Investidores como George Soros representam uma ameaça para o apoio dos evangélicos a Israel?

Sean Savage

 

Por mais de um século, os cristãos sionistas têm sido firmes em seu apoio a uma pátria judaica. Surgindo desse movimento, os evangélicos têm servido como base do sionismo cristão devido a uma série de razões teológicas, morais e políticas. Ao mesmo tempo, há um movimento crescente de grupos de linha protestante (presbiteriana, luterana, metodista, etc.) que criticam Israel.

George Soros, bilionário esquerdista investindo milhões para colocar evangélicos contra Israel

 

Com o apoio de grupos palestinos anti-Israel e organizações não-governamentais financiadas por filantropos esquerdistas, como George Soros, alguns estão tentando convencer os evangélicos a deixarem de apoiar Israel. Poderão Israel e a comunidade judaica contar com o apoio evangélico, ou será que os evangélicos seguirão o caminho dos grupos de linha protestante (presbiteriana, luterana, metodista, etc.) em sua crítica crescente ao Estado judeu?

“Sempre houve uma tendência de antissionismo em algumas partes da comunidade evangélica. Ele sempre esteve lá, mas era uma força inexpressiva,” disse Dexter Van Zile, analista de mídia cristã para o Comitê de Precisão das Reportagens do Oriente Médio nos EUA (CAMERA).

Durante anos, Israel tem sido alvo de igrejas de linha protestante, como a Igreja Presbiteriana dos EUA, que recentemente lançou um guia de estudo anti-Israel chamado “Sionismo Desalojado” e poderá votar em apoio ao movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel em sua Assembléia Geral bienal em Detroit em junho deste ano. Como o número de protestantes tem diminuído ao longo dos anos, devido ao crescente secularismo e ao apelo dos movimentos evangélicos e pentecostais, os seguidores que sobraram mudaram seu foco que se distancia das Escrituras, dirigindo-o para outras causas, como a justiça social. Um dos subprodutos dessa tendência tem sido o crescimento de grupos de linha protestante que apoiam o antissionismo.

“Eu acho que as principais denominações liberais, como a Igreja Presbiteriana dos EUA, continuam na liderança desse tipo de coisa (antissionismo cristão) dentro do mundo cristão, e os evangélicos são apenas seguidores,” Dr. William M. McClay, professor de história da Universidade do Tennessee, em Chattanooga (UTC), que tem escrito extensivamente sobre os evangélicos americanos, disse JNS.org.

Contudo, os evangélicos mais jovens também têm sido alvo direto de elementos antissionistas. O especialista acadêmico Robert Nicholson, em um artigo recente para a Revista Mosaic, descreveu um movimento de evangélicos mais jovens chamados “neo-evangélicos,” um grupo que está “cansado da mensagem sobre céu, inferno e salvação que era pregada por seus pais” e quer “nada demais, apenas trazer a religião de volta para a Terra.”

Entre esses, dirigidos aos mais jovens e aos grupos mais liberais como os neo-evangélicos, está uma organização chamada Grupo Telos, que é financiado por George Soros, o bilionário filantropo esquerdista.
De acordo com um relatório da organização de vigilância NGO Monitor (grupo não-governamental que se propõe a monitorar as organizações não-governamentais no mundo), com sede em Jerusalém, Soros, que é judeu, tem sido um crítico frequente de Israel e não apoia o sionismo.

Através da rede de Fundações de Sociedade Aberta (Open Society Foundations), que ele fundou, Soros tem financiado muitas organizações anti-Israel que visam deslegitimar Israel no cenário global, mudando a opinião pública contra Israel e promovendo grupos periféricos de oposição política dentro de Israel, de acordo com a organização NGO Monitor.

Emergindo desse padrão de financiamento feito por Soros tem ocorrido um esforço para minar, no meio da comunidade evangélica, o apoio a Israel.

