islã da França”, como parte de uma mesa redonda sobre a “crise de valores” na França. Sarkozy ressaltou: “a pergunta não é saber o que a República pode fazer pelo Islã e sim o que o Islã pode fazer para se tornar o Islã da França”.
Grupos muçulmanos criticaram a reunião. “Nós não podemos participar de uma iniciativa como esta que estigmatiza os muçulmanos”, ressaltou Abdallah Zekri, presidente do Observatório Nacional da Islamofobia. O organizador do encontro, o Parlamentar Henri Guaino, discorda: “não podemos conversar sobre assuntos que polarizam opiniões? Se você falar sobre imigração, você é xenófobo. Se você falar sobre segurança, você é fascista. Se você falar sobre o Islã, você é islamófobo”.
6 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou que mais de 850 cidadãos franceses ou residentes na França viajaram para lutar na Síria e no Iraque. Mais de 470 ainda estão lá e acredita-se que 110 foram mortos em combate.
7 de junho. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou que 113 cidadãos franceses ou residentes na França morreram como jihadistas nos campos de batalha do Oriente Médio. Há 130 processos judiciais em andamento concernentes a 650 indivíduos relacionados ao terrorismo e 60 indivíduos foram proibidos de deixar o país.
7 de junho. Mais de dez membros do Forsane Alizza (Cavaleiros do Orgulho), um grupo formado para defender muçulmanos da “islamofobia”, foram a julgamento em Paris por suspeita de estarem planejando ataques terroristas. O grupo, formado em agosto de 2010 por Mohamed Achamlane, um franco/tunisiano de 37 anos, que se autodenomina “Emir”, postou uma mensagem em seu Website exigindo que as forças francesas deixem todos os países de maioria muçulmana. A mensagem dizia o seguinte: “se nossas exigências forem ignoradas, iremos considerar que o governo está em guerra contra os muçulmanos”. No tribunal, Achamlane enfatizou: “não há Islã radical ou moderado. Há somente Islã autêntico”.
15 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls assinalou em uma conferência, com duração de meio dia, sobre as relações com a comunidade muçulmana que o “Islã está aqui para ficar”. Ele também ressaltou que não há ligação entre Islã e extremismo. “Temos que dizer que isso tudo não é o Islã”, afirmou Valls: “o discurso de incitamento ao ódio, o antissemitismo que se esconde atrás do antissionismo e o ódio contra Israel, os autoproclamados imãs em nossos bairros e em nossas prisões que promovem a violência e o terrorismo”. Na conferência não se debateu a radicalização porque o tema foi considerado muito delicado.
23 de junho. Um tribunal em Paris rejeitou um caso apresentado por uma mãe que queria processar o governo francês por este não ter impedido seu filho adolescente de sair do país para se juntar aos jihadistas na Síria. O menino tinha 16 anos quando deixou a cidade francesa de Nice em dezembro de 2013, juntamente com três outros, ele pegou um avião para a Turquia e atravessou por terra a fronteira com a Síria. Sua mãe, identificada apenas como Nadine A., sustentou que a polícia do aeroporto de Nice deveria ter impedido o menino de embarcar porque ele tinha apenas uma passagem de ida e estava sem bagagens. O tribunal decidiu que os policiais do aeroporto não podem ser responsabilizados, rejeitando a demanda de €110.000 (US$120.000) de indenização.
28 de junho. O Primeiro Ministro Manuel Valls revelou ao canal iTele que há entre 10.000 e 15.000 salafistas na França e que 1.800 pessoas tinham algum tipo de “ligação” com a causa islamista. Ele salientou que o Ocidente estava engajado em uma “guerra contra o terrorismo”, acrescentando: “não podemos perder esta guerra porque ela é fundamentalmente a guerra das civilizações. É a nossa sociedade que está em jogo, é a nossa civilização que estamos defendendo”.
29 de junho. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve revelou nos últimos três anos a França deportou 40 imãs por “pregarem o ódio”: “desde o início do ano analisamos 22 casos, e cerca de 10 imãs e pregadores do ódio foram expulsos”.
29 de junho. Yassin Salhi de 35 anos, pai de três filhos, confessou ter decapitado seu patrão e de tentar explodir uma indústria química perto de Lyon. A cabeça decapitada foi encontrada pendurada em uma cerca da fábrica, ao lado de duas bandeiras com as inscrições muçulmanas de profissão-de-fé. Salhi, é motorista de caminhão, natural da França, cujos pais são de descendência marroquina e argelina. Antes de ser detido, Salhi tirou uma foto de si mesmo segurando a cabeça decapitada e enviou a imagem a um jihadista francês que se encontra lutando ao lado Estado Islâmico na Síria. A esposa de Salhi assinalou: “nós somos muçulmanos comuns. Respeitamos o Ramadã”.
Também em junho, em Bordeaux, a mercearia De L’Orient à L’Occidental, cujos proprietários se converteram recentemente ao Islã, cancelaram a “separação de gênero”, depois de enfrentarem uma avalanche de criticas. Na esperança de garantir que homens e mulheres não entrassem em contato dentro da mercearia, os proprietários tentaram proibir as mulheres de fazerem compras às segundas, terças, quartas e sextas, e proibir os homens às quintas, sábados e domingos.
JULHO
8 de julho. A revista semanal Valeurs Actuelles, lançou uma petição em todo território nacional intitulada: “não toque em minha igreja!”, depois que o diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, vocalizou que igrejas ociosas na França deveriam ser transformadas em mesquitas. A revista apontou para uma pesquisa de opinião realizada pelo Ifop que revelava que cerca de sete em cada dez entrevistados (67%) responderam que eram contrários a transformação de igrejas francesas em mesquitas.
10 de julho. Mohamed Achamlane, 37, o líder franco/tunisiano de um grupo banido chamado Forsane Alizza (Cavaleiros do Orgulho), foi sentenciado a nove anos de prisão, acusado de atos terroristas, depois que batidas policiais encontraram armas e uma lista de alvos judaicos em seus arquivos pessoais. O grupo, criado em 2010 com o suposto objetivo de barrar a disseminação da “islamofobia”, foi banido pelo governo em março de 2012 depois que propaganda jihadista apareceu em seu Website.
