Faça Brilhar a Luz da Presença Divina

A graça de Deus que se manifestou no mundo, nos educa para viver uma vida justa e piedosa, longe do pecado, como está escrito …

Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” (Tito 2:11-13)

Observe que a palavra grega no texto para “manifestar” significa “fazer brilhar em” (επιφαινω “epiphaino”, esta palavra é composta por επι “epi” que significa “em” e φαινω “phaino” que significa “fazer brilhar, trazer a luz, espalhar a luz“), indicando que o termo “manifestação” no texto seria então: fazer brilhar a luz da Presença Divina.

Afinal, o Espirito do SENHOR que em nós habita, é como a luz que nos ilumina para andarmos nos caminhos e estatutos definidos pelo SENHOR, como está escrito sobre quando nos tornamos “nova criatura” …

Dar-vos-ei [ נתנּ nathan ] coração novo e porei [ נתנּ nathan ] dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei [ נתנּ nathan ] coração de carne. Porei [ נתנּ nathan ] dentro de vós o Meu Espírito e farei [ fabricarei, produzirei, pressionarei para ] que andeis nos Meus estatutos, guardeis [ prestem atenção para ] os Meus juízos e os observeis [ produzam, realizem ].” (Ezequiel 36:26-27)

Os termos “porei” e “darei” vem do hebraico נתנּ (nathan) que significa “colocar, produzir, dar fruto”, o que nos remete ao Fruto do Espírito que está mencionado em Gálatas 5.22-23, onde diz: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.

Veja também que a palavra hebraica para “louvor” (t@hillah: תְּהִלָּה) vem de um verbo que significa “brilhar” (halal: הָלַל), da qual deriva a palavra “halo”. Da mesma forma, a palavra “aura” vem da palavra hebraica “ohr” (אוֹר), que significa “luz“. Portanto, permita a ação do Espírito do SENHOR que está DENTRO de você, para que você frutifique, produza … “deixe a sua luz [ interna, da presença divina ] brilhar diante dos outros para que vejam as vossas boas obras e deem honra [ louvem ] a teu Pai que está nos céus” (Mateus 5:16).

Aprendendo com Davi sobre Prioridades

Davi sabia dar prioridade ao que é mais importante, isso ele deixa claro neste Salmo e neste versículo …

Uma coisa peço ao SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no Seu templo.” (Salmo 27:4)

É interessante observar nesse texto que o verbo em hebraico para “peço” no original é שׂאל (sha’al) ou שׂאל (sha’el), e o mesmo denota “pedir esmola”, “mendigar”; uma atitude muito diferente dessa que muitos dizem hoje em que se deve “determinar”; Davi sabia quem ele era e quem Deus É, por isso ele sabia como alcançar o coração do SENHOR devidamente; tolos são aqueles que não conseguem perceber quem é o verdadeiro Senhor nessa relação do homem com Deus … possivelmente acabarão por descobrir da pior forma o quanto as suas percepções e valores estão equivocados.

No Seu tabernáculo, oferecerei sacrifício de júbilo; cantarei e salmodiarei ao SENHOR.” (Salmo 27:6b)

Neste Salmo, Davi se refere ao Tabernáculo do SENHOR, não aquele de Moisés, que ficava no Monte Gibeom, mas aquele que Davi havia feito, e em que havia somente a Arca do SENHOR, sem o véu de separação, que ficava no Monte Sião, e que simbolizava a graça, pois nele não eram oferecidos sacrifícios diários de animais como ocorria em Gibeom, mas sim sacrifícios espirituais que eram o erguer de mãos, os louvores e os júblios de adoração.

Ao meu coração me ocorre: Buscai a Minha presença; buscarei, pois, SENHOR, a Tua presença.” (Salmo 27:8)

Também note que o termo “buscar” que aparece muitas vezes neste Salmo, vem do original בקשׂ (baqash) e denota uma busca incessante para se encontrar, não é aquela busca do tipo em que se pode vir a desistir, mas é daquela que só termina quando se encontra.

Quem sabe o que é importante de verdade não tem nada a temer, porque sabe a quem pode se dirigir em petição nas horas difíceis, e a sua esperança está bem fundamentada! Leia todo o Salmo 27 e irá perceber isso!

Que o Eterno resplandeça o Seu rosto sobre você e lhe abençoe grandemente!