“Graças ao financiamento de pessoas como George Soros, o esforço para separar a comunidade cristã de Israel tem se intensificado nos últimos anos,” disse David Brog — diretor executivo da organização Cristãos Unidos por Israel, que definem a si mesmos como sendo a maior organização pró-Israel dos Estados Unidos.

O Grupo Telos, dizem alguns, vem liderando essa campanha antissionista com o apoio financeiro de Soros. De acordo com a organização NGO Monitor, o Grupo Telos recebeu uma doação de 238 mil dólares em 2010, da Fundação para Promover a Sociedade Aberta, criada por Soros, usada para “treinar líderes da sociedade civil israelense e palestina e ativistas de direitos humanos no engajamento efetivo com políticos americanos e o público, e facilitar a construção de relacionamento entre parceiros e líderes políticos dos EUA.”

Brog disse que as visitas do Grupo Telos a Israel são “cuidadosamente calibradas para convencer esses jovens de que Israel, e somente Israel, tem a culpa no conflito e no seu custo humano.”

“Nós que nos preocupamos em compartilhar a verdade no Oriente Médio, precisamos encontrar os recursos para competir com esses grupos que possuem grandes recursos financeiros,” disse Brog.
Em uma declaração, Todd Deatherage, diretor executivo e co-fundador do Grupo Telos, disse que sua organização está comprometida com a “segurança, dignidade e liberdade,” tanto para os israelenses como para os palestinos. Essa é a mensagem que a Telos quer espalhar para os evangélicos e para outras comunidades, disse Deatherage.

“As pessoas com quem trabalhamos nas comunidades evangélicas, assim como em todas as outras comunidades, partilham de nosso compromisso em ser pró-Israel, pró-Palestina, pró-americano e pró-paz,” disse ele.

Se a colocação das frases “pró-Israel” e “pró-paz” soa familiar para aqueles que seguem o mundo das organizações judaico-americanas, é porque a J Street — uma organização de ativismo esquerdista que Soros tem financiado — usa essa linguagem, definindo-se como um grupo que atua em causas “pró-Israel e pró-paz.” A organização J Street diz em seu site que Soros “forneceu doações anuais regulares para J Street, que representam mais de sete por cento do seu financiamento.”

Deatherage — um cristão evangélico que trabalhou durante anos em cargos de direção nos Poderes Legislativo e Executivo, incluindo o Escritório da Liberdade Religiosa Internacional do Departamento de Estado dos EUA — associou-se com Gregory Khalil, um cristão evangélico palestino, para fundar o Grupo Telos. Khalil tem participado em vários eventos em conjunto com a J Street e em outros eventos voltados a alcançar a comunidade judaica americana.

Van Zile, do Comitê para Precisão das Reportagens do Oriente Médio na EUA, viu problemas com as mensagens “pró-paz” feitas pelo Grupo Telos, insistindo que elas são um disfarce para um viés anti-Israel.

“O Grupo Telos parece promover uma agenda ‘pró-Israel, pró-Palestina e pró-paz,’ mas o problema é que esse slogan tornou-se um disfarce para transmitir uma grande quantidade de desinformação que, invariavelmente, vai contra Israel,” disse ele, “É parte de uma propaganda ou guerra cognitiva contra Israel.”

Van Zile acrescentou: “A maneira pela qual que eu olho para o Grupo Telos é de que ele é um grupo que dá aos líderes palestinos o acesso a pessoas influentes na comunidade evangélica, as quais não teriam acesso de outra maneira. Essas pessoas influentes emprestam então a sua credibilidade à causa antissionista.”

Deatherage, no entanto, rejeitou essa crítica e insistiu que seu grupo está buscando os melhores interesses para Israel.

“Estamos orgulhosos em apoiar um ambiente que é autenticamente pró-Israel, pró-Palestina, pró-americano e pró-paz. Assim como muitos na comunidade pró-paz, acreditamos que o status quo é a maior ameaça aos israelenses e palestinos,” disse ele.