14 de julho. Cerca de 130 carros foram queimados em Paris para marcar o Dia da Bastilha, o dia nacional da França. Mais de 80 carros são queimados todos os dias na França, na maioria dos casos por jovens muçulmanos.
15 de julho. As autoridades francesas abortaram uma conspiração jihadista para decapitar um militar de alta patente das forças armadas francesas em Port-Vendre, uma base militar perto de Perpignan e postar o vídeo da decapitação na Internet. A polícia antiterrorista deteve três homens, incluindo Djibril A., ex-marinheiro da Marinha Francesa.
22 de julho. Uma mulher de 21 anos de idade chamada Angelique Sloss foi atacada por arruaceiras muçulmanas depois que a viram tomando banho de sol com duas amigas em Parc Léo-Lagrange em Reims. As mulheres a acusaram de “imoralidade” por expor demasiadamente o corpo em lugar público.
AGOSTO
13 de agosto. Um tribunal em Dijon manteve a decisão de Gilles Platret, prefeito de Chalon-sur-Saône, de parar de oferecer alternativas para a carne de porco em lanchonetes das escolas. A decisão foi bem recebida por Platret como a “primeira vitória do secularismo”. A medida foi condenada por grupos muçulmanos. Abdallah Zekri do Conselho Francês da Fé Muçulmana (Conseil français du culte musulman, CFCM) ressaltou:
“Só posso condenar a decisão do prefeito, que não foi tomada para restaurar a paz social nas escolas além de criar indignação na comunidade muçulmana. Todos os muçulmanos respeitam o secularismo. Os muçulmanos nunca pleitearam refeições halal nas cantinas”.
16 de agosto. O prefeito francês Yves Jégo deu entrada com uma petição para que fosse introduzida uma nova lei, exigindo que todas as escolas públicas francesas ofereçam uma opção vegetariana em suas lanchonetes. A iniciativa tem como objetivo ajudar estudantes que não podem ingerir carne de porco por motivos religiosos. Jégo salientou que a questão do cardápio do almoço nas escolas é uma “fonte de discórdia sem sentido, que tem como alvo na realidade, na maioria das vezes, a comunidade muçulmana que “desafia a nossa capacidade de conviver em harmonia uma realidade”. Mais de 150.000 pessoas assinaram a petição.
21 de agosto. Ayoub El-Khazzani, um marroquino de 26 anos de idade, foi detido após embarcar em um trem-bala de Amsterdã a Paris com 554 passageiros a bordo e abrir fogo com um fuzil Kalashnikov. Ele foi imobilizado com a ajuda de três americanos e um britânico. Mais tarde veio à tona que El-Khazzani tinha lutado ao lado do ISIS na Síria e que já era conhecido por pelo menos quatro agências de inteligência.
SETEMBRO
6 de setembro. Marine Le Pen, líder do Partido Frente Nacional, acusou a Alemanha de explorar a crise dos migrantes no afã de reduzir salários. Discursando para uma platéia de correligionários em Marselha, ela ressaltou:
“A Alemanha provavelmente acredita que sua população está moribunda e está procurando reduzir salários e continuar recrutando escravos por meio da imigração em massa. A Alemanha não quer apenas comandar nossa economia, ela também quer nos forçar a aceitar centenas de milhares de candidatos a asilo”.
7 de setembro. O Presidente François Hollande assinalou que a França irá abrigar 24.000 migrantes nos próximos dois anos. “É a obrigação da França. O direito a asilo é parte integrante do nosso corpo e alma. Nossa história demanda essa responsabilidade”.
8 de setembro. O Primeiro Ministro Manuel Valls censurou dois prefeitos franceses que disseram que abrigariam somente refugiados cristãos. “Não é possível selecionar refugiados com base na religião”, afirmou Valls. “O direito a asilo é um direito universal”. O prefeito de Roanne, Yves Nicolin, ressaltou que aceitará abrigar somente cristãos, para ter “certeza de que não são terroristas disfarçados”. O prefeito de Belfort, Damien Meslot, salientou que ele iria considerar abrigar somente famílias do Iraque e da Síria pelo fato “delas serem as mais perseguidas”.
22 de setembro. Eric Zemmour, um escritor francês e jornalista político, foi absolvido da acusação de incitamento ao ódio racial. Zemmour estava sendo processado por comparar gangues de estrangeiros aos invasores bárbaros que se seguiram após a queda do Império Romano. Em uma transmissão de rádio de 2014, ele ressaltou:
“Os normandos, hunos, árabes, as grandes invasões após a queda de Roma agora foram substituídas por gangues de chechenos, ciganos, kosovares, magrebinos e africanos que roubam, atacam e saqueiam. Somente sociedades homogêneas como a do Japão, que por muito tempo disseram não para a imigração em massa e que protegeram suas barreiras naturais, escaparam dessa violência das ruas”.
Promotores solicitaram que ele fosse multado em €5.000 (US$5.400) e que a emissora de rádio RTL fosse multada em €3.000 por postar a transmissão em seu site na Internet. O tribunal, contudo, declarou: “por mais chocantes e excessivas que essas palavras possam parecer, elas se referiam apenas a uma fração das comunidades e não a elas como um todo”.
27 de setembro. Mohamed Chebourou, um extremista islâmico francês/argelino de 27 anos, fugiu depois que lhe foi concedido uma breve licença da prisão de Meaux-Chauconin em Seine-et-Marne, na zona leste de Paris. Ele estava cumprindo uma pena de sete anos por assalto e não deveria ser liberado até 2019. Mais tarde ele foi detido na Argélia. A Ministra da Justiça da França Christiane Taubira foi pressionada a explicar como a um extremista islâmico poderia ter sido concedida uma licença temporária da prisão.
OUTUBRO
12 de outubro. Um estudante muçulmano de 15 anos de idade foi detido após gritar “Allahu Akbar”! (“Deus é grande”!) e atirar com uma espingarda de ar comprimido em uma das mãos de seu professor de física em uma escola em Châlons-en-Champagne. O menino disse que queria morrer como mártir.