A Lição Tirada do Mar da Galiléia e do Mar Morto

Em Israel há duas grandes massas de água, conhecidas como “mares”; um é o Mar da Galiléia e o outro é o Mar Morto. O Mar da Galiléia recebe as suas águas do Rio Jordão, ao norte; ao sul, o Mar da Galiléia desagua as suas águas no Rio Jordão. O Mar Morto também recebe as suas águas do Rio Jordão (e do Mar da Galiléia), mas não há uma saída para as águas do Mar Morto, as águas chegam e … morrem.

O Mar da Galiléia é repleto de vida, de peixes e vegetação, enquanto que o Mar Morto é desprovido de qualquer tipo de vida. Aqui temos um grande ensinamento … o Mar da Galiléia está sempre dando o que recebe, sempre nesse movimento, enquanto que o Mar Morto apenas recebe, nunca dá.

Portanto, a vida que é doadora, que dá o que recebe, é uma vida que sempre abençoa aos outros, como no Mar da Galiléia, cujas águas são sempre frescas, sempre cheias de vida; porém, a vida que apenas recebe, mas que não dá, não doa, é uma vida que se torna morta e estéril, como no Mar Morto … e, curiosamente, ambos os “mares” recebem as águas da mesma fonte doadora.

Não é o que você possui na vida o que realmente importa, seja isso muito ou seja isso pouco … mas sim o que você faz com o que tem … com o que recebeu do Criador da vida, da única Fonte, o SENHOR.

Seja generoso, seja doador … pois está escrito …

… Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20:35b)

A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado.” (Provérbios 11:25)

O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.” (Provérbios 22:9)

A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda.” (Provérbios 11:24)

dai, e dar-se-vos-á;” (Lucas 6:38a)

O Poder da Língua

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A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” (Provérbios 18:21)

Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;” (1 Pedro 3:10)

Quando o autor de hebreus comenta sobre a paz e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor (Hebreus 12:14), é impossível dissociar o texto ao “poder da língua”, pois o texto implica que a santificação envolve diretamente a habilidade da fala, afinal “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34b). A língua expressa o estado e a natureza da alma, e seremos chamados a prestar contas de nossas palavras, delas dependem a vida e a morte, conforme está escrito: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.” (Mateus 12:36,37).

Em 1 Pedro 2:22,23; o texto mostra que Jesus, mesmo ao ser vilipendiado por homens ímpios e desvairados, não devolveu os seus insultos verbais, e nem saiu qualquer ludíbrio de seus lábios; não era ele uma pessoa dúplice, pronta a dizer tolices; antes, sempre se mostrou honesto em todas as suas ações e em todas as suas palavras.

Tiago, em seu livro, alude que o homem perfeito, aquele que possui perfeição moral, é o que controla a sua língua e Tiago dá sérias advertências sobre o “poder da língua”, como descrito abaixo:

Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo. … Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno. … a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero. Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?” (Tiago 3:2,6,8-11)

Tiago enfatiza que a língua é um membro bem pequeno do corpo, mas difícil de controlar, e quem a controla é também capaz de controlar todo o seu corpo. O texto reitera que todos cometem equívocos dos tipos mais diversos; talvez o erro  mais comum seja o da língua. É fácil dizer palavras apressadas e assim acabar ofendendo e magoando alguém de forma indevida e injusta.

O homem é como um navio batido pelas ondas e pelos ventos e que, apesar das intempéries, pode ser controlado por um pequeno leme para se manter no curso correto, mesmo em meio às mais difíceis tempestades, e Tiago usa a mesma imagem para a língua, comparando-a ao pequeno leme que controla o navio. Uma língua descontrolada é como um navio sem leme, e o fim dele poderá ser em meio aos recifes, num naufrágio … é também como uma labareda de fogo sobre galhos secos que podem, pelo seu descontrole, dizimar uma floresta inteira pelas chamas. É por isso que Tiago reitera a importância de que se controle a língua, para que ela seja fonte de benção, e não de maldição.

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As pessoas em geral, desprezam o poder e a consequência das suas próprias palavras. Não custa lembrar que, todo o universo que conhecemos, foi criado pelo poder da palavra (vide Salmo 33:9) … assim também o é em sua vida, muito do que você vive hoje é resultado simples e direto de suas próprias palavras, mas infelizmente muitos se esquecem dessa verdade. É bom você observar e meditar em tudo isso antes de decidir proferir mais palavras de maldição novamente (sejam elas faladas ou escritas), sejam elas para si próprio ou para os outros … lembre de Mateus 12:36,37 que foi anteriormente referenciado. Não é por acaso que o primeiro pecado ocorreu por intermédio da boca, quando Adão e Eva experimentaram do fruto, e assim continuaram pelas palavras que ambos proferiram diante do SENHOR quando inquiridos por Ele, é muito provável que teriam alcançado um resultado diferente se tivessem escolhido melhor as palavras naquela situação, pois o SENHOR é bom e a sua bondade dura para sempre, mas a resposta do SENHOR é, muitas vezes, um reflexo e resposta ao teor das palavras que proferimos. Davi entendia disso muito bem …

