Líderes Muçulmanos Assinam Carta Contra o ISIS, Mas Endossam a Sharia

Meu comentário: Esse artigo é mais uma evidência de que os chamados “muçulmanos moderados” nada mais são do que uma mentira criada pela mídia em conluio com interesses ideológicos e governamentais, pois as diferenças entre eles e os combatentes do ISIS são apenas de matizes distintas de uma mesma convicção como o leitor poderá perceber neste artigo e nos pontos abordados da carta.

A carta, assinada por 126 estudiosos muçulmanos internacionais, está recebendo grande atenção da imprensa, no entanto, a carta apoia os mesmos objetivos que o ISIS, incluindo um califado.

por Ryan Mauro

 

Uma carta publicada para o Estado Islâmico (ISIS), assinada por 126 líderes muçulmanos internacionais e acadêmicos, incluindo os principais líderes americanos, está recebendo grande atenção da imprensa por refutar os argumentos teológicos por trás das ações do Estado Islâmico. Infelizmente, a mesma carta aprova o objetivo do Estado Islâmico sobre a reconstrução do califado e o governo pela Sharia, incluindo suas punições brutais (hududs).

O ponto 16 da carta diz: “as punições Hudud são fixadas no Corão e nos Hadiths e são, sem dúvida, obrigatórias na Lei Islâmica”. A crítica ao Estado Islâmico feita pelos estudiosos é a de que o grupo terrorista não está “seguindo os procedimentos corretos para garantir a justiça e a misericórdia”.

Os muçulmanos “moderados” que assinaram a carta não só aprovaram a combinação de mesquita com o Estado; como endossaram as características mais brutais da lei da Sharia como é visto no Irã, na Arábia Saudita e em outros lugares.

Um exemplo de uma punição hudud é a pena de morte para os apóstatas (muçulmanos que deixam o islã). A carta não contesta ou se opõe a isso. Ela diz que rotular muçulmanos como apóstatas só é admissível quando um indivíduo “declara abertamente sua descrença”.

Os signatários não estão condenando a execução dos apóstatas, apenas a forma como o Estado Islâmico decide quem se qualifica como um apóstata.

O ponto 7 afirma que o Islã proíbe o assassinato de diplomatas, jornalistas e trabalhadores humanitários, mas ele vem com uma exceção muito importante: “Os jornalistas – se eles forem honestos e é claro, se não forem espiões – são emissários da verdade, porque o seu trabalho é expor a verdade para as pessoas em geral”, diz o texto.

Este é realmente um endosso ao fato de mirarem aos jornalistas de quem os muçulmanos se sentirem injustiçados. Islamitas, incluindo os que apoiam ao Estado Islâmico, afirmam que muitas vezes os jornalistas que eles matam são propagandistas e/ou espiões, o que respeita as normas da carta.

O ponto 22 da carta afirma: “Há um acordo (Ittifaq), entre os estudiosos, de que um califado é uma obrigação para a Ummah (a comunidade islâmica). A Ummah sente falta de um califado desde 1924. No entanto, um novo califado exige o consenso dos muçulmanos e não apenas daqueles em um pequeno canto do mundo”.

Um califado é um governo pan-islâmico baseado na Sharia; praticamente todos os estudiosos islâmicos concordam que este objetivo exige a eliminação de Israel. Também é fundamentalmente (e por definição) expansionista.

Mais uma vez, os signatários “moderados” endossam os princípios do Estado Islâmico e outros jihadistas, mas criticam a sua implementação.

O ponto 5 diz: “O que se entende por ‘jurisprudência exequível’ é o processo de aplicação de decisões da Sharia e lida com eles de acordo com as realidades e circunstâncias das pessoas que estão vivendo sob ela”.

Ele continua, “a jurisprudência exequível [al-fiqh waq’i] considera os textos que são aplicáveis ​​à realidade dos povos em um determinado momento e às obrigações que podem ser adiadas até que elas sejam capazes de serem atendidas ou atrasadas com base em suas capacidades”.

Este é um endosso da doutrina islâmica do “gradualismo”. Esta é uma estratégia incremental para estabelecer a lei da Sharia, apoiando a jihad e fazendo avançar a causa islâmica.

O Círculo Islâmico da América do Norte (ICNA), cujo líder é um dos signatários da carta, prega este conceito em suas próprias publicações. Um guia pedagógico ICNA publicado pelo Projeto Clarion prega o gradualismo como estratégia para a implementação da lei da Sharia e o ressurgimento do califado.

O manual do ICNA orienta aos muçulmanos a usarem o engano e se infiltrarem no governo. A estratégia gradualista é parte de uma jihad, que inclui a guerra, com o objetivo de conquistar o mundo.

A fraqueza da carta é a terminologia vaga, o que dá espaço aos grupos terroristas, como o Hamas, de justificarem sua violência.

Por exemplo, o ponto 8 afirma que “a Jihad no Islã é uma guerra defensiva. Ela não é permitida, sem a causa certa, o propósito certo e sem as regras corretas de conduta”.

A carta entra em detalhes sobre essas qualificações, a fim de condenar as táticas do Estado islâmico, mas os termos para uma “guerra defensiva” não são explicados. Todos os terroristas islâmicos consideram seus ataques “defensivos”.

O ativista muçulmano-americano Michael Ghouse apontou a necessidade de esclarecimento em uma conversa comigo sobre a carta. Ele disse:

“Definir a causa certa. Seria lutar contra a Índia na Caxemira uma jihad? Foi a guerra entre o Iraque e o Irã, há duas décadas, uma jihad? Este grupo precisa continuar a atualizar essas situações para deixar o muçulmano comum saber o que é certo e o que é errado, para que não se comprometa com a jihad”.