20 de outubro. Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, foi a julgamento sob acusação de incitamento ao ódio religioso, após comparar as rezas de rua dos muçulmanos com a ocupação nazista. Em um comício de campanha em Lyon em 2010, ela declarou:
“Peço desculpas, mas me dirijo àqueles que realmente gostam de falar sobre a Segunda Guerra Mundial, ao falarmos de ocupação, podíamos falar sobre as (rezas de rua), porque são claramente uma ocupação de território.
“É uma ocupação de parte do território, de bairros onde são aplicadas as leis da religião, é de fato uma ocupação. Não há tanques, não há soldados, mas mesmo assim é uma ocupação, uma ocupação que oprime as pessoas”.
Le Pen disse ser vítima de “perseguição judicial”. Ela acrescentou:
“É um escândalo que uma líder política possa ser processada por expressar suas opiniões. Aqueles que repudiam o comportamento ilegal dos fundamentalistas estão mais propensos a serem processados do que os próprios fundamentalistas que se comportam de maneira ilegal”.
29 de outubro. A polícia antiterrorista abortou uma conspiração jihadista que tinha como objetivo atacar a principal base da Marinha Francesa em Toulon. Os policiais detiveram Hakim Marnissi, de 25 anos, natural de Toulon, que estava sendo monitorado desde 2014, quando ele começou a publicar posts de propaganda do ISIS em sua página no Facebook. A polícia acredita que Marnissi foi radicalizado por Mustapha Mojeddem, um jihadista francês, também de Toulon, que está lutando ao lado do ISIS na Síria.
NOVEMBRO
13 de novembro. Uma série de ataques jihadistas coordenados, em Paris e no bairro Saint-Denis, ao norte da capital francesa, deixou 130 mortos e mais de 360 feridos. Três homens bomba desfecharam um ataque nas proximidades do Stade de France (estádio de futebol) em Saint-Denis, seguido por ataques suicidas e tiroteios em massa contra cafeterias, restaurantes e uma sala de concertos em Paris.
14 de novembro. Em um pronunciamento à nação, transmitido pela TV, o Presidente François Hollande responsabilizou o Estado Islâmico pelos ataques em Paris. Discursando do Palácio de Eliseu, Hollande ressaltou:
“É um ato de guerra cometido por um exército terrorista, um exército jihadista, Daesh (sigla do Estado Islâmico), contra a França. É um ato de guerra que foi preparado, organizado e planejado no exterior, com cúmplices que estão dentro deste país”.
14 de novembro. Ahmad Almohammad, um dos jihadistas que detonou explosivos amarrados ao corpo no Stade de France, o alvo escolhido para ser atacado por três homens-bomba durante uma partida de futebol entre as seleções francesa e alemã em 13 novembro, tinha se passado por um candidato a asilo para que pudesse ingressar na União Européia. Ele entrou na União Européia com um passaporte sírio falsificado. Veio à tona que foram dadas boas-vindas a ele quando desembarcou no litoral da ilha grega de Leros em 3 de outubro, por voluntários da organização humanitária internacional Médecins Sans Frontières (Médicos sem Fronteiras).
16 de novembro. Em um raro pronunciamento em uma sessão conjunta do parlamento, o Presidente François Hollande alertou: “estamos em guerra contra o terrorismo jihadista que ameaça o mundo inteiro”.
17 de novembro. Trinta muçulmanos, todos nativos de Bangladesh, residentes em Paris, se concentraram para protestar contra os ataques jihadistas de 13 de novembro. Estima-se que o número de muçulmanos em Paris chegue a 1,7 milhões de pessoas. Mohammad Hassan, um dos manifestantes ressaltou:
“Os muçulmanos não estão se fazendo ouvir. É importante que isto seja feito porque há muçulmanos temerosos em se exporem e falarem a verdade. Cerca de 5% dos muçulmanos apóiam os terroristas. O restante precisa se manifestar abertamente. Eu gostaria muito que mais muçulmanos se juntassem a nós”.
18 de novembro. A polícia realizou uma batida policial em um apartamento em Saint-Denis, uma comunidade de um subúrbio localizado ao norte de Paris, após ter recebido uma pista de que Abdelhamid Abaaoud, o arquiteto dos ataques em Paris, poderia estar naquele local. Duas pessoas foram mortas, incluindo Hasna Aitboulahcen, uma mulher suspeita que detonou um colete com explosivos. Oito pessoas foram detidas.
18 de novembro. Um professor judeu foi esfaqueado em Marselha por três elementos que alegavam serem seguidores do Estado Islâmico. Três homens em lambretas se aproximaram do professor na rua antes de lhe mostrar uma foto de Mohamed Merah, um jihadista que assassinou sete pessoas em uma série de ataques no sul da França em 2012. Em seguida esfaquearam o professor no braço e na perna.
24 de novembro. Anouar Kbibech, presidente do Conselho Francês da Fé Muçulmana (Conseil Français du Culte Musulman, CFCM), conclamou os imãs da França a obterem licenças para que possam realizar sermões, como meio de “combater a radicalização”. A certificação garantirá que os imãs “promoverão um Islã aberto e tolerante” e que “respeitarão as leis da República”. Essa “capacitação” poderá ser “cancelada” se necessário.
30 de novembro. A última edição da revista do ISIS no idioma francês, a Dar al-Islamconclamou seus partidários na França a assassinarem professores que promovem o secularismo nas escolas francesas. “É portanto uma obrigação combater e matar esses inimigos de Alá,” segundo a revista (p.17).
DEZEMBRO
2 de dezembro. O Secretário Geral da Central Geral dos Trabalhadores – CGT da Air France Philippe Martinez, revelou que a organização expulsou cerca de 500 membros suspeitos de serem extremistas islâmicos.
2 de dezembro. O Ministro do Interior Bernard Cazeneuve anunciou o fechamento de uma mesquita em Lagny-sur-Marne, zona leste de Paris, sob a alegação de que ela estava disseminando radicalismo islâmico e fazendo recrutamento para o ISIS. Foi a terceira mesquita fechada em uma semana tendo como base o extremismo.
