por Jerome R. Corsi,
Nova Iorque – Apesar do governo Obama angariar números de desemprego mais baixos, um dólar forte e um mercado de ações robusto, 2015 será um ano de turbulência econômica, pânico e hiperinflação do dólar, afirma o economista John Williams, fornecedor do popular site ShadowStats.com e um conhecido crítico das estatísticas econômicas manipuladas politicamente pelo governo.
Descrevendo 2014 como um ano de “campanha publicitária de mercado e manipulação”, Williams fez suas previsões sombrias em um comentário especial emitido esta semana para os seus assinantes da newsletter.
Somando-se a descrição surreal da era-Obama de “boas notícias econômicas” sob a forma de 5,6 por cento da baixa taxa de desemprego em dezembro – abaixo de um pico na recessão de 10 por cento – o Presidente e CEO do Gallup, Jim Clifton, escreveu uma nota de ataque às estatísticas do governo chamando as taxas de desemprego como “extremamente enganosas”. [ veja aqui a declaração do CEO do Instituto Gallup ]
“Não há outra maneira de dizer isso”, escreveu Clifton. “A taxa de desemprego oficial, que cruelmente esquece [omite] o sofrimento de longo prazo e, muitas vezes de forma permanente, dos que estão desempregados, bem como os que tristemente estão subempregados, somam-se como uma grande mentira”.
Williams acredita que o desemprego real é de 23 por cento, apontando que o ‘Bureau of Labor Statistics’ (BLS) exclui da força de trabalho qualquer um que esteja “tão irremediavelmente fora do mercado de trabalho que para de procurar emprego ao longo das últimas quatro semanas”.
Observando a surpreendente censura pública do chefe do Gallup, Williams diz que a população em geral não se deixa enganar pela campanha publicitária do BLS.
“A população em geral dos EUA não estava enxergando uma economia totalmente recuperada e em expansão no terceiro trimestre de 2014, como se proclamava na eleição de 04 de novembro de 2014”, escreveu Williams. “A avaliação de uma pesquisa econômica era consistente com uma contração absoluta de trimestre a trimestre sobre a atividade real do PIB no terceiro trimestre, um período que tinha terminado em 30 de setembro, mais de um mês antes da eleição”.
Williams disse que os eleitores certamente não acreditam na manchete de 3,5 por cento de crescimento no terceiro trimestre publicado uma semana antes da eleição.
“Se eles não acreditavam nisso, eles provavelmente também não acreditavam na taxa de crescimento revisada de 5 por cento, publicada em 23 de dezembro como uma terceira estimativa, segundo a revisão para o crescimento do PIB no terceiro trimestre”, disse ele.
Williams acredita que 2015 será o ano em que a “Grande Mentira” da administração Obama sobre a força da economia vai se transformar numa “Grande Verdade”, com os americanos forçados a lidar com turbulências do mercado de ações, um dólar sob ataque e declínio do seu valor. Ele espera ver o preço real de bens e serviços subirem como um foguete, à medida em que os EUA entra inevitavelmente em um ciclo de longo prazo de declínio econômico, alto desemprego persistente e hiperinflação.
Clifton escreveu: “Enquanto você estiver desempregado, como muitos eventualmente estão e, tragicamente, pode ser que nunca encontre trabalho novamente, você não é contado nos números que vemos incansavelmente nas notícias – os quais são atualmente de 5,6 por cento. Agora, algo como 30 milhões de americanos estão, ou fora do trabalho ou severamente subempregados. Confie em mim, a grande maioria deles não estão dando festas para brindar a ‘queda do desemprego'”.
Williams concorda, alegando que a economia nunca se recuperou do choque financeiro de 2008 e prevê que 2015 irá ver o colapso do dólar assim como a hiperinflação começará a surgir na economia do país.
Williams admite que as manchetes da mídia de massa, em 2014, pintaram um retrato de uma economia forte, permitindo que Obama se vangloriasse em seu discurso, em 2015, do Estado da União sobre o poder econômico de seu governo.