Quem, SENHOR, habitará no Teu tabernáculo? Quem há de morar no Teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade; o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho;” (Salmo 15:1-3)

Na boca de um verdadeiro adorador, não cabem palavras de iniquidade, de maldição e de morte, que geram intrigas e ódio entre irmãos; portanto, controle o poder de sua língua e …

Refreie a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la.” (Salmo 34:13,14)

A boca do justo profere a sabedoria, e a sua língua fala o que é justo.” (Salmo 37:30)

A minha língua celebre a Tua lei, pois todos os Teus mandamentos são justiça.” (Salmo 119:172)

Graça e Lei, Uma Reflexão …

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Ultimamente eu tenho ouvido alguns comentando que, pelo fato de estarmos sob a égide da graça, então já não há mais uma lei, como se o Reino de Deus fosse agora regido pela anarquia legal. Esse tipo de pensamento em si é errôneo já na sua fonte, visto que a nova aliança, registrada em Jeremias 31:31-33 (cumprida em Cristo, vide Mateus 26:26-28), já enfatiza que a lei sai das “tábuas (coração) de pedra” para a mente e o coração, como também enfatizam Ezequiel 36:26,27 e 11:19,20 (recomendo que leia também o versículo 21 do capítulo 11, considero muito pertinente). A graça, por meio de Cristo e em Cristo, nos alcança algo que debaixo da lei mosaica jamais conseguiríamos alcançar, mas ela não anula a existência de uma lei, de princípios e mandamentos que devem ser obedecidos.

Em certo sentido a lei teve uma “evolução”, um “upgrade” ao sair das tábuas (coração) de pedra e ir para a mente e o coração (de carne) … algo que Paulo em certo momento declara como “Lei de Cristo” … como exemplo disso, veja que Paulo nesse trecho abaixo, claramente declara que jamais fica “sem lei” para com Deus …

Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, NÃO ESTANDO SEM LEI PARA COM DEUS, MAS DEBAIXO DA LEI DE CRISTO, para ganhar os que vivem fora do regime da lei.” (1 Coríntios 9:20,21)

Em Hebreus, o autor deixa claro a mudança de lei necessária quando houve a mudança de sacerdócio, implicando na existência de uma lei mesmo debaixo da graça.

Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei.” (Hebreus 7:11,12)

Para quem acha que a “Lei de Cristo”, como citado por Paulo, é mais “branda” em alguns pontos do que a mosaica, recomendo a leitura de Mateus 5:17-48, observando o fechamento imperativo da última sentença: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mateus 5:48).

Recomendo adicionalmente também a leitura completa de João 15, com ênfase para o mandamento dado pelo próprio Senhor, DUAS vezes nesse trecho:

O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15:12)

Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.” (João 15:17)

Recomendo igualmente que se medite no que Paulo assim escreveu sobre o assunto e que se harmoniza com João 15:

A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Romanos 13:8-10)

Que o SENHOR lhe abençoe!

A Sabedoria do Alto

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A sabedoria, porém, lá do Alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tiago 3:17)

Como ressalta Tiago neste versículo, a sabedoria do Alto, aquela cuja fonte é o SENHOR, possui características próprias e muito distintas da carnal “sabedoria” humana. Observando o texto podemos destacar como ela se manifesta:

 

Pura

Isto é, “não contaminada”, sem qualquer defeito moral, sem motivos ulteriores, livre do “espírito faccioso”, livre de ambição humana, de autoglorificação. Não é algo meio bom, meio mau; porquanto isso não poderia mesmo descrever a verdadeira sabedoria.

Trata-se de uma expressão pura, do íntimo; não têm falhas ocultas. Essa é a sua qualidade primária; e dessa qualidade se originam todas as outras, conforme se vê na lista em sequência. Tal sabedoria é isenta das corrupções humanas, que fazem parte da sabedoria mundana; não conduz a qualquer facção (divisão) e nem à exaltação de um homem sobre outro; não contempla maldade moral, mas seu intuito constante é a prática do bem. É inocente de quaisquer motivos dúbios, e seu intuito é glorificar unicamente a Deus.

