O “Ventre” do SENHOR

Quando você analisa no hebraico algumas palavras, os seus significados e as suas raízes, é incrível a correlação entre certos termos e significados com a profundidade do ensino de Jesus em muitos aspectos.

Lendo a famosa passagem do profeta Jeremias sobre o seu chamado …

Antes que Eu te formasse no ventre materno, Eu te conheci, e, antes que saísses da madre (רחמּ rechem), te consagrei, e te constituí profeta às nações.” (Jeremias 1:5)

… eu reparei no termo usado para “madre” que é רחמּ (rechem), cuja raiz vem de רחמּ (racham). O termo “rechem” significa “ventre, útero“, enquanto “racham” significa “amar profundamente, ter misericórdia, ter compaixão” … curiosamente “racham” significa tanto “misericórdia” quanto “ventre, barriga“.

Você já conseguiu perceber a beleza dessa relação? O ventre é um lugar de ternura, nutrição, proteção e desenvolvimento. Se não fosse por esse terno lugar de amor você nunca teria nascido. Nas Escrituras, o termo “racham” é usado com frequência para se referir ao amor e à misericórdia de Deus. Observando o que temos visto e aprendido … o amor e a misericórdia de Deus são como um útero.

Quando o SENHOR separou para si a nação de Israel e eles não honraram ao SENHOR como deveriam, o próprio Deus os lembraria antecipadamente de que Ele foi quem os gerou e os fez nascer, através da “Rocha” que é Cristo (1 Coríntios 10:4), como está escrito …

Vocês abandonaram a Rocha, que os gerou; vocês se esqueceram do Deus que os fez nascer.” (Deuteronômio 32:18)

É o profundo amor e a compaixão de Deus que nos faz nascer … de novo! Quando Jesus estava conversando com o líder Nicodemos sobre o que era necessário para ver o Reino de Deus, o Mestre reiterou a necessidade de se “nascer de novo”. Nicodemos não entendendo perguntou …

Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (João 3:4)

Nicodemos claramente não compreendeu a profundidade da expressão “nascer … de novo“, Jesus não se referia à uma questão meramente biológica, não era esse o ponto. Mas sim, há um “útero” em que podemos entrar … no “rechem“, o “ventre” da misericórdia e do amor profundo de Deus. É no ventre (rechem) de Seu grande amor (racham), onde Ele nos mantém com a Sua ternura sobre as nossas vidas, onde nos sustenta, nutre e protege do mal. Quando vivemos sendo nutridos pelo grande amor e pela misericórdia de Deus é que nós crescemos, nos desenvolvemos e somos então formados como “filhos do Alto“, como “novas criaturas” que fomos chamados para ser. O “racham“, o amor de Deus, é o “rechem“, o ventre do nosso novo nascimento. O profundo amor de Deus é o útero que gera o nosso novo nascimento, o nosso “novo ser“.

Nesse ponto é fundamental entender a enorme profundidade do novo nascimento simbolizado no ritual do Batismo nas Águas que ecoa a contundente afirmação de Jesus … “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:5,6) … esse “nascer da água e do Espírito” é perfeitamente simbolizado em todo o Batismo.

Perceba como isso é profundo … quando alguém decide se batizar nas águas, todo o procedimento lembra o processo de gestação e de nascimento, pois antes de alguém entrar nas águas, a primeira coisa que a pessoa faz é segurar a respiração, um simbolismo de que o “velho homem” está morrendo; em seguida ela submerge às águas e agora está no “ventre de Deus“, similar a uma criança quando gestada no ventre da mãe que está envolvida também por água, no caso o líquido amniótico. A água é símbolo direto das Escrituras, da Palavra de Deus (vide João 15:3) e vamos além, Jesus é a Palavra de Deus encarnada, Jesus é a Torah ( Lei ) Viva, portanto, no Batismo quando estamos debaixo das águas, dentro do “ventre de Deus“, estamos simbolicamente cercados por Jesus que é a Palavra … a água onde somos “gestados”. Nesse ponto, começa a transformação já prevista em textos do Antigo Testamento que já descreviam como seria o “Novo Nascimento” …

Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. … Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis ( תורה torah ), também no coração lhas inscreverei; Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Jeremias 31:31,33)

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36:26,27)