13 de dezembro. Cerca de 70 funcionários dos dois principais aeroportos de Paris tiveram suas licenças de trabalho cassadas após ser constatado que eram extremistas islâmicos. Os assim chamados crachás vermelhos são emitidos a funcionários, incluindo técnicos de manutenção de aeronaves, encarregados de bagagens e fiscais de passaporte, que trabalham em áreas de segurança dos aeroportos de Roissy-Charles de Gaulle e Orly.
15 de dezembro. Marine Le Pen, líder do partido Frente Nacional, foi absolvida da acusação de incitamento ao ódio após comparar as rezas de rua dos muçulmanos com a ocupação nazista. O juiz presidente declarou que, embora os comentários de Le Pen fossem “chocantes”, eles estão protegidos “como parte integrante da liberdade de expressão”.
16 de dezembro. Entre 800 e 1.000 migrantes tentaram invadir o Eurotúnel perto da cidade portuária francesa de Calais na tentativa de alcançar a Grã-Bretanha. A polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, declarou que o número de pessoas que tentava atravessar o canal em um único dia era “sem precedentes”. Aproximadamente 4.500 migrantes da África, Ásia e Oriente Médio vivem em condições sub-humanas em um campo improvisado em Calais conhecido como “Floresta”.
31 de dezembro. Em seu tradicional pronunciamento pela Passagem do Ano Novo, o Presidente François Hollande alertou que a França pode estar sujeita a mais ataques jihadistas em 2016:
“Acabamos de passar por um ano terrível. Começando com os ataques covardes contra a redação da revista Charlie Hebdo e ao supermercado kasher Hypercacher, depois os sangrentos ataques em Montrouge, Villejuif, Saint-Quentin Fallavier, depois o trem de Thalys, terminando com os hediondos atos de guerra em Saint-Denis e Paris… O terrorismo não acabou na França. A ameaça continua. E está no nível mais alto”.
Um Smorgasbord de Antissemitismo Sueco
- A Suécia é um país onde o uso do termo “imigração em massa” normalmente é criticado simplesmente por soar racista. Somente o antissemitismo não é criticado. Na Suécia todas as outras formas de racismo, até mesmo aquelas que alguns dizem poderiam ser consideradas racistas, são criticadas, e de maneira implacável.
- Em 2015 a TV4, um dos veículos de mídia mais importantes da Suécia, descreveu o antissemitismo simplesmente como uma “diferença de opinião”.
- “O que é história para nós não é a história de outros. … Quando temos outros estudantes que estudaram em outros livros de história, não há razão para discutirmos fatos contra fatos”. — A administração de uma escola para adultos, ao repreender um professor que disse que o Holocausto realmente aconteceu.
- “Os judeus estão fazendo uma campanha contra mim”. — Ministra das Relações Exteriores da Suécia Margot Wallström.
- Há menos de 20.000 judeus na Suécia, mais de 20.000 sírios receberam o status de asilados somente em 2014. É por este motivo que pouquíssimos políticos, ávidos para conquistar os votos dos imigrantes, falam sobre o antissemitismo árabe.
Uma manifestação contra o racismo estava marcada para o dia 9 de novembro na cidade de Umeå, Suécia, para lembrar a Noite dos Cristais (a noite de 1938 em que 400 judeus foram assassinados na Alemanha e 30.000 judeus do sexo masculino foram enviados a campos de concentração). Só que havia um pequeno detalhe: os judeus da Umeå não foram convidados para a manifestação. A razão disto, de acordo com Jan Hägglund, um dos organizadores do evento, é que a manifestação poderia causar “mal estar ou provocar uma situação de insegurança para eles”.
O caminho para este cenário surrealista, em que uma manifestação contra o racismo na Suécia para lembrar a Noite dos Cristais poderia ser entendida pelos judeus como uma ameaça, vem tomando forma há muito tempo. A manifestação tinha certa importância. As pessoas por trás dela não eram extremistas. Quatro dos oito partidos do parlamento sueco participaram da organização do evento.
Essa manifestação antiracista e os estranhos incidentes que ocorreram em volta dela são frutos de um processo que, lamentavelmente, estão se avolumando há muito tempo na Suécia. Um novo tipo de antissemitismo sueco está ganhando força e a cidade de Malmö é o carro-chefe.
Em janeiro de 2009, uma demonstração pró-Israel em Malmö foi atacada por árabes que gritavam “f****-se judeus”. Os policiais não foram capazes de proteger os manifestantes pró-Israel dos ovos e garrafas arremessados contra eles. O evento teve que ser temporariamente interrompido quando os árabes começaram a lançar fogos de artifício contra os manifestantes pró-Israel.
Janeiro de 2009: uma turba de árabes em Malmö arremessa garrafas, ovos e bombas de fumaça contra uma demonstração pacífica de judeus. A polícia ordena aos judeus, que tinham permissão para a realização do comício, que se dirigissem para uma viela. |
Em 2010, foi a primeira vez, mas não a última, que a sinagoga de Malmö foi atacada. Naquele mesmo ano o Centro Simon Wiesenthal alertava os judeus a não visitarem a cidade de Malmö, “devido a hostilidade contra os cidadãos judeus.
Hoje Malmö é uma cidade conhecida pelo seu antissemitismo e caracterizada por ele. Os judeus de Malmö não podem mostrar publicamente que são judeus sem que sejam molestados. Muitas famílias que lá residiam há séculos, abandonaram a cidade. Em outubro de 2015 dois membros do parlamento sueco participaram de uma manifestação pró-palestina em Malmö, onde as pessoas gritavam palavras de ordem antissemitas e enalteciam os ataques com facas perpetrados pelos palestinos contra judeus israelenses.
A razão pela qual um país como a Suécia ter, de repente, sido assolada por um antissemitismo extremo é em grande parte graças à imigração do Oriente Médio. O mundo árabe e muçulmano e, desde 1979 também a República Islâmica do Irã, que vem ameaçando repetidamente os judeus com genocídio, continua a demonizá-los na mídia estatal. O mundo árabe e muçulmano querem provavelmente, em parte, justificar seu conflito com Israel. E também em parte porque muitos membros do establishment e cidadãos desses países provavelmente acreditam nessas teorias da conspiração antissemitas, calunias repetidas todo santo dia na mídia e nas mesquitas.