 

Pacífica

A sabedoria não é “contenciosa”, nem “facciosa” e nem “beligerante”. Não busca os seus próprios interesses, às expensas de outrem, conforme faz a carnal sabedoria humana. Pelo contrário, confere a paz; alimenta-se da harmonia. Em Provérbios 3:17 diz acerca da sabedoria: “Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz.”. Bem-aventurados são os pacificadores, porquanto serão chamados Filhos de Deus, conforme está escrito em Mateus 5:9.

 

Indulgente

No grego o termo é “επιεικης” (epieikes) que significa: razoável, cheio de consideração, moderado, apropriado, suave, equitativo, gentil … qualidades essas que homens facciosos e por demais ambiciosos não possuem. Antes, a sabedoria do homem espiritual é tratável, moderada, sem temperamento radical.

 

Tratável

No grego o termo é “ευπειθης” (eupeithes) que significa: disposto a ceder, complacente, o contrário de “obstinado”, que normalmente é o caráter dos homens por demais ambiciosos, que se tornam ditadores na igreja. Essa sabedoria é “aberta à razão”. Pode ver o ponto de vista  alheio, mudando suas próprias opiniões.

 

Plena de Misericórdia

Os homens por demais ambiciosos tendem para a crueldade e para o mau temperamento. A verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior. Notemos que o homem verdadeiramente sábio será “pleno” de misericórdia, tal como Deus. Através de Sua misericórdia nos é permitido continuar em nosso caminho, na direção de Deus e da verdade, apesar de nossas muitas quedas e erros.

O homem sábio segundo o mundo, entretanto, não demonstrará misericórdia com ninguém, e procura fazer nome para si mesmo, de modo brutal. Tal homem considera as pessoas como meros objetos a serem usados para sua própria satisfação e exaltação. Não tem espírito de amor e nem senso altruísta genuíno; é alguém completamente egocêntrico, e acredita que deveria ser o centro da vida de outras pessoas, igualmente. Fez de si mesmo um “deus”, e destronizou Deus, até onde diz respeito à sua própria pessoa. Tornou-se um ateu prático, a despeito das crenças que professe.  O indivíduo dotado de sabedoria falsa, outrossim, tem a boca cheia de maldição e amargura … arrogante …, mas o homem verdadeiramente sábio é cheio de misericórdia e aplica o princípio do amor cristão em sua vida diária, já o homem falsamente sábio nada dá, antes recolhe tudo quanto pode obter.

Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.” (Tiago 1:26-27)

 

De Bons Frutos

A sabedoria tem o caráter da misericórdia, cultivando o fruto do Espírito …

Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.” (Gálatas 5:22-23)

Sendo assim, a sua vida é repleta de piedade, sendo transformada para receber a imagem moral de Cristo que é o supremo possuidor dessas qualidades. Neste caso, os “bons frutos” indicam as “boas obras”.

E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.” (Filipenses 1:9-11)

Os feitos de bondade e de misericórdia mui provavelmente estão em foco neste caso mencionado em Tiago 3:17.

 

Imparcial

Este adjetivo no grego é “αδιακριτος” (adiakritos) que significa literalmente “não-dividido em julgamento”, sem variação, sem ambiguidade. Provavelmente isso alude à situação dos versículos nono e décimo do capítulo 3 de Tiago, onde vemos os homens sem sabedoria a abençoarem a Deus e a amaldiçoarem aos homens. Essa palavra também pode subentender que o homem verdadeiramente sábio é livre de “incertezas” espirituais; e, nesse caso, a questão da “mente dúplice” (ânimo dobre), está em foco, tal como em Tiago 1:6-8.

Peça-a [a sabedoria], porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa; homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1:6-8)

O homem verdadeiramente sábio já se desfez da mente dúplice (ânimo dobre), entre as coisas terrenas e celestiais; vive exclusivamente com o seu foco para a dimensão eterna; e também pode julgar com imparcialidade, tratando dos homens com justiça e com honestidade.

 

Sem Fingimento

O homem verdadeiramente sábio não precisa ser “insincero”, e nem hipócrita, porquanto nada tem a ocultar, e não busca suas próprias vantagens. O vocábulo aqui usado é, especificamente, “sem hipocrisia”. Tal homem não precisa viver como um ator, desempenhando um papel falso, antes, vive na sinceridade. A sabedoria não opera por detrás de uma máscara, “supostamente para o bem dos outros”, como atuaram muitos líderes e mestres de outrora que foram exageradamente ambiciosos nas igrejas.

Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz. É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm.” (Provérbios 3:13-18)

Os Livros no Céu

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Como Deus sabe o que temos feito? Deus é onipotente, onipresente e onisciente, desse modo Ele sabe de tudo. Mas mesmo assim o céu também possui inúmeros livros (talvez rolos ou alguma outra tecnologia que os lembre) com informações nos registros celestes. No céu, existem pelo menos cinco tipos diferentes de livros que registram informações sobre os que vivem na Terra.

O Livro dos Vivos

Há um Livro dos Vivos no céu, o qual alguns sugerem ser o mesmo que o Livro da Vida, que contêm os nomes dos justos. Entretanto, esse Livro dos Vivos parece ser um livro que revela o destino (propósito) de todos os humanos nascidos na Terra. Deus falou à Jeremias e disse: “Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.” (Jeremias 1:5). Esse é um exemplo da presciência de Deus. Davi sabia sobre essa presciência quando escreveu:

Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.” (Salmo 139:16)

Antes do nascimento físico de cada ser humano, há informações no céu acerca dos detalhes de cada pessoa viva, e é provável que isso inclua também o DNA e informações relacionadas. Esse é o Livro dos Vivos, e os detalhes de cada criança foram escritos antes de o infante ter sido formado no ventre (vide Sl 139:16). Deus não apenas conhecia você antes de você nascer, mas Ele também sabe o número de dias que você viverá! O próprio Deus tem um nome específico para cada pessoa e, quando entrarmos no reino celestial, Ele revelará nosso novo nome (vide Ap 3:12).

Às vezes, na Bíblia, Deus mudou o nome terreno de uma pessoa e deu-lhe um novo, com outro significado. Jacó teve seu nome mudado para Israel (Gn 35:10), Simão para Pedro (Mt 16:17-18), Saulo para Paulo (At 13:9) e Oséias para Josué (Nú 13:16).

Deixe-me adicionar que Deus criou você para ser diferente de qualquer outro ser humano que já viveu! Você tem um conjunto distinto de impressões digitais e pegadas que o identificam pessoalmente, assim como um DNA único, singular. Até o formato de seus dentes é distinto da forma de outros seres humanos com uma “assinatura” que é exclusivamente sua. Você tem um padrão de voz que um programa de computador pode identificar como sendo você mesmo e não alguém lhe imitando. Acredito que todas essas informações sobre você estão, devida e vastamente, registradas neste Livro nos céus.

O Livro da Vida

O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.” (Apocalipse 3:5)

Esse livro, o Livro da Vida, é mencionado 12 vezes na Bíblia, em ambos os Testamentos. No Antigo Testamento é mencionado por Moisés (Êx 32:32-33), por Davi (Sl 69:28) e Daniel (Dn 12:1); no Novo Testamento é mencionado por Paulo (Fp 4:3) e por João no Apocalipse (Ap 22:18-19).

Trata-se de um livro ímpar que contém os nomes daqueles que arrependem-se de seus pecados e confiam em Deus para dar-lhes a salvação. Moisés sabia que nomes podiam ser adicionados ou apagados desse registro celeste. Quando Cristo tornou-se o Sumo Sacerdote no Templo Celestial e estava posicionado como o mediador entre Deus e o homem, o livro foi chamado de “O Livro da Vida do Cordeiro”, pois ele era chamado o “Cordeiro de Deus” (Jo 1:29, 36). É-nos dito que nomes estão inscritos ou registrados no Livro da Vida no céu (Lc 10:20). Para entrar na eternidade do Reino dos Céus, o nome de uma pessoa deve estar nesse livro:

E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.” (Apocalipse 20:15)

O Livro das Lágrimas

Há também um registro das lágrimas dos santos, como revelado no Salmo 56:8 … “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?“. Na época de Cristo, havia pequenas garrafas de lágrimas que eram usadas para recolher as lágrimas dos homens e mulheres em um funeral. Elas eram recolhidas, colocadas nessas pequenas garrafas e seladas. A imagem nesse versículo é que Deus está atento a cada lágrima que derramamos. O Senhor disse: “… vi as tuas lágrimas …” (2 Reis 20:5). Nós sabemos que Deus está perto e atento àqueles que tem um “coração quebrantado e um espírito oprimido” (Sl 34:18).

