PEQUIM – Seria insensato, especialmente durante uma desaceleração econômica, que a China dependa exclusivamente o setor de serviços enquanto ela menospreza a importância e o potencial da sua indústria.
Embora seja verdade que o setor de serviços está superando o desempenho do setor em termos de percentagem do PIB, a indústria continua a ser a espinha dorsal da economia.
Afinal de contas, os serviços são dependentes do desenvolvimento dos setores industriais e agrícolas. Ao subestimar essa relação isso resultaria em um modelo econômico insustentável.
A indústria, especialmente o comércio de processamento, foi o principal combustível para a sustentar a rápida expansão da China das últimas décadas.
Dado o tamanho da economia, o excesso de dependência das exportações e a expansão do crédito não é mais sustentável. A China precisa mudar para um modelo de crescimento de mais consumo e de um serviço dirigido à um modelo para sustentar o crescimento, embora em um ritmo mais lento, durante a próxima década e além.
O objetivo de uma tal transição, no entanto, é a de tornar o setor industrial tradicional mais competitivo, e não menos significativo.
Para este fim, programas como o “2025 China Manufacturing” e o “Internet Plus”, destinam-se a apoiar a modernização do setor industrial, centrando-se sobre a modernização e a inovação, e à redefinição da China como “fábrica do mundo” para um poder industrial de primeira linha.
Enquanto a necessidade de manter o seu poderio industrial é influenciada pela seu próprio histórico de desenvolvimento, há um número incontável de ensinamentos a retirar das nações desenvolvidas.
Os Estados Unidos são um exemplo. Uma vez que o maior produtor industrial do mundo, na década de 1980 começou a fabricação “out-source”. O setor de serviços não só floresceu, mas na verdade substituiu a fabricação como a espinha dorsal da economia e acabou sendo responsável por até 70 por cento da economia. Sem o apoio de uma economia real, era apenas uma questão de tempo antes do estouro da bolha, provocando a crise hipotecária de 2008, que culminou no pior desastre econômico desde a Grande Depressão.
Os Estados Unidos estão agora tentando reaver as vantagens perdidas do seu setor industrial. Desta vez, porém, focando em inovação que visa na criação de um setor forte que é capaz de competir globalmente.
Alexander Hamilton, um dos pais fundadores da América, disse uma vez, “não apenas a riqueza, mas a independência e a segurança de um país, parecem ser materialmente ligado com a prosperidade dos fabricantes”. Esse julgamento ainda vale para a China de hoje.
Fonte: Booming service sector will not replace industry – Business – Chinadaily.com.cn