Moscou tem crescido muito no Oriente Médio, lembre que a última vez em que tropas russas puseram os pés dessa forma no Oriente Médio foi em 1945, ou seja, o que tem ocorrido é uma clara amostra de como decaiu a hegemonia americana e agora é plenamente visível que a força militar mundial já não está mais centrada ao redor dos EUA, mas sim em vários blocos … a Rússia entre eles.
Estamos testemunhando mudanças muito contundentes no mundo, não apenas na questão do poderio e da hegemonia militar, mas o mesmo se percebe na questão econômica com o aumento da influência da moeda chinesa no globo, sendo alçada ao status de moeda de reserva. Mesmo o petrodólar já deixou de ter a influência que tinha antes, pois a Arábia Saudita nem mesmo tem exportado mais petróleo para os EUA, além disso os acordos bi-laterais dos exportadores de petróleo para a China, que hoje é a maior consumidora desse commoditie no mundo, é todo praticamente feito em moeda chinesa e não em dólar.
Cedo ou tarde os EUA irão receber de volta uma invasão dos dólares que eles enviaram ao longo dos anos para o resto do mundo, fato esse que irá se mostrar um cenário de grandes e profundas mudanças. Não é por acaso que a China, Rússia e Índia tem comprado ouro aos borbotões a ponto de não haver mais ouro físico em Londres para atender a demanda … existem pedidos de compra recentes que a Rússia tem feito que não conseguem ser atendidos pelo mercado de ouro de Londres, o maior do mundo nesse metal precioso. O bloco liderado pela China tem planos para o ouro num futuro próximo, pois a China tem vendido centenas de bilhões de dólares de Títulos do Tesouro americano que tinham em posse, mas nesse mesmo período em que se livra desses Títulos americanos, a China tem aumentado as suas reservas de ouro em mais de 5%.
Como escrevi no início de outubro ( aqui ), passamos um ponto de inflexão no cenário de poder mundial entre setembro/outubro e isso não tem volta. Seremos testemunhas de grandes mudanças em áreas militares, geopolíticas, econômicas e sociais.