O Livros das Lembranças

Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros; o SENHOR atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao SENHOR e para os que se lembram do seu nome.” (Malaquias 3:16)

Em Malaquias, capítulo 3, o profeta estava lidando com a falta de obediência de Israel em contribuir com os dízimos e ofertas no Templo em Jerusalém. Ele os informou sobre a existência, no céu, de um livro especial que contém os nomes daqueles que temeram ao SENHOR, deram seus dízimos e ofertas e testemunharam a outros acerca de Deus e de Seu nome. Um exemplo desse livro é encontrado em Atos 10:1-4 …

Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da corte chamada Italiana, piedoso e temente a Deus com toda a sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. Esse homem observou claramente durante uma visão, cerca da hora nona do dia, um anjo de Deus que se aproximou dele e lhe disse: Cornélio! Este, fixando nele os olhos e possuído de temor, perguntou: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas subiram para memória diante de Deus.” (Atos 10:1-4)

Para o nome de uma pessoa ser registrado no Livro da Lembrança (Memorial), era necessário que ela fosse doadora (generosa), temesse a Deus e testemunhasse de Seu nome. Cornélio estava dando “muitas esmolas ao povo”; ele temia a Deus e estava em oração na época em que foi visitado. Suas orações e doações subiram perante Deus e o SENHOR, como resultado dessa fidelidade, honrou esse homem com uma benção especial sobre a sua família! Se você já se perguntou como Deus fica a par do dízimo, ofertas e caridade aos pobres, saiba que esses atos são registrados nesse Livro da Lembrança (Memorial).

O Livro do Galardão (Recompensa)

O quinto livro refere-se ao galardão de um cristão. Há registros no céu de nossos feitos e obras enquanto vivemos na Terra.

Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” (Daniel 7:10)

Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.” (Apocalipse 20:12)

Nossos feitos incluem as palavras que proferimos. Cristo disse: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.” (Mt 12:36-37). Uma palavra frívola pode fazer alusão a algo inútil, ocioso e improdutivo. Essas são palavras que prejudicam as pessoas e afirmações que são inúteis e não produzem nenhum fruto espiritual. Palavras são muito importantes, pois “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto.” (Pv 18:21). Tiago deu uma série de instruções referentes ao poder da língua e à importância de um crente controlar o que diz. Ele disse: “Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.” (Tiago 5:12). Lembre-se, se você não disser nada, você nunca terá que encarar as consequências! Cristo também fez uma admoestação a qualquer pessoa que usasse palavras que ofendessem a um pequenino (Mt 18:6) e àqueles que liderassem uma ofensa qualquer, criando um obstáculo para os outros (Mt 18:7).

Nosso julgamento no “bema” (Tribunal de Cristo) incluirá juízo sobre os feitos que realizamos enquanto vivemos em nossos corpos na terra, sejam eles bons ou ruins; vemos isso em Romanos 2:6 “… retribuirá a cada um segundo o seu procedimento“. A palavra grega para “procedimento” (εργονergon“) implica em “trabalho“. Ela faz alusão ao senso ético da ação humana, se bom ou ruim. Não é só o que você realizou na forma de trabalho, mas também a razão ética ou espiritual por trás do que você fez. Diríamos que foi a razão verdadeira pela qual você “trabalhou”; se os seus motivos foram egoístas, interesseiros e totalmente pessoais e voltados para o seu sucesso, então você recebeu sua recompensa aqui e não terá galardão no céu. Cristo revelou: “Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mt 6:1).

Portanto, “trabalhai” de tal forma que naquele Dia você ouça do Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel …” (Mt 25:21). Já ouvi muitos dizerem que não se importam em receber uma “coroa” ou “galardão” contanto que sejam salvos, mas se você observar o texto de Apocalipse, há menção dos 24 anciãos que lançam as suas coroas ao chão da sala do trono e começam a cantar uma canção de louvor ao Cordeiro. Sendo assim, uma “coroa” na cabeça de um cristão vencedor é um sinal eterno ao Senhor de que a pessoa usando a coroa amava tanto a Cristo enquanto vivia na Terra que ele ou ela de bom grado sacrificou tempo, finanças, orações e obras para ajudar outros a entrarem no Reino. Sem uma coroa, você não terá nada a apresentar a Cristo, nada para depositar a Seus pés e nada que demonstre por toda a eternidade a sua fidelidade ao Senhor! Por isso, sempre é bom lembrar …

… ninguém apareça de mãos vazias perante Mim.” (Êxodo 23:15b) (Êxodo 34:20b) (Deuteronômio 16:16b)

* artigo adaptado por mim com base em material de Perry Stone.