Esses dois textos mostram a profundidade da transformação que está ocorrendo na pessoa que entrou no “ventre de Deus” e que vai “nascer de novo“, sendo feita “Nova Criatura“. Da mesma forma como uma criança que está sendo gestada e se desenvolvendo no ventre da mãe onde os primeiros órgãos principais que se formam antes do primeiro mês de gestação são o Sistema Nervoso Central (Mente) e o Coração, assim é com a “Nova Criatura” em Deus, ela dentro do “ventre de Deus” recebe uma nova Mente e um novo Coração como ressaltam os textos anteriores de Jeremias e Ezequiel e assim como a criança recebe os nutrientes da mãe pelo cordão umbilical, o “novo nascido” de Deus é alimentado pelo amor do SENHOR que é a base de tudo de que precisa (1 Coríntios 13) e também o vínculo da perfeição (Colossenses 3:14).

Além disso, como ela nasce agora do Espírito, ela recebe um “DNA divino“, um novo espírito e o Espírito do SENHOR passa a habitar dentro dela, no mais profundo do seu ser. Isso também fica explicitamente simbolizado quando a pessoa emerge das águas ( a exemplo da criança em gestação que dentro do ventre da mãe ela não faz uso dos pulmões, a pessoa no “ventre de Deus” também não faz uso dos seus pulmões ), pois ao sair do ventre a criança é estimulada a usar pela primeira vez os seus pulmões e é onde ouvimos o seu primeiro choro, assim é o “novo nascido” em Deus, a primeira coisa que ele faz ao emergir das águas é respirar … tomar fôlego  … e fôlego é o significado da palavra “espírito“, tanto no grego ( πνευμα pneuma ) quanto no hebraico ( רוח ruwach ) … ou seja, ao tomar “fôlego“, simbolizamos o receber do novo espírito e do Espírito do SENHOR … tal como Adão que recebeu “fôlego de vidas ( חַיִּ֑ים )” (Gênesis 2:7), sendo feitos então agora “Filhos de Deus“, recebemos vida abundante por meio do segundo Adão … Cristo! O “velho homem” morreu na morte de Cristo e um “novo homem” renasceu por meio da ressurreição de Cristo … fomos “gestados” em Cristo, envolvidos por Ele dentro do “ventre de Deus” que é o Seu profundo amor, Sua enorme misericórdia!!! Glórias e honras sejam dadas ao SENHOR!!!

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)

Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1 João 4:7,8)

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que O gerou também ama ao que dEle é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os Seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; ora, os Seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 João 5:1-5)

Busque você esse “novo nascimento” … encontre o profundo amor do SENHOR e nutra-se dEle, desenvolvendo-se para ter uma nova vida através de Cristo que é a demonstração mais contundente do amor e da misericórdia de Deus, Ele é o profundo amor de Deus encarnado que nos traz uma nova vida … uma vida eterna e abundante!

Ao SENHOR seja o Poder, a Honra e a Glória pelos séculos dos séculos … Amém!🙏

Paralelo do Pentecostes na Antiga e Nova Aliança

 

No primeiro Pentecostes (Shavuot) do povo de Israel no deserto, após a entrega da Lei na Antiga Aliança, houve um juízo devido ao pecado do povo e cerca de três mil homens morreram …
 
… aos quais disse: Assim diz o SENHOR, o Deus de Israel: Cada um cinja a espada sobre o lado, passai e tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu vizinho. E fizeram os filhos de Levi segundo a palavra de Moisés; e caíram do povo, naquele dia, uns três mil homens.” (Êxodo 32:27,28)
 
Observando um paralelo profético …
 
No primeiro Pentecostes (Shavuot) da Igreja, após a descida do Espírito Santo, houve uma manifestação da graça na Nova Aliança e cerca de três mil pessoas aceitaram a palavra do evangelho e foram batizados, morrendo para o pecado e nascendo para uma nova vida através do Messias …
 
Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.” (Atos 2:41)
 
A comparação não pode ser ignorada … a Lei sem o Espírito de Deus no homem fica restrita apenas às tábuas de pedra num coração também de pedra e assim ela se torna uma sentença de morte, mas com o Espírito de Deus habitando no homem que tem o coração mudado pelo evangelho (de carne), a Lei é levada ao coração e à mente e se torna decreto de vida abundante através de Cristo!
 
Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” (2 Coríntios 3:2,3)

 

 

Corações Duros

 

Os crentes em Cristo podem ter corações duros?! … Sim, infelizmente eles podem …

Quando os discípulos viram milagres, por exemplo, muitas vezes não os compreendiam porque “o seu coração estava endurecido” …

… porque não haviam compreendido o milagre dos pães; antes, o seu coração estava endurecido (πωρόω ‘poroo’).” (Marcos 6:52)

Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido (πωρόω ‘poroo’)?” (Marcos 8:17)

Eles tinham, de alguma forma, “perdido” a sensação de temor, surpresa e admiração pela Presença milagrosa do Senhor no meio deles.

Eles não esperavam os milagres porque as suas mentes estavam entorpecidas e incapazes de compreender a realidade (vide também João 12:40, Romanos 11:7, 2 Coríntios 3:14, todas estas passagens usando a mesma palavra grega para endurecido, πωρόωporoo”, que significa tornar o coração endurecido, insensível; recobrir com uma pele espessa, endurecer).

Jesus ligou essa dureza à cegueira, tanto física quanto espiritual … “Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com o coração, e se convertam, e sejam por mim curados.” (João 12:40).

Mesmo depois da ressurreição, Jesus repreendeu os seus seguidores mais próximos por sua incredulidade e dureza de coração (σκληροκαρδία “sklerokardia”), porque não acreditaram no testemunho de Maria Madalena e nas outras testemunhas de Sua ressurreição (veja Marcos 16:11-14).

Os discípulos, de alguma forma, “esqueceram” o ensinamento repetido de Jesus de que Ele deveria sofrer, morrer e ser ressuscitado no terceiro dia (veja Mateus 16:21 e Lucas 9:22).

Em vista disso, examine você o seu próprio coração, à luz do Espírito, buscando eliminar qualquer traço de dureza que possa estar lhe envolvendo, seja essa dureza devido aos tempos difíceis em que vivemos ou por você ter se “acostumado” a uma vida cristã cotidiana que já não se alegra ou se anima e se surpreende com as ações do SENHOR, por mais mínimas e comuns que elas possam parecer, mas que são milagres diários … tais como o nascer do sol, a chuva ou a nossa própria existência em si.

Lembre do perigo de se ter um coração endurecido, pois lhe cega o entendimento não apenas físico, mas também espiritual … e quando se anda como um cego, o risco de se cair em buracos ou abismos é muito maior!

Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o coração cairá no mal.” (Provérbios 28:14)

Deus lhe ilumine e lhe abençoe grandemente!

Uma Interpretação Profética da Volta de Jesus em Josué

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Há pouco mais de um mês eu publiquei um artigo chamado “As medidas do Tabernáculo de Moisés e os seus significados proféticos” ( veja esse artigo aqui ) e, anteriormente à este, eu havia também publicado um outro artigo relacionado, em setembro de 2016, que fazia uma divagação a partir dos dias da criação chamado “Em Que Época Vivemos” ( veja esse artigo aqui ). O assunto que vou abordar hoje está, de certa forma, relacionado a estes dois anteriores pelo motivo de que as suas informações se harmonizam aos dados mencionados neles.

Como mencionei no artigo “Em Que Época Vivemos”, muitos Rabinos e estudiosos entendem que estão designados à humanidade 6.000 anos antes do milênio de descanso, o sétimo. A base para esse pensamento vem tanto da questão dos dias da criação, onde cada dia representa mil anos ( vide Salmo 90:4, “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite“ ), como também vem da interpretação dos 120 anos mencionados em Gênesis 6:3 ( “Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre; ele só viverá cento e vinte anos” ), onde os sábios interpretam que o SENHOR se referia a 120 anos “jubileu”, ou seja, 6.000 anos, sendo o sétimo milênio, um “sábado” de descanso … o Reino Milenar de Cristo. Existem outros textos e interpretações que também levam para essa mesma conclusão, mas não as vou abordar aqui.

