Aviso Sobre O Petróleo: O Colapso Pode Ser O Pior Em Mais De 45 Anos

O mercado do preço do petróleo não aparenta ser muito complexo, pois basicamente ele deveria ser controlado pela velha e conhecida lei da oferta e da procura, o que deveria acabar por reger de forma “simples” os preços do mercado. Só que na prática a coisa é muito mais complexa do que aparenta, há muitos interesses em jogo e o fluxo do preço possui muitas outras variantes. Assim como a manipulação da OPEP (leia-se Arábia Saudita) para manter uma alta oferta mesmo em tempos de baixa demanda, o que demonstra haver outros interesses que não apenas a queda do preço, mas efetivamente prejudicar concorrentes e seus patrocinadores (incluindo governos).

Essa é uma técnica antiga de ação para deteriorar o mercado no que podemos chamar de “guerra econômica” onde o preço do petróleo é a arma, uma das antigas técnicas usadas pelos islâmicos ao longo de sua história. Além disso, a queda do preço que foi inicialmente forçada pela OPEP desde o ano passado acabou escondendo outros fatores econômicos globais, entre eles a própria desaceleração da economia o que contribuiu e acredito que ainda contribui para que os preços não voltem a uma recuperação como seria o esperado. O aumento observado de 1,6 milhões de barris em demanda é menor do que deveria, considerando os preços antes da queda e os atuais, pois com preços mais baixos uma demanda maior é esperada, mas considerando a diferença do preço atual com o anterior à queda, esse crescimento da demanda deveria ser muito maior, mas não é, sinal de que a desaceleração econômica é maior do que muitos podem imaginar.

Segue o artigo traduzido:
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O Morgan Stanley tem estado bastante pessimista sobre os preços do petróleo em 2015 ao fazer comparações do cenário atual com o de algumas das piores quedas do petróleo das últimos três décadas. A recessão atual pode até mesmo rivalizar com o preço icônico do colapso de 1986, segundo os analistas tinham avisado, mas não seria pior do que isso.

Esta semana, foi feita uma revisão: Pode ser que venha a ser muito pior.

Até recentemente, a confiança em uma forte recuperação dos preços do petróleo e de empresas do ramo era bastante elevado, escreveram os analistas, incluindo Martijn Rats e Haythem Rashed, em um relatório para os investidores ontem. Essa confiança foi baseado em quatro premissas, disseram eles, e apenas três se mostraram verdadeiras.

1. A demanda vai subir: Verificado

Em teoria: A queda dos preços, que começou há um ano, deve estimular a demanda. O petróleo barato significa o barateamento da fabricação e do transporte, mais viagens por estradas no verão.

Na prática: Apesar de uma economia chinesa em desaceleração, a demanda global tem, efetivamente, subido em cerca de 1,6 milhões de barris por dia, acima da média do ano passado, de acordo com o relatório.

2. Os gastos com o petróleo novo vai cair: Verificado

Em teoria: os preços mais baixos do petróleo devem forçar as empresas de energia para cortarem os gastos em novos suprimentos de petróleo, e os custos de perfuração e bombeamento devem declinar.

Na prática: Com certeza, desde outubro o número de sondas de perfuração ativas para novas fontes de petróleo em todo o mundo diminuiram em cerca de 42 por cento. Mais de 70.000 trabalhadores do ramo do petróleo perderam seus empregos a nível mundial, e em 2015 as companhias petrolíferas cotadas têm sozinhas cortado cerca de 129 bilhões de dólares em despesas de capital.

3. Os preços das ações continuarão baixos: Verificado

Em teoria: Enquanto os mercados de petróleo reequilibram-se, os preços das ações de empresas de petróleo devem permanecer baratas, preparando o palco para uma forte recuperação.

Na prática: Yep. As grandes companhias de petróleo estão negociando perto dos pontos mais baixos de 35 anos, usando dois métodos diferentes de avaliação.

4. A oferta de petróleo vai cair: oh-oh

Em teoria: Com a forte demanda por petróleo e menos dinheiro para perfuração e exploração, o excesso global de petróleo deve diminuir. Vamos dar o início para a recuperação.

Na prática: O oposto aconteceu. Enquanto a produção dos EUA se estabilizou desde junho, a OPEP assumiu o papel de saqueador do mercado.

 

Fonte: Dionei Vieira – O mercado do preço do petróleo não aparenta ser…

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