Muitos dos recém-chegados continuam mantendo seu background do Oriente Médio mesmo depois de terem estabelecido residência na Suécia. Muitos, principalmente aqueles que se estabeleceram em regiões predominantemente de imigrantes como Rosengård em Malmö, assistem com frequência a mídia árabe, que transmite ininterruptamente mensagens antissemitas.
Ao mesmo tempo, membros dessa população são convidados a votarem nas eleições suecas, de modo que os partidos suecos dão atenção ao voto árabe. Essa mesura é meramente uma questão de logística. Há menos de 20.000 judeus na Suécia, mais de 20.000 sírios receberam o status de asilados somente em 2014.
Fora isso, não é nem necessário ser cidadão sueco para votar nas importantes eleições municipais da Suécia. É por conta dessa peculiaridade que tão poucos suecos se aventuram a falar sobre antissemitismo árabe, apesar das diversas denúncias e documentários que mostram que o crescimento do antissemitismo foi, em grande medida, importado do Oriente Médio.
É também por essa razão que a maioria das organizações antiracistas na Suécia prefere falar de “islamofobia”. Praticamente todas as organizações antiracistas da Suécia são financiadas pelos contribuintes ou de alguma forma ligadas a partidos políticos, indicando que há um “entendimento” de compadrio entre partidos políticos e organizações antirracistas. A maioria dos partidos políticos não veem exatamente com bons olhos organizações antirracistas que falam de antissemitismo árabe. Essas organizações terão problemas em angariar fundos ou perderão financiamento ou então verão membros do conselho administrativo renunciarem.
Apesar de mais muçulmanos estarem ingressando e mais judeus estarem saindo da Suécia, ou justamente por esta razão, a maioria dos ativistas antiracismo na Suécia considera a “islamofobia” o problema mais sério. A influente organização antiracismo Expo confeccionou uma série de mapeamentos da “islamofobia”, mas apesar do preconceito, não fez um único mapeamento do antissemitismo.
Se for confeccionado um mapeamento do antissemitismo na Suécia, então também será necessário falar sobre a imigração do Oriente Médio. Não há muitas pessoas na Suécia dispostas a falar sobre isso: aqueles que falam sobre o antissemitismo árabe são chamados de racistas.
Em vez de falar sobre o novo antissemitismo sueco, o que se vê são artigos que entorpecem a mente com a mensagem de que as pessoas deviam falar menos sobre o Holocausto nas escolas suecas, para não ofenderem os adolescentes árabes. Ao desaprovar uma proposta do governo para combater o antissemitismo aprofundando a educação sobre o Holocausto, Helena Mechlaoui, uma professora de história, religião e filosofia do ensino médio assinalou:
“Se falamos sobre estudantes do Oriente Médio, pode ser que falamos porque muitos deles passaram por experiências traumáticas relacionadas com as políticas de Israel ou dos Estados Unidos. Não é raro ver os dois países como um só, o que não está totalmente errado. Eles podem ter perdido um ou mais irmãos, primos, pais ou colegas em um bombardeio israelense ou americano. Uma grande proporção deles está aqui na Suécia porque foi obrigada a deixar seus lares por causa da ocupação, guerra ou miséria em algum campo de refugiados. Seus pais podem estar feridos e não terem como enfrentar a vida, eles ainda podem ter familiares nas áreas de conflito. É bem provável que eles tenham encontrado hostilidade na Suécia. Nesse contexto talvez seja melhor não falar sobre o Holocausto”.
A imigração dos países árabes afetou profundamente a maneira pela qual a maioria dos suecos vê o antissemitismo. O antissemitismo não é mais algo que a sociedade sueca condena. Várias celebridades suecas fizeram declarações antissemitas sem que isso afetasse negativamente um tiquinho sequer da carreira deles. Dani M, artista sueco do rap dissemina teorias da conspiração antissemitas tanto nas redes sociais quanto em suas músicas. Depois que diversos veículos de mídia suecos, no final de 2014 e início de 2015, descreveram detalhadamente como Dani M dissemina teorias da conspiração antissemitas, ele apareceu em um reality show em setembro, em um dos maiores e mais consagrados canais de TV da Suécia, a TV4. Quando a TV4 foi criticada, o produtor executivo do programa Christer Andersson respondeu o seguinte:
“Os valores fundamentais da TV4 são Zero Racismo e sempre foi assim, desde que eu me entendo por gente, mas não podemos tolher as pessoas que não pensam assim. A TV4 é um portal onde se apresentam pessoas com as mais variadas opiniões e nós temos que ter uma ampla gama de aceitação”.
Aqui temos um dos veículos de mídia mais importantes da Suécia descrevendo o antissemitismo simplesmente como uma “diferença de opinião”. Nessa mesma época, uma funcionária da TV4 fez uso da “palavra N” em um clip do YouTube e foi demitida dois meses depois. Quer dizer, antissemitismo é aceitável, mas racismo contra afro-suecos não.
Em um outro exemplo, a celebridade da TV sueca Gina Dirawi de origem palestina, publicou em seu blog em 2010 que as ações de Israel podem ser comparadas às ações de Hitler. Depois em 2012 ela aconselhou as pessoas, novamente em seu blog, a lerem um livro que questionava a existência do Holocausto. A mensagem do livro era a de que quando os nazistas perseguiam os judeus eles agiam em legítima defesa. Estas foram apenas duas das muitas declarações antissemitas feitas por ela em seu blog. Hoje Gina Dirawi apresenta vários programas na SVT, a emissora pública de rádio e televisão da Suécia, inclusive ela apresentou o programa de Natal da SVT em 2015. Isso causou certa surpresa considerando-se que Dirawi é muçulmana. Ela também irá apresentar o concurso de música sueco Melodifestivalen de 2016, um dos mais consagrados eventos musicais da Suécia.