Obviamente não há uma clareza quanto ao dia exato em que Jesus voltaria, e isso está bem claro nos textos dos evangelhos, mas ao contrário do que muitos pensam, podemos não saber a data, mas podemos saber a época, observando as Escrituras e aos sinais que nos foram dados, afinal nós somos filhos da luz e não deveríamos estar “no escuro” quanto a isso, como bem disse Paulo …

Irmãos, relativamente aos tempos ( χρονος chronos ) e às épocas ( καιρος kairos ), não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse Dia como ladrão vos apanhe de surpresa; porquanto vós todos sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite, nem das trevas. Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios.” (1 Tessalonicenses 5:1-6)

Tanto o SENHOR Deus definiu os tempos e as épocas com detalhes, que mesmo os demônios parecem saber sobre quando será essa época, e uma pista muito clara sobre isso pode ser lida nos evangelhos, aqui …

Tendo ele chegado à outra margem, à terra dos gadarenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, saindo dentre os sepulcros, e a tal ponto furiosos, que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo ( καιρος kairos )?” (Mateus 8:28,29)

Perceba no texto que os demônios ficaram, de certa forma, surpresos … “Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” … veja que o termo não é o grego “chronos” ( χρονος ), mas “kairos” ( καιρος ) que representa uma época … veja aqui a definição dada pelo dicionário Strong sobre o termo “kairos“:

1) medida exata; 2) medida de tempo, maior ou menor porção de tempo; tempo fixo e definido, tempo em que as coisas são conduzidas a crise, a esperada época decisiva. … Ou seja, pelos termos utilizados, essa época não era a que Jesus veio em sua primeira vinda, mas o texto dá a entender de ser uma época futura e conhecida, tanto que os demônios parecem “surpresos”.

Eu acredito que existem muitos textos que apontam para essa época nas Escrituras, por isso citei esses dois artigos anteriores. Aqui eu vou mostrar mais um texto sobre essa mesma época, usando agora um trecho do livro de Josué, acompanhe comigo e eu colocarei a interpretação logo em seguida …

Sucedeu, ao fim de três dias, que os oficiais passaram pelo meio do arraial e ordenaram ao povo, dizendo: Quando virdes a arca da Aliança do SENHOR, vosso Deus, e que os levitas sacerdotes a levam, partireis vós também do vosso lugar e a seguireis. Contudo, haja a distância de cerca de dois mil côvados entre vós e ela. Não vos chegueis a ela, para que conheçais o caminho pelo qual haveis de ir, visto que, por tal caminho, nunca passastes antes.” (Josué 3:2-4)

Sabemos que o Antigo Testamento possui histórias e textos que representam “sombras” do que ocorreu no tempo de Jesus e profecias do fim dos tempos. Uma dessas “sombras” era a própria Arca da Aliança, que muitos teólogos e estudiosos interpretam como sendo uma figura, uma simbologia de Jesus, o Messias. O meu objetivo aqui não é ilustrar os mais variados motivos desta simbologia para não alongar demais esse artigo, mas é curioso o fato de que após 3 dias a Arca iria à frente do povo como um guia para a Terra Prometida, por um caminho pelo qual eles nunca haviam passado antes, conforme informa o texto de Josué. E o texto também menciona que o povo deveria ficar distante dela, da Arca, por cerca de 2.000 côvados.

Sabemos que o côvado era majoritariamente usado como medida de distância, mas poderia também o côvado ser usado como medida de tempo?! Bem, observando as próprias Escrituras … sim … Jesus mesmo faz uma aplicação desse tipo, apesar de não ser específico sobre o quanto de tempo a que se refere, mesmo assim a parte importante de sua aplicação é o uso do côvado também como unidade de tempo, como está escrito:

Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?” (Mateus 6:27)

Sendo assim, usando as simbologias e os dados do texto, vou inferir a seguinte interpretação do texto de Josué acima citado … após 3 dias ( “ao fim de 3 dias” ) quando Jesus ( “a arca da Aliança” ) ressuscitou, Ele subiu aos céus indo à frente de nós, o Seu povo, a Igreja, por um caminho que não conhecemos e que leva à “Terra Prometida”, ao mundo vindouro, mas nós somente iremos chegar nesse mesmo destino que Ele após cerca de 2.000 anos depois de Jesus ( “haja a distância de cerca de dois mil côvados entre vós e ela” ).