Os islamitas redefinem regularmente as palavras como “descrença clara”, “democracia”, “justiça”, “paz” e “terrorismo” em seus próprios termos. O uso de linguagem subjetiva como “inocentes”, “maltratos”, “direitos” e “defensivas” deixa muito espaço para interpretação.

Isto é o que permitiu um clérigo que apoia o terrorismo, chamado Sheikh Abdullah Bin Bayyah, de assinar a carta. Ele está ligado à Irmandade Muçulmana, apelou a ataques contra soldados dos EUA no Iraque, apoia o Hamas e busca a destruição de Israel.

Os líderes islâmicos por trás da carta contra o Estado Islâmico ainda endossam a lei islâmica da Sharia, que é opressiva e incompatível com os valores ocidentais. A implementação da sharia é o que impulsiona todo o extremismo islâmico.

A carta também utiliza pensadores islâmicos que formaram a base intelectual para o extremismo de hoje. Por exemplo, ele cita Ibn Taymiyyah. O especialista em terrorismo, Atto Barkindo, escreve: “Alguns estudiosos sugerem que não há, provavelmente, nenhum outro teólogo islâmico, medieval ou não, que tenha tido tanta influência sobre a ideologia política radical do Islã como Ibn Taymiyya”. Isso inclui aos líderes da Al-Qaeda.

Ghouse disse ao Projeto Clarion que a Sharia, da forma como está codificada por esses estudiosos, necessita de uma revisão. “Os textos clássicos que são referidos na lista são parte do problema”, disse Ghouse. “Precisamos fazer um compromisso para questionar e rever as exegeses do Ulemás [estudiosos] como Ibn-Kathir, Ibn Taymiyyah, Maududi, Hassna al-Banna e outros. Não podemos igualá-los ao Alcorão e aos Hadiths”.

A carta faz uma refutação muito necessária sobre o assassinato de diplomatas, não-combatentes, à rotulagem dos yazidis como apóstatas, aos ataques contra os cristãos, as conversões forçadas e a tortura. Ela afirma que os cristãos árabes são exceções às “decisões da jihad” por causa de “acordos antigos que tem cerca de 1400 anos de idade”.

A carta também tenta convencer os muçulmanos a rejeitarem o Estado Islâmico por causa de suas táticas e procedimentos; no entanto, reforça a base islamista dessas ações.

Longe de provar que os signatários muçulmanos-americanos são “moderados”, a carta na verdade os expõe como extremistas islâmicos por causa de seus endossos da lei da Sharia, suas punições brutais (hududs) e o ressurgimento do califado.

Estes 18 líderes incluem:

  • Naeem Baig, presidente do Círculo Islâmico da América do Norte (ICNA)
  • Azhar Azeez, presidente da Sociedade Islâmica da América do Norte (ISNA)
  • Nihad Awad, diretor executivo nacional do Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR)
  • Hatem Bazian, presidente dos muçulmanos americanos para a Palestina
  • Oussama Jammal, Secretário-Geral do Conselho norte-americano de Organizações muçulmanas
  • Sheikh Mohamed Magid, diretor executivo da Sociedade Central da Área Muçulmana e ex-presidente da ISNA
  • Hamza Yusuf, presidente do Colégio Zaytuna
  • Yasir Qadhi, diretor de assuntos acadêmicos no Al-Maghrib Institute e Professor de Estudos Islâmicos na Rhodes College
  • Zulfiqar Ali Shah, diretor-executivo do Conselho Fiqh da América do Norte e diretor de assuntos religiosos no Centro Islâmico de Milwaukee
  • Jamal Badawi, membro Executivo do Conselho Fiqh da América do Norte e um dos fundadores da Sociedade Muçulmana Americana (MAS)
  • Omar Shahin, secretário-geral da Federação Norte de imames americanos Imam Talib Shareef, presidente da Masjid Muhammad (Mesquita da Nação), em Washington, DC e Capelão Nacional da Associação Muçulmana de Veteranos da América
  • Ihsan Bagby, secretário-geral da Aliança muçulmana na América do Norte, membro do Conselho Fiqh da América do Norte e Professor Associado de Estudos Islâmicos na Universidade de Kentucky
  • Mohamad Adam El-Sheikh,membro Executivo do Conselho Fiqh da América do Norte e ex-imam do Centro Islâmico Dar al-Hijrah e fundador da Sociedade Muçulmana Americana
  • Yusuf Kavakci, membro do Conselho Fiqh da América do Norte e estudioso-in-residence da Associação Islâmica da North Texas
  • Muzammil Siddiqi, um dos fundadores do Conselho de Presidentes da América do Norte e do  Conselho Executivo ISNA e Fiqh
  • Ahmad Shqeirat, membro da Federação Imams da América do Norte e Imam do Centro de Comunidade Islâmica de Tempe (Arizona)
  • Professor Joseph E.B. Lumbard, Professor Assistente de Classical Islã na Universidade de Brandeis

 

Ryan Mauro é analista de segurança nacional da ClarionProject.org, um membro do Projeto Clarion e professor adjunto de segurança nacional. Mauro é freqüentemente entrevistado na Fox News.

 

* Artigo traduzido por mim, original aqui: Muslim Leaders Sign Letter Against ISIS, But Endorse Sharia

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