Enquanto o Grupo Telos, financiado por Soros, vem trabalhando para influenciar os evangélicos, também tem havido um empurrão por parte dos evangélicos palestinos. Embora muito pequeno em números, o movimento de evangélicos palestinos — cuja sede fica de fato na Faculdade Bíblica Belém, na Cisjordania — tem registrado um crescimento significativo no Oriente Médio, região que é conhecida por sua hostilidade aos cristãos. No entanto, Robert Nicholson escreveu para a Revista Mosaic que, apesar de seu compromisso com a não-violência, os evangélicos palestinos são “dificilmente distinguíveis de algum outro grupo comum anti-Israel, cantando fielmente os refrões de racismo, imperialismo e apartheid.”

A Faculdade Bíblica Belém está se preparando para uma conferência de quatro dias chamado de “Cristo no Posto de Controle” (Christ at the CheckPoint) que começa dia 10 de março. A conferência está marcada para receber vários líderes importantes de todo o mundo evangélico, como William Wilson, presidente da Universidade Oral Roberts, Reverendo Geoff Tunnicliffe, secretário-geral da Aliança Evangélica Mundial, e Joseph Cumming do Centro para a Fé e Cultura da Universidade de Yale.

De acordo com o manifesto da conferência, a reunião está promovendo um tema cristão de “reconciliação” que convida os evangélicos para “recuperar o papel profético em trazer a paz, justiça e reconciliação na Palestina e em Israel.”

No entanto, a linguagem do manifesto pinta claramente os palestinos como vítimas e Israel como o agressor. “Há injustiças reais que ocorrem nos territórios palestinos e o sofrimento do povo palestino não pode mais ser ignorado,” afirma o manifesto.

Apesar da crescente importância das conferências como “Cristo no Posto de Controle,” McClay da Universidade do Tennessee, em Chattanooga, minimizou a influência de grupos que buscam influenciar a opinião evangélica contra Israel.

“Acho que o alcance [do Evangélico Antissionista] está sendo exagerado pelo fato de que há um número pequeno de pessoas evangélicas de esquerda que têm uma presença descomunal na mídia. Você não os vê nos bancos e com atitudes de fiéis comuns,” disse McClay.

O sentimento de McClay é refletido por uma recente pesquisa do Centro de Pesquisa Pew (Pew Research Center), cujos resultados revelaram que 72 por cento dos evangélicos brancos apóiam Israel, enquanto que apenas 4 por cento apoiam aos palestinos. Oitenta e dois por cento dos evangélicos brancos pesquisados acreditam que Deus deu a terra de Israel para o povo judeu, enquanto que apenas 47 por cento dos grupos de linha protestante (presbiteriana, luterana, metodista, etc.) concordaram com essa afirmação.

“Os evangélicos tendem a ser ingênuos sobre política, e algumas das pessoas envolvidas são motivadas pela louvável compaixão cristã com a situação dos palestinos, mas eles não percebem a época em que estão, em um momento em que o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) é tão forte e expressivo como nunca o foi antes, e a situação geral no Oriente Médio é perigosa de maneiras que pouco têm a ver com a questão palestina, e tudo isso faz com que suas ações sejam altamente problemáticas,” disse McClay.

Ao mesmo tempo, organizações como o Grupo Telos, financiado por Soros, e a Faculdade Bíblica Belém têm crescido em influência. Como os evangélicos mais jovens olham para além das escrituras em busca de respostas e procuram causas sociais para apoiar, existe alguma chance de que eles vão olhar para os palestinos como uma causa digna, bem como para seus colegas nas grandes denominações protestantes (presbiteriana, luterana, metodista, etc.).

“Judeus americanos não devem achar que o apoio evangélico a Israel é coisa garantida,” disse McClay.

 

Traduzido por mim do artigo do Christian Post: Do Funders Like George Soros Pose a Threat to Evangelical Christian Support for Israel?

Fonte: www.juliosevero.com

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