Muitas vezes esse número ( cerca de 2.000 anos ) aparece nos textos das Escrituras, como eu já mencionei nos artigos referenciados anteriormente e também, para relembrar, em alguns textos que se tornam emblemáticos quando usamos o Salmo 90:4 como “chave” para interpretação ( “Pois mil anos, aos Teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite” ) …

Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque Ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia [milênio], nos levantará, e viveremos diante dEle. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a Sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia [ a chuva da colheita ] que rega a terra.” (Oséias 6:1-3)
 
Bem-aventurados aqueles servos a quem o SENHOR, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que Ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá. Quer Ele venha na segunda vigília, quer na terceira, bem-aventurados serão eles, se assim os achar.” (Lucas 12:37-38)
 
Estamos vivendo em uma época muito interessante, pois já fazem pouco mais de 2.000 anos que Jesus nasceu e logo fará 2.000 anos de Sua morte e ressurreição … não há uma data certa ou dia que possamos afirmar com certeza, mas se a interpretação dos cerca de 2.000 anos ( ou dois dias, vide Salmo 90:4, o qual vem de vários textos além deste de Josué ), for então uma interpretação correta, podemos afirmar que vivemos numa época muito, muito interessante, isso para dizer o mínimo, e que pode sim ser marcada com a volta do Senhor … afinal como filhos da luz e filhos do dia, não devemos ser pegos de surpresa, como bem colocou Paulo em Tessalonicenses 5:4,5 … a não ser que você não seja filho da luz ou não esteja interessado realmente na volta de Jesus … e esteja dormindo!
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Que o SENHOR abençoe grandemente o seu dia! 🙏❤️

Jesus, o nosso “hupogrammos” …

Quando uma palavra grega aparece uma única vez em TODO o Novo Testamento, isso é uma característica em si suficiente para se estudar o seu significado e contexto mais à fundo, ainda mais quando ela está diretamente relacionada ao nosso Salvador, Senhor e Messias, Jesus. Abaixo segue o texto e a palavra em questão …

Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo (υπογραμμος hupogrammos) para seguirdes os Seus passos” (1 Pedro 2:21)

Nesta versão, e em muitas outras, o tradutor optou por traduzir “hupogrammos como “exemplo“, mas o significado é muito mais profundo e abrange ainda maiores implicações ao texto. Tecnicamente o termo grego “hupogrammos” (υπογραμμος) é uma palavra composta por dois termos gregos, “υπο hupo” (sob, por debaixo) e “γραφω grapho” (escrever, com referência a forma das letras e/ou ao seu conteúdo), o que portanto significa: uma cópia escrita, que inclui todas as letras do alfabeto, dada aos iniciantes como uma ajuda para aprender a como desenhá-los.

Em termos simples para os dias de hoje, é como a criança ou o novato que está aprendendo a escrever as letras do alfabeto e precisa de um “molde” que esteja “por debaixo” para ele seguir com o lápis (vide imagens anteriores) e assim aprender como desenhar as mesmas, pois era essa a forma mais comum usada para se alfabetizar as pessoas no idioma grego nos tempos de Jesus. Por isso Pedro, inspirado pelo Espírito, faz uso desse termo no texto acima mencionado.

Sabendo agora disto, podemos expandir o significado do texto, pois segundo nos coloca Pedro, Jesus é o nosso “hupogrammos”. Jesus deixou-nos, através das Escrituras, um “hupogrammos” (um modelo escrito) pelo qual nós devemos “desenhar” todo o resto. A vida de Cristo é a vida, o hupogramos, sobre o qual nós devemos “desenhar” toda a nossa vida.

Sendo assim, as ações da vida do Messias são os hupogrammos das ações que devem delinear as nossas ações e reações de vida; os pensamentos de Jesus são os pensamentos hupogrammos que nós devemos ter; o caminho hupogrammos que Ele seguiu é o caminho que nós temos de seguir; o Seu amor é o hupogrammos do amor que nós devemos sentir … enfim, a nossa vida como um todo, em TODOS os seus aspectos, devem seguir “à risca o modelo dos passos já deixados pelo nosso Salvador e Senhor … Jesus é o hupogrammos de sua vida!

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e Se entregou a Si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.” (Efésios 5:1,2)

Entenda, você não pode seguir aquilo que desconhece, não há como seguir um caminho se você não sabe onde ele está. O quanto você conhece das Escrituras?! Quão familiarizado está você com os pensamentos, palavras, sentimentos e ações de Jesus?! É por isso que Jesus, em João 15, é tão enfático em dizer que as palavras dEle (seu hupogrammos), devem, precisam estar em nós, do contrário não temos parte com Ele.