Infelizmente não deixa nenhuma margem de dúvida o fato de que na Suécia o antissemitismo não é algo que vá prejudicar a carreira de alguém. A mídia sueca, assim como o governo sueco, também não estão tão interessados em relação aos problemas da Suécia com o antissemitismo. Quando o instituto interdisciplinar de estudos Perspektiv På Israel apresentou evidências em maio de 2015 que o diretor do Islamic Relief na Suécia estava disseminando posts antissemitas no Facebook, ninguém se interessou em escrever sobre esse assunto, não obstante o fato do Islamic Relief receber apoio da Sida, a agência governamental sueca responsável pela ajuda oficial da Suécia aos países em desenvolvimento.
A mídia sueca nem ao menos permitiu que um editorial do Perspektiv På Israel sobre o assunto fosse publicado. Nyheter24, um dos veículos de mídia sueca que não publicou a matéria doPerspektiv På Israel sobre esse escândalo, enviou um email para o Perspektiv På Israel dizendo que seus “leitores não estão interessados nesse assunto em particular, isso para dizer o mínimo”.
Como colunista do jornal Samtiden, eu mencionei as declarações racistas do Islamic Relief em um artigo opinativo e as informações também foram publicadas no The Jewish Press. A mídia sueca não demonstrou nenhum interesse, muito embora houvesse evidências que uma organização que recebia fundos pagos com impostos suecos estivesse publicando matérias antissemitas nas redes sociais.
É importante salientar que todos esses incidentes ocorreram em um país onde o uso do termo “imigração em massa” normalmente é censurado simplesmente por soar racista. Somente o antissemitismo não é criticado na Suécia. Todas as outras formas de racismo, até mesmo aquelas que alguns dizem poderiam ser consideradas racistas, são criticadas e de maneira implacável.
Muito embora o novo antissemitismo na Suécia tenha suas origens no antissemitismo árabe ou muçulmano, acreditar que o antissemitismo de hoje na Suécia é puramente oriundo do Oriente Médio é ser simplista demais. O antissemitismo na Suécia virou um smorgasbord composto por uma série de fatores que se reforçam mutuamente. Alguns desses fatores são os seguintes:
- imigração em larga escala de países onde o antissemitismo faz parte do cotidiano.
- engajamento fortemente pró-palestino entre os políticos suecos que teve como consequência um debate totalmente surrealista em relação à questão israelense-palestina, na qual Israel é injustamente demonizado.
- o desejo dos partidos políticos suecos de conquistarem os votos dos imigrantes.
- o multiculturalismo sueco é tão sem reservas em relação às culturas estrangeiras que não é capaz de diferenciar cultura de racismo.
- medo de parecer contrário à imigração.
- importantes instituições suecas, como a Igreja da Suécia que legitima o antissemitismo ao endossar o documento Kairos da Palestina.
A conjunção desses fatores cria um ambiente no qual o antissemitismo tem condições de crescer sem encontrar nenhuma resistência ou crítica. O que vem a seguir aconteceu emKomvux, em um programa educacional para adultos na Suécia, na cidade de Helsingborg: um professor substituto estava sustentando fatos sobre o Holocausto durante uma aula depois que um estudante perguntou se o Holocausto realmente aconteceu. A administração da escola desaprovou a conduta do professor substituto com os seguintes argumentos: “o que é história para nós não é a história de outros. … Quando temos outros estudantes que estudaram em outros livros de história, não há razão para discutirmos fatos contra fatos”.
Isso aconteceu em fevereiro de 2015, em uma importante cidade sueca. Isso poderia ter acontecido em qualquer cidade sueca onde o novo antissemitismo sueco está avançando. Uma escola sueca já não sabe mais se o fato do Holocausto ter realmente ocorrido é um fato que vale a pena defender. O smorgasbord antissemita torna aceitável o antissemitismo na Suécia.
Quando foi noticiado em meados de novembro que a Ministra das Relações Exteriores da Suécia Margot Wallström, disse: “os judeus estão fazendo uma campanha contra mim”, isso não se tornou uma notícia importante na Suécia. Esta não foi a primeira vez que uma figura política de destaque na Suécia fez declarações antissemitas e não deu em nada e também não será a última.
Voltemos então ao dia 9 de novembro de 2015 em Umeå e à manifestação contra o racismo para lembrar a Noite dos Cristais para a qual os judeus não foram convidados, e para a apresentadora muçulmana do Natal deste ano que diversas vezes expressou pontos de vista antissemitas, e para as escolas que não têm certeza se devem ou não dizer que o Holocausto realmente aconteceu, e para um país onde passou a fazer parte da rotina do dia-a-dia não convidar judeus.
A mídia não faz reportagens sobre isso. Os políticos não dão a mínima. E todo mundo sabe que na Suécia os antissemitas se safam de tudo.
Paquistão: “Meninas Cristãs Servem Apenas para Satisfazer os Desejos Sexuais dos Homens Muçulmanos”
- “Cerca de 700 mulheres cristãs são sequestradas, violentadas e forçadas a se casarem a cada ano no Paquistão, ou seja, praticamente duas por dia e o mundo nada faz”. — Wilson Chowdhry, ativista dos direitos humanos, citando a organização não-governamental muçulmana “Movimento de Solidariedade e Paz”.
- “Meninas cristãs são consideradas mercadorias que podem ser arruinadas ao bel prazer. Abusar delas é um direito. Isso de acordo com a mentalidade da comunidade não é sequer um crime. Os muçulmanos consideram-nas espólios de guerra”. — Paquistão, residentes locais.
Recentemente no Paquistão três meninas cristãs foram espancadas por terem rejeitado os avanços de alguns abastados jovens muçulmanos. Uma das meninas veio a falecer.
Wilson Chowdhry, natural de Londres, presidente da Associação Britânica dos Cristãos Paquistaneses (BPCA) e ativista dos direitos humanos que revelou o caso em primeira mão, denunciou que um dos homens disse o seguinte: “meninas cristãs servem apenas para uma coisa, satisfazer os desejos (sexuais) dos homens muçulmanos”.
O incidente ocorreu em 13 de janeiro em Lahore. As três adolescentes com idades de 17, 18 e 20 anos estavam caminhando para casa após um pesado dia de trabalho. Quatro jovens muçulmanos em um veículo seguiram e assediaram as meninas. Os rapazes “se comportaram mal” gritavam “palavras indecentes e faziam comentários grosseiros”, molestaram as meninas insistindo para que elas entrassem no carro deles para “darem uma volta e se divertirem”.
