O primeiro dos muitos nomes de Deus, que é apresentado na Bíblia, ocorre já na primeira frase de abertura do livro do Gênesis. Nos posts anteriores dessa série (aqui e aqui), vimos as duas primeiras palavras de Gênesis 1.1, agora veremos a terceira, “Elohim“. Além da curiosidade que iremos analisar, relacionada ao hebraico antigo, gostaria de levantar um outro aspecto muito interessante deste trecho, pois quem conhece o hebraico já percebe pela sua terminação que Elohim é plural, ou seja, se fôssemos literalmente interpretar o versículo, teríamos algo como …
“No princípio criou Deuses [ אלהימּ ‘elohim] os céus e a terra“.
Isso é gramaticalmente esquisito, visto que o verbo criar está no singular e não no plural como seria a concordância correta, por isso temos a tradução “criou Deus” e essa é a primeira pista na Bíblia da referência à “Pluralidade” de Deus. Esse é um tema fascinante, pois o mistério da “Pluralidade Divina” aparece de diversas formas no Antigo Testamento (veja aqui outro artigo sobre isso), além disso essas questões gramaticais do hebraico são mais complexas e requerem melhor análise, mas não tenho objetivo de abordar isso aqui, pois ficará para um post futuro, se Deus permitir.
Eu já li sobre as várias interpretações de “Elohim” (O Senhor é minha força, o Poderoso, etc …), enfim são muitas e, devido a própria natureza de Deus, esse tipo de discussão é longa e sem fim, afinal tudo que se refere a Deus é grandioso por consequência. Por isso vamos às raízes do hebraico para essa palavra; para isso eu lembro aqui do uso de nossa tabela da evolução da escrita hebraica (veja aqui).
Elohim ( אלהימּ ), conforme pode-se ver na imagem anterior, é soletrado em Hebraico como ALEPH (o equivalente a nossa letra A, e a figura do seu pictograma respectivo é uma cabeça de boi, simbolicamente significa “força/poder/Deus”), LAMED (o equivalente a nossa letra L, e a figura do seu pictograma respectivo é um cajado de pastor, simbolicamente significa “ensinar/liderar/vincular”), HEY (o equivalente a nossa letra E, e a figura do seu pictograma respectivo é um homem ajoelhado de braços para cima, simbolicamente significa “olhar/revelar/graça”), YOD (o equivalente a nossa letra I/J, e a figura do seu pictograma respectivo é um braço e mão, simbolicamente significa “trabalho/obra das mãos”) e MEM (o equivalente a nossa letra M, e a figura do seu pictograma respectivo são ondas de água, simbolicamente significa “caos/poderoso/nações/águas/pessoas”).
Juntando tudo isto e as suas representações, podemos assumir a seguinte interpretação (entre outras similares):
DEUS [é meu] PASTOR/MENTOR/LÍDER, [pela Sua] GRAÇA/REVELAÇÃO, [leva-me pela] MÃO [para as] ÁGUAS [“tranquilas”, “de vida”]/NAÇÕES.
Não é à toa que uma das interpretações do nome Elohim é, o Senhor é a minha força, pois o seu significado na língua proto-semítica já fazia uma indireta alusão ao famoso Salmo 23, escrito mais de 400 anos depois por Davi, “O Senhor é o meu pastor …“.
Deus lhe abençoe e lhe conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle!
Muitoooo Bomm o artigo, aprendi MUITO, e concerteza vou começar a seguir o site de vocês. Parabens !!!
Alguém pode dizer, que esse pictograma protos-semítico, não é uma coisa de Deus? O termo ‘ELOHIM, já em Genesis 1.1, traz a ideia de Pastor, com Seu Cajado, pela Sua Graça, levando, pela Mão as águas tranquilas … O artigo propõe o Salmo 23 de David. E Jesus em João 10, aproveita a figura de linguagem, aplicada a ovelhas.
Sempre excelentes lições!
Aleluia!Deus é Perfeito em todas as coisas 🙏
Deus lhe abençoe e superabunde de graça, quanto a mim considero que fazer-me conhecê-lo já foi minha prece por sabedoria sendo atendida, afinal é o a Bíblia nos exorta em Tiago 1:5 e foi exatamente o que eu fiz e Deus atendeu e cumpriu através da sua pessoa.
Exaltado eternamente seja o Senhor.