por Jeremy Sharon,
Ativistas saudaram o que foi rotulado como uma vitória histórica nesta segunda-feira, após o Tribunal de Jerusalém emitir uma decisão ostensivamente apoiando as reivindicações de que os judeus estão autorizados a rezarem no Monte do Templo.
O ativista Yehuda Glick tinha feito um processo judicial contra a Polícia de Israel por causa de o proibirem de visitar o local por dois anos, devido as provas de vídeo dele orando no Monte do Templo.
Glick, que ficou gravemente ferido em uma tentativa de assassinato no ano passado por um extremista palestino, foi banido do Monte do Templo, entre 2011 e 2013, depois que ele foi visto proferindo uma oração judaica no local, em uma transmissão pelo Canal 10.
Os serviços de segurança proíbem não-muçulmanos de rezarem ou de praticarem outras formas de culto no Monte do Templo, alegando que tal atividade desencadeia, inevitavelmente, uma violência palestina.
O Supremo Tribunal de Justiça já confirmou o direito teórico para os judeus rezarem no local, embora tenha declarado que os serviços de segurança estão autorizados a tomarem as considerações de segurança necessárias em relação ao fato de terem de decidir se devem permitir que a oração não-muçulmana possa ocorrer no Monte do Templo.
No domingo, a juíza Malka Aviv disse que a proibição da polícia sobre Glick poder visitar o local foi emitida “sem a devida consideração, foi arbitrária, e apenas por preocupação com as consequências da transmissão”.
“Não há nada nas obras do queixoso [Glick] que justifique, de forma alguma, a punição que ele recebeu, nem sobre a própria proibição e nem sobre o longo período [da proibição]”, disse ela.
Glick foi indenizado em NIS 500.000 por danos e em NIS 150.000 em custos legais pela Corte do Tribunal de Jerusalém sobre a proibição.
A juíza insistiu que os judeus têm o direito de rezarem no Monte do Templo.
“A autorização legal do réu [a polícia] é, de acordo com a decisão, a de se preocupar para que os judeus sejam capazes de rezar no Monte do Templo, e não de agir extensivamente, a fim de impedir que os judeus orem no Monte do Templo”, escreveu a juíza.
O Procurador Aviad Visoly, que representou Glick, disse que Malka tinha efetivamente permitido aos judeus de rezarem no Monte do Templo.
“O tribunal permitiu a oração [judaica] no Monte do Templo”, disse ele após a decisão. “Essencialmente, o tribunal tomou a decisão do Supremo Tribunal de Justiça a respeito do direito dos judeus para rezarem no Monte do Templo, e a implementou na prática”, explicou.
“A partir de hoje, todos os judeus estão autorizados a rezarem no Monte do Templo. Já não há qualquer crime em si pela oração”.
Arnon Segel, jornalista e comentarista das questões no Monte do Templo, expressou dúvidas, no entanto, de que a oração judaica será agora livremente permitida no local sagrado.
Segel observou que o governo tem o compromisso de apoiar o chamado “status quo” sobre o Monte do Templo para não permitir orações não-muçulmanas, algo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se comprometeu novamente em novembro do ano passado.
* Artigo traduzido por mim, link do original aqui: Jerusalem court upholds Jewish prayer on Temple Mount