As meninas recusaram o “convite”, acrescentando que eram “cristãs devotas e que não se relacionavam sexualmente fora do casamento”.
Essa postura provocou a imediata mudança de atitude dos rapazes que se tornaram mais agressivos ameaçando-as, dizendo que se elas não entrassem no carro por bem entrariam por mal. Apavoradas diante da escalada do perigo em que se encontravam, um surto de pânico se abateu sobre elas, fazendo com que saíssem correndo. Isso somente enfureceu ainda mais os rapazes muçulmanos, um deles gritou com elas, dizendo: “como vocês ousam fugir de nós, meninas cristãs servem apenas para uma coisa, satisfazer os desejos sexuais dos homens muçulmanos”.
Os rapazes muçulmanos foram atrás das meninas jogando o carro em cima delas. Duas delas caíram no chão, uma quebrou o quadril a outra teve as costelas quebradas. A mais nova, Kiran Masih, de 17 anos, foi arremessada para o alto vindo a cair no para-brisa do carro que continuava acelerando. Os muçulmanos ao verem a menina estatelada no para-brisa, riam e aceleravam o veículo ainda mais. Logo em seguida, ao que tudo indica, o motorista pisou no freio com toda força. O solavanco causado pela freada arremessou a menina para o alto. Ela logo se espatifou no chão, com fratura exposta no crânio e esmagamento dos ossos. Em questão de minutos ela estava morta.
Sumble, uma menina cristã paquistanesa de vinte anos de idade teve seu quadril fraturado quando um grupo de muçulmanos jogou um veículo sobre ela e suas amigas. Os homens atacaram as meninas cristãs porque elas se recusaram a ter relações sexuais com eles. Kiran Masih de 17 anos, amiga de Sumble, foi assassinada no ataque. (imagens: Associação Britânica dos Cristãos Paquistaneses (esquerda), Projeto Investigativo sobre o Terrorismo (direita). Como de costume a polícia paquistanesa, segundo consta, está “fazendo muito pouco para apreender os jovens, além de postergarem o processo de investigação”. Chowdhry ressaltou:
Em qualquer outro país (menos no Paquistão) os criminosos seriam presos, condenados por assassinato e sentenciados a passar muito tempo na prisão… A violência contra cristãos é raramente investigada e ainda que seja, é altamente improvável que a justiça seja feita. As mulheres sofrem de uma condição social muito baixa no Paquistão, mas nada se compara às mulheres cristãs, que se encontram tolhidas e apavoradas, principalmente depois desse ataque. A ONG muçulmana “Movimento de Solidariedade e Paz” afirma que cerca de 700 mulheres cristãs são sequestradas, violentadas e forçadas a se casarem a cada ano no Paquistão, ou seja, praticamente duas por dia e o mundo nada faz.
Relatos como esses, incluindo a alegação segundo a qual é de direito do homem muçulmano estuprar mulheres cristãs e “infiéis”, são corriqueiros no Paquistão.
Um estuprador muçulmano, ao atacar uma menina cristã de 9 anos no Paquistão, disse para ela “não se preocupar porque ele já fez a mesma coisa com outras meninas cristãs”.
Os residentes daquela localidade se manifestaram da seguinte maneira ao conversarem sobre o que o estuprador disse a sua vítima de 9 anos: “é vergonhoso. Esses incidentes acontecem o tempo todo. Meninas cristãs são consideradas mercadorias que podem ser arruinadas ao bel prazer. Abusar delas é um direito. Isso de acordo com a mentalidade da comunidade não é sequer um crime. Os muçulmanos consideram-nas espólios de guerra”.
O conceito islâmico de “espólio” é explicado por uma das maiores autoridades em lei e jurisprudência islâmica, o já falecido Majid Khadduri, em War and Peace in the Law of Islam (Guerra e Paz segundo a Lei do Islã):
O termo espólio (ghanima) é aplicado especificamente à propriedade adquirida por meio da força de não-muçulmanos. Entretanto, isso inclui não apenas propriedades (móveis ou imóveis), mas também pessoas, seja na qualidade daasra (prisioneiros de guerra) ou sabi (mulheres e crianças). … Em se tratando de uma escrava, o mestre tem o direito de tem relações sexuais com ela como concubina.
Mesmo nas nações ocidentais, os muçulmanos do Paquistão acreditam ser direito deles estuprar e abusar sexualmente de mulheres “infiéis” ou até mesmo de mulheres muçulmanas se estiverem desacompanhadas à noite ou se não estiverem usando um véu. É claro que uma mulher que estiver usando um véu também poderá ser atacada, mas neste caso o estupro será o mesmo como se tivesse sido cometido por um estuprador não-muçulmano, ele quer o que ele quer e ponto final. Mas se for uma muçulmana que estiver sozinha, ele pode racionalizar ou justificar o estupro como “direito seu”, uma vez que ela está agindo como uma infiel, portanto merecedora do que lhe acontecer. O autor não conhece nenhum caso em que um muçulmano atacou uma muçulmana porque ele acreditava ser “direito”seu.
Em 2012 na Grã-Bretanha, nove muçulmanos, oito do Paquistão, foram condenados por estuprar e explorar sexualmente crianças na Grã-Bretanha. E assim como cristãs e outras “infiéis” no Paquistão são informadas pelos estupradores antes do estupro, estes também constantemente “diziam às suas vítimas que eles tinham o direito de passá-las a outros homens, dezenas deles, porque é o que nós fazemos em nosso país”.
Hoje, com a multiplicação dos muçulmanos no Ocidente, o que eles fazem com as mulheres “infiéis” nos países que os abrigam é cada vez mais parecido com o que eles fazem com as mulheres “infiéis” em seus países de origem, conforme milhares de mulheres na cidade de Colônia e em outras cidades puderam constatar recentemente.