“As manchetes das notícias geralmente eram do lado positivo em 2014, raramente elas teriam sido melhores, mas a realidade subjacente não é tão positiva”, escreveu Williams, listando o seguinte como conquistas pelas quais a administração Obama assumiu o crédito:
- Depois de uma contração do PIB no primeiro trimestre 2014, os três trimestres que se seguiram da atividade PIB foram os mais fortes do que qualquer período de três trimestres do crescimento do PIB em mais de uma década.
- Os empregos registrados em folha recuperam os níveis anteriores à recessão, enquanto que o desemprego caiu para 5,6 por cento em dezembro, abaixo do pico da recessão de 10 por cento.
- O déficit do orçamento federal, baseado em dinheiro em espécie, supostamente atingiu seu nível mais baixo desde 2008, enquanto que o Fed foi capaz de afunilar as compras de ativos em sua flexibilização quantitativa.
- O mercado de ações atingiu um ponto mais alto e o dólar subiu para o máximo de vários anos, derrubando os preços do petróleo e da gasolina.
Mas, na realidade, Williams rebateu, os empregos registrados em folha de pagamento cresceu com base no crescente aumento de pessoas forçadas a trabalharem em empregos de tempo parcial por razões econômicas, a contínua fraqueza da economia foi evidenciada em parte pelos resultados da eleições de novembro que foram fortemente contra a administração Obama, e pelo déficit federal de 2014 com base no GAAP que alcançou um nível insustentável próximo de 6 trilhões de dólares.
“Com 2015 já em andamento, a atividade econômica dos EUA deve desacelerar fortemente, como pode ser visto com os principais indicadores econômicos em relatórios e manchetes, e nas revisões históricas em queda”, disse Williams. “Os choques econômicos da desaceleração devem ameaçar o mercado acionário doméstico, intensificar a especulação quanto a um ajuste renovado do Federal Reserve, um golpe para o dólar norte-americano, o pico dos preços do petróleo e do gás e, eventualmente, definir os estágios iniciais de uma hiperinflação doméstica.
“De forma subjacente, os fundamentos e os sentimento com relação ao dólar americano já estão em movimento, refletindo distorções sistêmicas do Pânico de 2008, à medida em que eles ocorrem entre os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo a Zona do Euro, o Japão e a Suíça”, disse ele.
Williams previu ainda que o dólar norte-americano vai ter uma forte baixa em 2015, provocando uma onda de vendas maciças de dólares com um pânico de dumping [vendas a preços inferiores ao do mercado] ocorrendo “relativamente cedo” no ano.
Nem Williams acha que o Federal Reserve poderia sustentar o dólar neste momento, iniciando ainda uma quarta rodada do programa de flexibilização quantitativa (QE), uma política em que o Fed se compromete a comprar centenas de bilhões de dólares de dívida emitidos pelo Tesouro dos EUA.
“Um QE4 poderia tornar-se um dos principais fatores por trás da queda do dólar e assim impulsionar o preço do ouro”, escreveu ele. “O Fed tem se enganado com suas ações para sustentar o sistema tanto quanto poderia, causando um contínuo impacto negativo sobre a economia dos Estados Unidos”.
Williams conclui que as opções básicas para os Estados Unidos em 2015 devem ser de continuar a imprimir o dinheiro necessário, levando à hiperinflação, ou reduzir os gastos federais, enquanto redesenha os programas de redistribuição de renda, inclusive o Obamacare, que ele vê como uma impossibilidade política mesmo tendo em conta as maiorias republicanas no Congresso que resultaram das eleições de novembro.
A única luz que Williams enxerga para este ano é que com a fraqueza do dólar renovada e o pico de inflação resultante “devem impulsionar os preços do ouro e da prata, onde a exploração física desses principais metais preciosos continuam a ser a cobertura definitiva contra a inflação pendente e as crises financeiras”.
* Artigo traduzido por mim, link do original aqui: Obama’s ‘Big Lie’ set to clash with ‘Big Truth’