Eu Sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em Mim, e Eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. Se permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado Meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis Meus discípulos.” (João 15:5-8)

Aquele, entretanto, que guarda a Sua palavra, nEle, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nEle: aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou.” (1 João 2:5,6)

Deus, o nosso Pai Celeste, quando enviou o Seu Filho para este mundo, não apenas nos deu o meio de resgate da morte e do inferno por meio dEle, mas através do Filho, também nos ensinou como devemos nos portar e ter uma vida que O agrade e que lhE dê prazer, para sermos então verdadeiramente como filhos do Altíssimo, seguindo uma vida nos mesmos moldes da vida do Seu Filho. Jesus não apenas caminhou entre nós, Ele deixou o rastro de todas as marcas desse caminho para que sigamos em nossas vidas também pelo mesmo caminho, desde os nossos pensamentos, palavras e sentimentos até as nossas ações e reações. Portanto, analise a sua vida em todos os seus aspectos e veja se a sua “caneta” ainda está seguindo as mesmas “linhas” deixadas por Jesus, caso não esteja, recomendo corrigir o quanto antes!

Deus lhe abençoe e lhe faça transbordar do pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de que você viva de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Cristo!!! 🙏❤️

A Bondade de Deus na Correção

Uma das características do SENHOR é a Sua incomensurável bondade … Deus é bom no sentido pleno da palavra, Ele é a própria bondade … tudo o que Ele faz comunica esse atributo de alguma maneira e em algum nível.

Ao contrário do que muitos pensam, erroneamente, mesmo quando o SENHOR executa juízo que implica em dor e aflições aos Seus servos, ainda assim isso também comunica a Sua bondade. Às vezes Deus aflige aos homens para o seu bem temporal e eterno; para o bem das suas virtudes a fim de receberem o bem da Sua glória, que é ainda muito mais excelente; como está escrito …

se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome. Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se é com dificuldade que o justo é salvo, onde vai comparecer o ímpio, sim, o pecador? Por isso, também os que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar sua vida ao seu fiel Criador e praticar o bem.” (1 Pedro 4:16-19)

Pode alguém questionar a bondade de um pai que corrige o filho para impedir que o seu vício ou o seu mau comportamento causem a sua própria ruína, disciplinando-o então e por vezes até açoitando-o …, mas assim conduzindo-o à virtude e à honra? Crueldade e maldade seria o pai deixar o seu filho sem disciplina, deixá-lo miserável a uma situação à qual uma péssima educação o reduziria.

Quem se nega a castigar seu filho não o ama, mas o que o ama não hesita em discipliná-lo.” (Provérbios 13:24)

… quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (1 Coríntios 11:32)

Não seria maior bondade de Deus separar-nos do mundo para a felicidade com o Seu açoite, do que deixar-nos cair na condenação do mundo pelos nossos pecados, mergulhados nos prazeres de nossas concupiscências vis? Davi entendia bem isso, pois conhecia profundamente a bondade de Deus, por isso ele disse:

… caia eu, pois, nas mãos do SENHOR, porque são muitíssimas as Suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu.” (1 Crônicas 21:13b)

Como o SENHOR é o nosso pastor, não seria uma expressão do cuidado de Deus, às vezes, fazer-nos sentir o peso da Sua vara de pastor para fazer-nos retornar ao Seu caminho? O próprio SENHOR deixa isso bem claro quando faz a Sua aliança com Davi …

Se os seus filhos desprezarem a Minha lei e não andarem nos Meus juízos, se violarem os Meus preceitos e não guardarem os Meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniqüidade. Mas jamais retirarei dele a Minha bondade, nem desmentirei a Minha fidelidade. Não violarei a Minha aliança, nem modificarei o que os Meus lábios proferiram.” (Salmo 89:30-34)

A vantagem e o ganho das nossas dores e aflições constituem também, em conjunto com as nossas alegrias, um testemunho da bondade de Deus para conosco. A dor proveniente da disciplina, do açoite, é bem recompensada pelo acesso à glória superior, quando essa mesma dor nos direciona para os caminhos eternos …

Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá.” (Provérbios 23:13)

… estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do SENHOR, nem desmaies quando por Ele és reprovado; porque o SENHOR corrige a quem ama e açoita a todo a quem recebe por filho.” (Hebreus 12:5,6)

Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade.” (Hebreus 12:10b)

Deus é sempre bom, não importa qual seja a circunstância, a Sua bondade é sempre comunicada … mesmo nos Seus mais duros e pesados juízos …

Que o SENHOR lhe abençoe grandemente! 