Fonte: Paquistão: “Meninas Cristãs Servem Apenas para Satisfazer os Desejos Sexuais dos Homens Muçulmanos”
Estado Islâmico, Al-Qaida e Irmandade Muçulmana Discutem uma ‘Mega-Fusão” na Líbia
.TEL AVIV – Os ramos da Líbia do Estado Islâmico, Al-Qaida e da Irmandade Muçulmana estão em discussões para concluir uma “mega-fusão”, informou o jornal A Sharq al Awsat com sede em Londres.
Documentos vazados revelaram que as maiores organizações islâmicas da Líbia estão considerando uma aliança e o estabelecimento de um conselho conjunto de sábios.
O movimento prospectivo surge na sequência de relatos de um esforço internacional iminente para formar um governo de união que traria juntos inúmeros partidos e milícias da Líbia.
O jornal disse que a Irmandade Muçulmana está considerando uma Frente Islâmica, mesmo que o movimento esteja oficialmente em favor de formar um governo de unidade. No entanto, fontes dentro do movimento disseram ao jornal que o seu apoio ao esforço internacional é meramente tático, e eles estão esperando que ele entre em colapso.
As negociações entre os três grupos islâmicos começou por causa de relatos de uma aproximação entre o governo internacionalmente reconhecido com base em Tobruk e o governo não reconhecido na capital Trípoli, informou o jornal.
Os grupos desejam enviar uma mensagem para as forças coalescentes em torno de um governo de unidade que não se opõe ao Estado Islâmico apenas, mas “todos os elementos de oposição islâmicos falam em uma só voz e devem ser tratados como tal”, disse uma fonte.
De acordo com os documentos, os líderes da Irmandade Muçulmana, disseram que o regime egípcio do Presidente Abdel Fatah al-Sisi “não é apoiado pelos americanos por causa de suas estreitas relações com a Rússia. Eles mal podem esperar para vê-lo sair de cena”.
As partes concordaram em formar um conselho Shura (consultivo) e os territórios que estão atualmente sob o controle islâmico conjunto serão divididos entre eles, ecoando um acordo semelhante ao que já está em andamento em Benghazi.
O representante da Al-Qaida foi citado como dizendo que o movimento iria inspirar os islamitas, na Argélia e no Egito, para seguirem o exemplo.
Isto segue a própria reportagem exclusiva da Breitbart Jerusalém sobre os esforços de mediação entre a Irmandade Muçulmana alinhado ao Hamas em Gaza e os salafistas alinhados com o Estado Islâmico.
A Breitbart Jerusalém relatou anteriormente que Shadi al-Menai, um dos líderes do Wilayat Sinai, o ramo do Estado Islâmico no Sinai, visitou Gaza em uma tentativa de mediar entre o Hamas e os grupos salafistas locais depois que os confrontos começaram, resultando na prisão de dezenas de jihadistas por forças do Hamas.
No início deste mês, uma fonte do líder Salafi revelou que Menai mediou um acordo pelo qual o Hamas daria aos grupos de oposição salafistas de Gaza mais liberdade em troca de ajuda do Wilayat Sinai, ignorando as restrições do exército egípcio nas peças de contrabando de foguetes em Gaza.
Este não é o primeiro relato sobre o Hamas e o Estado Islâmico em cooperação no contrabando de armas.
Um estrategista do Oriente Médio acusou no mês passado de que há informações de que o Hamas vem pagando o ramo do Estado Islâmico no Sinai para contrabandear armas para Gaza. “Ao longo dos últimos dois anos, o Estado Islâmico do Sinai ajudou o Hamas a mover armas do Irã e da Líbia através da península, tendo uma parte generosa de cada embarque”, afirmou um relatório do Instituto Washington para Política do Oriente.
Apesar da aproximação entre o Hamas e Estado Islâmico do Sinai, as tensões entre a facção dominante e os grupos de oposição Salafi em Gaza são galopantes.
O Exército do Islã, um grupo salafista que aspira a tornar-se o único representante do Estado Islâmico na Palestina, recentemente lançou um vídeo amargo em que culpa o Hamas por se afastar da Lei da Sharia e cooperar com os jogadores anti-islâmicos, incluindo o Irã xiita.
Fonte: Report: Islamic State, Al-Qaida, Muslim Brotherhood Discuss ‘Mega-Merger’ in Libya
O Chefe do Exército Suíço Adverte Sobre Riscos de Agitação Social na Europa
O Chefe do Exército suíço, André Blattmann, advertiu em um artigo do jornal suíço, no último domingo, que os riscos de agitação social na Europa estão subindo. Recordando a experiência de 1939/1945, Blattman teme que a crescente agressão no discurso público é uma situação explosiva e perigosa, e aconselha o povo suíço a armar-se e adverte que a base para a prosperidade suíça está “sendo posta em questão”.
Como relata o jornal Deutsche Wirtschafts Nachrichten, falando sobre o caso pela primeira vez desde os ataques terroristas de novembro em Paris, Blattmann disse ao jornal que, apesar de um aumento dos incidentes de segurança, ao longo dos últimos dois anos foram sendo reduzidos os meios de defesa da Suíça.
————— trecho do artigo ——————
A situação está cada vez mais arriscada, Blattman começa.“A ameaça do terror está aumentando, guerras híbridas estão sendo travadas em todo o mundo; o panorama econômico é sombrio e os fluxos migratórios resultantes dos deslocados e refugiados têm assumido dimensões imprevistas”.
Blattmann: “A agitação social não pode ser descartada”, o vocabulário no discurso público está se tornando “perigosamente agressivo”.
“A mistura está cada vez mais explosiva”, Blattmann vê que a base da prosperidade suíça, “tem sido, uma vez mais posta em questão”.
Ele lembra da situação em torno das duas guerras mundiais no século passado e aconselha à Suíça, para se armar.
As Forças Armadas da Suíça tinham realizado manobras há muitos anos, em que o ponto de partida era focado em uma agitação social na Europa.
————— trecho do artigo ——————Os políticos suíços, é claro, responderam com descrença para o chefe do exército e disseram que as suas advertências são exageradas. Esperar o que de políticos de esquerda?!
Aqui o artigo original citado acima: http://deutsche-wirtschafts-nachrichten.de/…/schweizer-arm…/
Fonte: Dionei Vieira – O Chefe do Exército suíço, André Blattmann,…