Ano-Novo … 2017

Meditando sobre o novo ano de 2017 que se aproxima, eu não poderia deixar de fazê-lo sem olhar essa questão a partir das Escrituras … e a primeira passagem que me veio à mente foi esta …

Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos ( שׂנה shaneh ).” (Gênesis 1:14)

Como destacado anteriormente, a palavra “ano” no hebraico é שׂנה ( shaneh ), que vem da raíz שׂנה ( shanah ) que significa, paradoxalmente, tanto repetir, fazer de novo quanto mudar, modificar. É interessante que em algumas “escolas de teologia”, quando um “paradoxo” se apresenta, elas simplesmente “travam” ou o definem como uma “antinomia” e ficam apenas nisso … não buscam ir além para enfim compreender o ensino que se esconde por detrás desse tipo de situação. Neste caso, o conceito de ano na raiz das Escrituras está relacionado a um ciclo que se repete novamente e continuadamente, como atesta o texto de Gênesis acima referenciado, mas esses ciclos em si também trazem mudanças.

Observando essa questão pela perspectiva das Escrituras, isso significa que o caminho de Deus é um caminho cíclico, repetitivo, mas também de novidades e de mudanças. Você não pode verdadeiramente conhecer a Deus se essa experiência não lhe mudar, não lhe modificar ao conhecê-lO intimamente; e a vontade de Deus é a de que isso ocorra em um ciclo, como neste ano novo que está à frente ( shanah ). Alegoricamente, isso funciona como quando se sobe uma enorme escada em espiral … você tem a impressão de que está andando em círculos, mas na verdade, são repetições que possuem pequenas mudanças a cada degrau que se sobe … com novos começos, novos passos. Se você quiser experimentar um ano de coisas novas, você deve buscar crescer no conhecimento de Deus, subir os degraus da escada do conhecimento e da intimidade com Ele e optar por não andar na sua própria vontade, mas na vontade daquEle que está acima da natureza, acima dos tempos e épocas. Como está escrito …

Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo.” (Isaías 43:18,19)

Abra a sua vida para o novo da Sua vontade, e você irá andar em um ciclo crescente de novidade de vida e mudança … שׂנה ( shanah ). Eu recomendo que, de hoje em diante, você observe os seus dias a partir de uma perspectiva maior, que você aprenda com as Escrituras nesse quesito, como está escrito …

Ensina-nos a contar ( מנה manah ) os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” (Salmo 90:12)

Observe que o salmista nos instrui a “contar” os nossos dias para alcançarmos sabedoria, em hebraico o termo é מנה ( manah ), que significa: contar, numerar, considerar, preparar, designar … ou seja, isso significa que você não deve apenas observar e esperar passivamente para ver o que vai acontecer com os seus dias. Você tem que se preparar. E como posso preparar os meus dias antes de eles chegarem?! Para isso devemos aprender com Deus, pois antes de existirem os dias, o tempo em si, Deus preparou-os e deu-lhes um propósito. Então, se você é um filho de Deus, você deve fazer o mesmo. Como?! Orando … ore, declare com suas palavras, por dias que ainda não existem, alinhando os seus planos aos propósitos do SENHOR, como está escrito …

 “Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece [o que fica de pé] é o propósito do Senhor.” (Provérbios 19:21)

A oração não é apenas para o que já existe, mas também pelo que ainda não é. Em oração, prepare, considere, designe os seus dias em Deus para trazer coisas boas, para consagrá-los aos propósitos de Deus. E, em seguida, use os seus dias para realizar esses propósitos. Prepare-os para que eles possam se tornar canais de bênção e de vida. Conte, numere, considere, prepare, designe os seus dias. Aprenda com Jesus, pois segundo está registrado nos evangelhos, nós vemos que Jesus preparava os seus dias em oração …

[ Jesus ] Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava.” (Marcos 1:35)

O nosso mundo atual mede o sucesso principalmente pelo dinheiro e pela fama, e isso acontece até mesmo nos meios cristãos, mas o verdadeiro sucesso é proporcional ao conhecimento do SENHOR, em fazer a Sua vontade e realizar o Seu propósito para a sua vida e assim glorificá-lO. Este é o sucesso que se deve almejar, como está escrito …

Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu Sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz o SENHOR.” (Jeremias 9:23-24)

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR, como a alva, a Sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” (Oséias 6:3)

Que neste ano novo de 2017, você venha a subir muitos degraus dessa espiral no conhecimento, na experiência e na intimidade com o SENHOR! Que o SENHOR lhe abençoe e ilumine os seus dias!!!